27.10.16
















JONAS E A BALEIA - O cinema brasileiro está em grande fase, com uma boa safra de bons filmes.  Agora está em cartaz (em apenas um cinema, o que é uma pena) o filme Jonas, da cineasta Lô Politi. O filme tem muitos atrativos: a ideia original, a direção eficiente e um roteiro criativo. Além de um elenco de bons profissionais, que são uma atração à parte. O protagonista Jesuíta Barbosa, astro-sensação do atual cinema brasileiro, divide a cena com outro excelente nome da nova safra, Ariclenes Barroso, o James Dean do nordeste. O elenco também conta com Chay Suede, Laura Neiva e uma participação especialíssima do cantor Criolo, que manda muito bem como um mafioso do subúrbio. É um filme atraente, bem conduzido e que vale a ida ao cinema. Conta uma história de amor, paixão, traições e ciúme que tem como espinha dorsal a lenda do profeta Jonas, aquele que foi engolido por uma baleia. A trama do filme se passa no mundo do carnaval e o Jonas protagonista, depois de se envolver num crime, se esconde dentro do carro alegórico que representa uma baleia no desfile de uma escola de samba.

O filme é massa, como dizem os baianos. Assisti, gostei e recomendo.

22.10.16










Apenas em águas tranquilas as coisas se refletem sem distorção. Apenas em uma mente tranquila está a percepção adequada do mundo.

16.10.16


Um close de Ben Affleck no filme "O Contador", campeão de bilheteria nos EUA.

BEN, O ESQUISITÃO - Ninguém deve pode perder "O Contador", filme de suspense que estreia na próxima quinta-feira. É diversão em grande estilo. Prende a atenção do início ao fim com uma trama inteligente e muito bem contada. É a história de um garoto autista que recebe um tratamento diferente para sua síndrome: um treinamento militar, com especialização em armas, artes marciais e matemática. 

Quando cresce ele se transforma em Ben Affleck que surpreende como um sujeito esquisitão, cheio de manias e cacoetes, que trabalha para grandes empresas fazendo auditorias em desfalques e desvios de dinheiro. Quando descobre as irregularidades financeiras, geralmente envolvendo muito milhões de dólares, ele faz questão de recuperar a grana. É quando o sujeito precisa utilizar seu treinamento militar. 

A coisa começa a complicar quando um de seus clientes entra na mira do tesouro americano e resolve se livrar tanto do contador autista como da funcionária ingênua que descobriu mais do que deveria. O roteirista Bill Dubuque criou uma história surpreendente, cheia de detalhes e reviravoltas. Quanto mais o espectador se concentrar no filme, mais vai saborear a história. Cada cena tem um elemento, uma fala, um gesto, que vai resultar numa consequência mais adiante. O diretor Gavin O´Connor sabe tirar proveito do material que tem e construiu um filme fascinante. 












Casey Affleck comove o público no melodrama "Manchester à beira mar".

Não será surpresa se, na próxima entrega do Oscar, dois irmãos disputem o prêmio de melhor ator. Será que isso já aconteceu antes? Se Ben Affleck dá um show como o autista aguerrido em "O contador", seu irmão Casey Affleck mostra que o talento é coisa de família. No filme "Manchester à beira mar" Casey tem uma performance intrigante e comovente. 


13.10.16

5.10.16































PRÊMIO DO CINEMA BRASILEIRO


A festa de entrega dos melhores do cinema em 2016, evento promovido pela Academia do Cinema Brasileiro tem como referência a entrega do Oscar. Esse ano a festa consagrou os filmes "Chatô" e "Que horas ela volta?". Mas foi injusto ao não premiar filmes como "Casa Grande", "Sangue Azul" e "Órfãos do Eldorado". A bela arquitetura do Teatro Municipal deu um toque de classe à noite que teve o diretor Daniel Filho como o homenageado. A participação do diretor foi divertida e animou a premiação que estava bem morna. Daniel sabe tudo de show business e deu uma aula de senso de oportunidade e domínio de cena. O mesmo não se pode dizer dos mestres de cerimônia Chris Vianna e Fabrício Bolivera. Os atores não tinham domínio de cena, nem presença de palco, nem humor e erravam tudo o tempo inteiro. A presença deles como apresentadores foi o maior erro da premiação. Mas a projeção dos filmes indicados ficou muito bacana. Vale destacar a homenagem aos artistas que morreram recentemente: Marilia Pêra, Umberto Magnani, Betty Lago, Domingos Montagner Hector Babenco e Geneton Moraes Neto, entre outros.

O nosso Oscar é o Prêmio Grande Othelo. "Que horas ela volta?" e "Chatô" ganharam sete e cinco prêmios, respectivamente.  "Casa Grande", um dos melhores filmes brasileiros dos últimos tempos, teve onze indicações e não ganhou nenhum prêmio. Mas foi citado por Daniel Filho em seu discurso que celebrou a recente produção cinematográfica nacional. Veja AQUI a lista de todos os filmes premiados.
  




























CINEMA É A MAIOR DIVERSÃO - Depois da festa no Teatro Municipal o povo do cinema foi celebrar no bar Amarelinho, ali em frente ao teatro. Entre rodadas de chopes e caipirinhas aconteceu uma confraternização autêntica e divertida. O bom momento do cinema brasileiro foi o assunto principal. O sucesso no exterior de "Aquarius" também foi tema das conversas. O filme já é um sucesso de  bilheteria na França e na Bélgica. O diretor Felipe Barbosa, do filme "Casa Grande" contou que ainda essa semana viaja para a França, onde vai fazer a montagem e edição do seu novo filme "Gabriel e a montanha", que foi todo rodado na África. "A filmagem foi dura e cansativa, mas conseguimos produzir um material muito bom. Na primeira montagem o filme ficou com sete horas de duração. Agora vou ter que fazer a parte mais dolorosa que é fazer os cortes", contou cheio de entusiasmo. O crítico Rodrigo Fonseca foi confraternizar com diretores, técnicos e atores e comentou que "Casa Grande" deveria ter sido premiado. Já o diretor Lírio Ferreira, de "Sangue Azul", trocou elogios com sua colega Anna Muylaert, a grande vencedora da noite. A farra no Amarelinho foi a melhor parte da noite.

4.10.16



PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA 2016 - Em outubro do ano passado publiquei uma lista de escritores brasileiros que mereciam ganhar o Prêmio Nobel de Literatura. Esse ano resolvi apostar nos mesmos dez autores como dignos merecedores desse prêmio que nunca foi agraciado a nenhum brasileiro. Sem dúvida uma grande injustiça. 

O primeiro Nobel de Literatura foi entregue em 1901, ao poeta francês Sully Prudhomme. Desde então, o prêmio foi entregue a escritores dos mais mais diversos lugares do mundo. A Irlanda ganhou com William Butler Yeats, em 1923. O Chile com Gabriela Mistral em 1945. A Inglaterra com Bertrand Russel, em 1950. A Islândia com Halidor Laxness, em 1955. A Rússia com Bóris Pasternak em 1958. Estados Unidos com John Steinbeck em 1962. A Guatemala com Miguel Angel Astúrias em 1967. O Chile com Pablo Neruda em 1971. A Itália com Eugênio Montale em 1975. A Austrália com Patrick White em 1973. A Colombia com Gabriel Garcia Marquez em 1982. O Egito com Naguib Mahfouz em 1988. O Japão com Kenzaburo Oe em 1994. Portugal com José Saramago em 1998. A China com Gao Xingjian em 2.000.  Só para citar alguns exemplos. A literatura de países como França, Estados Unidos, Itália e Espanha foi premiada diversas vezes. O fato é que, em mais de um século de existência, a literatura brasileira nunca foi laureada com o Nobel. 

 
Por que essa desfeita com a literatura brasileira? José Lins do Rêgo, por exemplo, um dos mais brilhantes escritores da língua portuguesa, nasceu em 1901, o ano em que foi entregue o primeiro Nobel. Nelson Rodrigues, Carlos Drummond de Andrade, Ariano Suassuna e José Mauro de Vasconcelos nunca foram sequer cogitados. O nome de Jorge Amado chegou a ser lembrado para o prêmio, por conta do sucesso dos seus livros no exterior. Mesmo assim, não foi premiado. Aliás, Jorge Amado nunca se conformou de não ter recebido o Nobel de literatura. Não só por ele, como escritor, mas pelo Brasil. Ele achava, com razão, que tinha um trabalho que poderia conceder essa láurea ao Brasil. Amado chegou a comentar sobre sua frustração com amigos. Contava, em tom de piada, que o chileno Pablo Neruda só ganhou o Nobel porque ligou para a Academia Sueca que concede a premiação dizendo: "Estou doente, vou morrer ates do fim do ano e vocês não vão me dar o Nobel?", e que por isso foi laureado. Certa vez, em Paris, amigos comuns convidaram Jorge Amado para jantar com Garcia Marquez, que tinha acabado de ser premiado. Garcia Marquez queria muito encontrar Jorge Amado, mas ele se recusou a encontrar o colombiano. 

A literatura brasileira tem muitos escritores que poderiam ser premiados. Veja a seguir uma lista de dez brasileiros que merecem ganhar o Nobel de Literatura de 2016.

1 - Rubem Fonseca
2 - Ruy Castro
3 - Antônio Cícero
4- Tabajara Ruas
5 - Raimundo Carrero
6 - Paulo Coelho
7 - Marcio Souza
8 - Lygia Fagundes Telles
9 - Vinicius Vianna
10-Fernando Santoro

Madonna vem aí...

 

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