Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.
31.5.15
25.5.15
O caráter não é esculpido em mármore, não é algo sólido e inalterável. É algo vivo e mutável, e pode tornar-se doente, como se torna doente o nosso corpo.
UMA HISTÓRIA ELETRIZANTE – Os fãs e admiradores de uma boa história policial não podem deixar de ler A Caça, romance policial de Jussi Adler-Olsen que a Editora Record acaba de mandar para as livrarias. Uma história instigante sobre uma juventude mais que transviada ambientada numa Dinamarca aparentemente moderna e civilizada. Tudo começa quando um informante misterioso passa a enviar para a polícia de Copenhaguenovas provas sobre um crime já solucionado há duas décadas: a morte violenta de um jovem casal de irmãos adolescentes. As evidências obrigam a polícia a reabrir o caso e seguir as pistas que os levam até os colegas de classe do colégio onde os jovens, todos de famílias ricas, estudavam. Passados vinte anos, os colegas de turma das vítimas se transformaram em empresários bem sucedidos, que souberam aumentar as fortunas da família. Eles agora são figuras da alta roda, influentes no mercado financeiro, na indústria da moda e personagens das colunas sociais.
Através
de algumas evidências o detetive Carl Morck descobre que o homem que assumiu a
autoria dos crimes é inocente e decide descobrir a verdade. Quando começa a investigar
a vida pregressa dos antigos colegas de classe das vítimas recebe ordens de
seus superiores para esquecer o caso. Mas quando isso acontece o detetive Morck
já ficou sabendo demais sobre a podridão que envolve aquele crime, resolve
ignorar a ordem de seus superiores e decide continuar a investigar por conta
própria. Sempre em companhia de Assad, seu assistente, um iraquiano irreverente
que ele não sabe direito como foi parar na Dinamarca.
Ao
mesmo tempo em que narra os conflitos do detetive com a estrutura do departamento
policial em que trabalha, o romance conta a história dos amigos das vitima:
Torsten, Ulrik, Kimmie e o macabro Ditlev Pram, um personagem fascinante que dá
um tom mais tenso e perverso a trama. O livro ganha fôlego quando narra as
travessuras daqueles jovens ricos de Copenhague, tanto no passado, quanto no
tempo presente. Certa vez foram flagrados por um colega careta fumando maconha
num bosque ao lado do colégio onde estudavam Quando o tal colega ameaça contar
o que viu ao diretor é alvo de agressões
tão violentas, que a família decide leva-lo para fora do país. É nesse episódio
que os jovens descobrem o gosto pela prática de atos de violência gratuita, que
vai num crescendo até resultar na morte dos irmãos.
A
violência para eles se torna uma obsessão, um esporte que eles precisam
exercitar regularmente. E essa violência se manifesta de diversas maneiras. Ricos
e elegantes, eles se reúnem para caçar faisões na floresta, demonstrando um grande
prazer em abater as aves com tiros certeiros. Ou então atacam pessoas indefesas
no meio da noite usando luvas, capotes e máscaras assustadoras. Eles são ricos,
poderosos e acham que estão acima do bem e do mal.
Numa
determinada cena Ditlev Pram, depois de cheirar vários papelotes de cocaína,
liga para seu amigo Ulrik e diz: “hoje nós precisamos assistir aquele
filme”. Ulrik tenta dissuadi-lo, pois
sabe que depois de assistir ao tal filme, eles vão se sentir estimulados a
praticar seus jogos de violência e agora não é o momento, já que sabem que a
polícia resolveu investigar o caso dos irmãos assassinados. Ditlev Pram insiste
e eles se reúnem para ver o tal filme. E só então o leitor fica sabendo que o
filme que tanto os excita e perturba é “A laranja mecânica”, o clássico de
Stanley Kubrick. E é ali que eles buscam inspiração para a vida desprezível que
levam.
Os
males da mente humana é a matéria prima do livro de Jussi Adler-Olsen. Tanto os
policiais encarregados da lei e da ordem, quanto os ricos desordeiros que dão
fôlego a história são personagens atormentados por traumas, angústias e
carências profundas. Personagens que nos mostram a sociedade dinamarquesa num nível
de tensão que parece pronta a explodir e se transformar em algo tão terrível
quanto o nazismo.
A
caça é um romance inteligente, de um autor que demonstra em cada capítulo uma
grande paixão pelo que faz. Jussi Adler-Olsen quer instigar o leitor e faze-lo encarar o lado
mais negro e perverso da mente humana. Mas não faz isso provocando angústia e
sofrimento. E sim ofertando ao leitor o prazer de saborear uma boa história.
OS MATADORES DE FAISÃO - O livro A caça, cujo título original dinamarquês é "Os matadores de faisão" (um ótimo título, por sinal, muito adequado à trama) já ganhou uma versão para o cinema que recebeu o título em inglês de The absent one. A seguir um trecho do livro.
Um
corredor de vidro de 100 metros se estendia pela paisagem da clínica até sua
mansão, tornando possível atravessar os jardins sem molhar os pés e, apesar
disso, desfrutar da visão do mar e das lindas faias. Ele havia trazido a ideia
do Museu de Arte Moderna de Louisiana. Só que em suas paredes não havia obras
de arte penduradas.
Thelma
parecia ter preparado minunciosamente sua aparição. Era ótimo ela não ter vindo
a seu escritório. Ele odiava quando alguém testemunhava as cenas dela. Os olhos
da mulher estavam tomados de ódio.
-
Falei com Lissan Hjorth
-
Ah, sim. Demorou para fazer isso. Você não deveria estar em Aalborg com sua
irmã?
-
Não estive em Aalborg, fui a Gotemburgo. E não com a minha irmã. Lissan contou
que vocês atiraram no cachorro.
-
O que quer dizer com “vocês”? Digo apenas que foi uma fatalidade. O cachorro
não obedecia e ficava correndo entre as caças. Eu tinha alertado Hijorth. O que
você estava fazendo em Gotemburgo?
Sombras
se desenharam na testa de Thelma. Apenas uma personalidade inacreditavelmente
nervosa conseguia enrugar a pele do rosto esticada ao máximo por cirurgias
plásticas. Thelma Pram possuía esse dom.
-
Você deu meu apartamento de Berlim de presente a Saxenholdt, aquele fracassado.
“Meu” apartamento, Ditlev.
Ela
apontou o dedo para ele.
-
Essa foi a última caçada de vocês, entendeu bem?
Ditlev
Pram deu alguns passos rápidos na direção dela, procurando intimidá-la.o dela, procurando intimidos rle fracassado.
vosa conseguia enrugar a pele do rosto esticada ao m
- Você nunca usou o apartamento, usou? Seu amante não queria ir até lá com você, certo?
Ele sorriu.
- Você não está ficando velha demais para ele, Thelma?
Ela ergueu a cabeça aceitando os insultos com uma tranquilidade espantosa.
- Você não sabe o que está falando. Dessa vez se esqueceu de colocar seu capanga no meu encalço, não é? Parece que você nem sabe com quem estive em Gotemburgo!
Então Thelma riu. Surpreso, Ditlev ficou paralisado.
- O divórcio vai sair caro, Ditlev. Você faz coisas estranhas. Quando os advogados estiverem envolvidos no caso, elas vão custar muito caro. Seus jogos perversos com Ulrik e os outros. Por quanto tempo você acha que eu vou omitir isso de graça?
Ditlev sorriu. Era um blefe. Ele fixou os olhos no pescoço de Thelma. Sabia bem a força que devia usar para golpeá-la. E onde aplicá-la.
22.5.15
Quando fizer o bem, faça-o aos poucos. Quando for praticar o mal é fazê-lo de uma vez só. (Maquiavel)
SEXTA SUPER - Deu no New York Times! Nesta sexta-feira, 22 de março, o Brasil foi destaque na primeira página dos dois principais jornais americanos. Que tal? É a pátria educadora na boca do povo. O Wall Street Journal destaca os escândalos de corrupção e a roubalheira que fazem a economia brasileira descer ladeira abaixo. Tudo isso capitaneado pela Presidente Dilma e seu partido-gangue. Escândalos em série que acabam com toda e qualquer credibilidade da administração pública no Brasil. Já o New York Times preferiu se concentrar no clima de guerra civil que toma conta das principais cidades brasileiras, em especial o Rio de Janeiro, cidade dominada por gangues de políticos, traficantes e milicianos, e que vai sediar as Olimpíadas ano que vem. É mole, ou quer mais?
Não posso perder o Manhattan Connection de domingo...
20.5.15
O impossível reside nas mãos inertes daqueles que não tentam.
A CINZA DAS HORAS - Adoro ir na Livraria da Travessa e ficar fuçando os livros. Leio as primeiras páginas dos lançamentos para ter uma ideia do que está sendo publicado. E acabo gostando de tudo. Tenho paixão pela leitura. Sinto vontade de ler todos os livros. Outro dia, lá mesmo na Travessa li o conto "Axilas", num volume do Rubem Fonseca. O conto é sensacional. É absolutamente preciso no seu objetivo de contar uma história e envolver o leitor. E dentre todos os contos que havia no livro, eu escolhi ler "Axilas" por conta de um episódio curioso. A primeira vez que eu ouvi falar do Rubem Fonseca, quando adolescente, foi através de uma amiga muito querida, Wilma Lessa. Ela estava lendo o primeiro livro do Rubem, O Cobrador. Na época ele era apenas um autor brasileiro que estava sendo bem recebido pela crítica após o lançamento do seu primeiro livro. Não era o monstro sagrado da literatura que é nos dias de hoje. Um autor que, há muito, já devia ter recebido o Prêmio Nobel de literatura. Pois bem. Wilma Lessa me recomendou o livro e, com seu sorriso largo e seu braço cheio de pulseiras me mostrou um trecho do livro. "Olha que coisa incrível que ele escreveu", me disse ela. Era um trecho em que o escritor dizia que nos bailes de carnaval, as mulheres dançavam com os braços levantados, exibindo os suvacos como se fossem as próprias bocetas. Sempre que leio um livro do Rubem lembro dessa história. Por isso não resisti quando vi seu conto "Axilas".
A exemplo do escritor, eu também adoro suvacos e axilas...
Mas, voltando à Livraria da Travessa, ontem mesmo li várias páginas de um livro chamado "Sono", do japonês Haruki Murakami. Uma escrita curiosa e envolvente. Um texto, ao mesmo tempo suave e contundente. Além disso, o livro foi lançado numa edição super luxuosa, com capa dura e páginas ilustradas. Fiquei tentado a comprar o livro, mas acontece que em casa eu já tenho uma pilha de livros para ler e resisti à tentação. Se eu pudesse largava tudo nessa vida e me dedicava apenas aos livros. A editora Amarilys acabou de lançar uma incrível biografia do czar Pedro, o Grande. Um volume com 1.084 páginas. Pelos trechos que li, acredito que devem ser 1.084 magníficas páginas.
Outro dia fuçando a seção de poesia encontrei um volume de "A cinza das horas", um clássico da literatura brasileira, publicado pela primeira vez em 1917. Devorei os poemas de Manuel Bandeira com encanto e.paixão. Já tinha lido o livro quando garoto, mas foi como se o tivesse lendo pela primeira vez, depois de percorrer uma longa e tortuosa estrada da vida. Foi um encontro mágico e emocionante: sentir o livro nas mãos e sorver os poemas como o néctar de uma flor rara. Por conta desse meu encontro com o livro do Bandeira, reproduzi um dos poemas no meu Facebook. Quis compartilhar com meus amigos aquele deleite. E a reação das pessoas foi muito boa, com comentários que mostravam o quanto aquele poema publicado em 1917 tinha tocado o coração delas.
Epígrafe
Sou bem-nascido. Menino,
Fui, como os demais, feliz.
Depois, veio o mau destino
E fez de mim o que quis.
Veio o mau gênio da vida,
Rompeu em meu coração,
Levou tudo de vencida,
Rugiu como um furacão,
Turbou, partiu, abateu,
Queimou sem razão nem dó –
Ah, que dor!
Magoado e só,
– Só! – meu coração ardeu:
Ardeu em gritos dementes
Na sua paixão sombria...
E dessas horas ardentes
Ficou esta cinza fria.
– Esta pouca cinza fria...
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
– Eu faço versos como quem morre
Imagem
És como um lírio alvo e franzino,
Nascido ao pôr do sol, à beira d’água,
Numa paisagem erma onde cantava um sino
A de nascer inconsolável mágoa...
A vida é amarga. O amor, um pobre gozo...
Hás de amar e sofrer incompreendido,
Triste lírio franzino, inquieto, ansioso,
Frágil e dolorido...
17.5.15
Você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas para chegar onde quer.
MAD MAX É O MÁXIMO - Um filme sobre o nada, mas com impressionante conteúdo cinematográfico. Uma gigantesca sequência de ação, com a violência extrema levada às últimas consequências. Às vezes parece a filmagem de um apoteótico desfile de escola de samba. Por trás do seu aparente vazio, um denso discurso filosófico sobre a existência do homem, a luta pelo poder, a solidão, a tensão no relacionamento entre homens e mulheres. Tudo narrado com muita adrenalina em forma de porrada, perseguições, tiroteios, explosões e um vigoroso rigor estético. A estética do filme é um show à parte. Cenários, maquiagens, locações, fotografia e figurinos buscam retratar um inferno para onde, teoricamente, caminha a humanidade. Um exercício de cinema. Um filme de arte como há muito o cinema não exibia. Pelo menos não de forma tão bem sucedida. Aparentemente vazio, quase sem diálogos, Mad Max é um filme que encanta, emociona e fascina. Mas também é um filme que irrita aqueles que não entendem que o cinema também é um espaço para experimentações artísticas.
MAD MAX É O MÁXIMO - Um filme sobre o nada, mas com impressionante conteúdo cinematográfico. Uma gigantesca sequência de ação, com a violência extrema levada às últimas consequências. Às vezes parece a filmagem de um apoteótico desfile de escola de samba. Por trás do seu aparente vazio, um denso discurso filosófico sobre a existência do homem, a luta pelo poder, a solidão, a tensão no relacionamento entre homens e mulheres. Tudo narrado com muita adrenalina em forma de porrada, perseguições, tiroteios, explosões e um vigoroso rigor estético. A estética do filme é um show à parte. Cenários, maquiagens, locações, fotografia e figurinos buscam retratar um inferno para onde, teoricamente, caminha a humanidade. Um exercício de cinema. Um filme de arte como há muito o cinema não exibia. Pelo menos não de forma tão bem sucedida. Aparentemente vazio, quase sem diálogos, Mad Max é um filme que encanta, emociona e fascina. Mas também é um filme que irrita aqueles que não entendem que o cinema também é um espaço para experimentações artísticas.
14.5.15
8.5.15
VIVA A VIDA - Thiago Perry é um típico garoto de Copacabana, aquele que é chamado carioca da gema. Com seu espírito esportivo, se destacava como atleta de futebol americano do time "Piratas de Copacabana", um dos times que pratica o tradicional futebol americano nas areias da praia. De tanto os amigos falarem que ele devia ser modelo, Thiago procurou uma agência e descobriu que os amigos tinham toda razão. Hoje é um dos modelos mais requisitados do Brasil, com trabalhos relevantes na Europa, como desfiles em Milão e Paris, e anúncios para a grife Dolce e Gabbana. Nas fotos acima, em preto e branco, ele foi fotografado por Mario Testino. Na foto do alto, colorida, quando eu o fotografei vestido com o uniforme do seu time. Muito antes da fama e das tatuagens...
A vida sem festas é um longo caminho sem hospedarias.
MORA NA FILOSOFIA - Quantas vezes por dia nós sentimos prazer? Quantas vezes por dia buscamos o prazer? O livro “Arqueologia dos Prazeres”, do professor Fernando Santoro, resgata a discussão originária dos filósofos gregos sobre o tema, que nos encanta e atormenta. Afinal o prazer é um bem, identifica-se com a felicidade ou não? Deve ser perseguido, evitado, controlado? Capaz de dissecar o assunto e demonstrá-lo em aulas fascinantes para platéias cada vez mais numerosas, o filósofo Fernando Santoro nos apresenta um livro original e acessível. Nele acompanhamos, deliciados, o levantamento das teses ontológicas do prazer, sua reação com o repouso e o movimento, com o corpo e o intelecto, com a ação e a paixão. Hedonistas, estóicos, materialistas, cínicos, realistas, idea-listas: entenda como e por que algumas escolas defendem o prazer e por que outras o atacam. Saiba o que pensavam sobre o assunto os primeiros sábios, e como Empédocles, Demócrito, Aristóteles, Platão e Epicuro, entre outros gregos fundamentais, associavam o prazer à beleza e ao desejo.
Um livro que se lê com muito prazer. Um trecho a seguir...
A Escola Cirenaica foi fundada por Aristipo de Cirene, que acorreu jovem para Atenas atraído por Sócrates. O exemplo de domínio sobre os prazeres, a despeito da medida, inspirou suas ideias e sua conduta. Ademais, aprendeu muito bem a agilidade da palavra, a resposta na ponta da língua, como veremos. Os cirenaicos estabeleceram sua doutrina especialmente em torno da questão do prazer. Para eles, havia dois estados de alma: o prazer e a dor. Quanto à fisiologia, não lhes interessava o conhecimento da sua constituição para além do que servisse a fruí-lo, entendiam o prazer como um movimento suave e a dor como um movimento brusco, inspirados na teoria das sensações de Anaxágoras. O fim supremo é o movimento calmo que resulta em sensação. Por isso, não acreditavam em prazeres estáticos nem que a calma ou a ausência de dor equivalessem a qualquer prazer. Não faziam nenhuma distinção de valor entre os prazeres. Mesmo que a ação resultante e mgozo fosse vil ou vergonhosa, o prazer não deixava por isso de ser algo bom em si mesmo.
A fruição do prazer é o bem supremo, e a felicidade é o acúmulo de prazeres isolados ao longo da vida. Nestes estão incluídos os prazeres passados e os futuros, mais como propiciadores de uma boa disposição do que como fruição de lembranças e expectativas, exauridas no tempo e vazias de sentido. Concentravam-se em viver o momento presente. Não calculavam trocar um prazer maior por dores menores no dia seguinte, porque o prazer do dia de hoje é certo e o futuro é duvidoso. A única coisa certa no futuro é a morte, o que justifica ainda mais concentrar as preocupações nas ocupações e sensações presentes.
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