31.12.08





FELIZ 2009 - SAÚDE E SORTE!!!
GOLDEN GAYS 2008Assumir pra quê? 2008 foi o ano em que esse negócio de assumir que é gay se tornou um comportamento old fashion. É isso mesmo. Nesse alvorecer de 2009 ser gay assumido é algo totalmente fora de moda. É ser careta, antigo, ultrapassado! Ninguém tem mais que assumir nada. O quente mesmo é ser não assumido. Cada um é do jeito que é. E ponto final. Pois bem. Esse é o espírito da lista dos gays mais importantes de 2008. A seguir, pelo sexto ano consecutivo, veja a relação dos gays que mais deram (deram?) o que falar em 2008. Quem foram eles?


HENRIQUE MEIRELLES – O Presidente do Banco Central é a biba mais poderosa do Brasil. Homem de confiança do Presidente Lula, ele deita e rola com as finanças do país. É Meirelles quem tem a chave do cofre-forte. Adepto da “especulação financeira acima de tudo”, é o reponsável pelo fato do Brasil ser o país onde se cobram os juros mais altos do mundo. Inteligente, culto e de hábitos sofisticados, o nome mais importante dos Golden Gays 2008, é um economista respeitado no mercado financeiro internacional e um dos nomes mais cotados para a sucessão do Presidente Lula.

PEDRO ANDRADE – Esse Pedro não pára! Modelo e estudante de jornalismo, Pedro é um sucesso na televisão americana onde apresenta dois programas: 1st Look, um guia de bares e lugares da moda em New York; e On the Rocks, um reality show onde ele pesquisa e revela o melhor bartender dos EUA. Fez editoriais de moda para a revista Tetu Magazine, a Bíblia dos gays antenados da Europa. Foi atração das colunas de fofoca quando namorou publicamente com Lance Bass, vocalista do grupo de música pop N´Sync. Seu sucesso em Nova York lhe rendeu uma participação, como convidado de honra, do programa Manhattan Connection. Precisa maior prova de prestígio? Pedro, que já foi casado com o ator Leonardo Brício, começou a fazer sucesso depois que ele mesmo espalhou em Nova York que ia ser protagonista de um filme do David Lynch. Era tudo mentira, mas vários jornais brasileiros publicaram a notícia falsa e isso acabou dando a maior confusão. Exatamente o que o esperto Pedro queria.

RONALDO FENÔMENO – Depois de ter feito uma orgia com três travestis o fenômeno do futebol brasileiro caiu na boca do povo. A machista torcida brasileira adorou saber que o grande atleta também é do babado. Afinal, deixar a namorada em casa e depois sair para pegar um travesti é um dos programas favoritos dos machões brasileiros. O fato é que o espisódio com os travestis transformou Ronaldo num ícone gay definitivo.

EDUARDO PAES – Os surfistas da Zona Oeste não vêem a hora do ano novo começar. É que o próximo Prefeito do Rio é protetor dos surfistas da Barra da Tijuca e arredores. Depois que Paes foi eleito no Rio e Kassab em São Paulo já se diz na Internet que a a parada gay vai ser na Via Dutra. Paes começou a carreira política como namorado de Rodrigo Maia, o filho biba do prefeito César Maia. Em 2008 ele supreendeu ganhando de Fernando Gabeira a eleição para Prefeito do Rio. Em 2009 vai entrar em cena na Prefeitura cercado de prefeitinhos tão belos quanto elegantes. Os gays cariocas prometem fiscalizar de perto a administração de Paes.

GILBERTO KASSAB – É o queridinho dos michês do Parque Trianon! Na última eleição foi chamado de gay pelos fascistas do PT, mas o povão não deu a mínima importância e o reelegeu para um segundo mandato. É ou não é uma bicha poderosa? Os eleitores o consideram competente, organizado, profissional e honesto. Com a eleição de Kassab os cidadãos paulistas mandaram um recado para os machões do PT: “Preferimos um Prefeito veado do que um Prefeito ladrão!”.

TUCA ANDRADA – Bonito, talentoso, sexy e inteligente. Assim é o ator pernambucano Tuca Andrada. Em 2008 ele brilhou nos palcos cariocas como Joseph K, o lendário personagem do livro O Processo de Franz Kafka. Sua atuação rendeu aplausos da critica e do público. Tuca também mostrou seu talento na Rede Record interpretando Eric Fusili, um vilão psicopata da novela Os Mutantes. Mas Tuca faz sucesso mesmo é na Praia de Ipanema, ali em frente ao coqueirão, onde costuma causar furor com seu corpo sexy e malhado.

NEY MATOGROSSO – No auge dos seus 68 anos Ney é um exemplo de vitalidade para gays e heteros de todos os matizes. Em 2008 o cantor causou furor com o show “Inclassificáveis”, provando que seu estilo pessoal e sua personalidade atingem mesmo o coração da família brasileira. Profissionalismo em cena, figurinos exuberantes, efeitos especiais e coreografias exóticas fizeram a festa do público brasileiro e trouxe de volta às paradas Mal Necessário, um clássico do seu repertório que diz: “Sou um homem, sou um bicho, sou uma mulher. Sou a mesa e as cadeiras desse cabaré...”

DELFIM NETO – O Czar da economia no Governo Militar é um dos principais conselheiros do Presidente Lula no Brasil de 2008. Isso é ou não é uma bela demonstração de poder? Delfim Neto é um ícone gay desde a época da ditadura, quando dava as cartas na economia brasileira de então, enquanto chupava o pau dos melhores bofes do País. Foi a partir dessa época que ele ficou conhecido como A Gorda. Esse era o código que usava para pegar os bofes. A biba ligava pra casa de um rapaz lindo e moreno e, para não se identificar, deixava um recado pedindo para ele entrar em contato com A Gorda. Todos os rapazes bem dotados da época sabiam quem era A Gorda. Desde a ditadura, até o período democrático, A Gorda nunca saiu de moda. Delfim não é só um economista brilhante, como também um observador atento da vida brasileira. Mas, acima de tudo, é uma Messalina devassa capaz de fazer qualquer loucura por um bofe!

CARMO DALLA-VECHIA – Com seu personagem Zé Bob na novela A Favorita Carmo conquistou corações e mentes do público brasileiro. O herói que se dividiu entre Flora e Donatela foi um presente do namorado do ator, o novelista João Emanuel Carneiro. Mas foi no cinema que Carmo mostrou todo seu talento. No melhor filme brasileiro do ano, Onde Andará Dulce Veiga?, de Guilherme de Almeira Prado, o ator comove e emociona como um fã obeccado por uma cantora, que acaba assimilando a personalidade da artista e acaba se transformando nela. Um show de interpretação.

ZECA CAMARGO – Conhecido na praia gay de Ipanema como Jeca Camargo, o apresentador do Fantástico deu muita pinta na tela da Globo em 2008. O mais deslumbrado personagem da TV brasileira deu muito o que falar não só na telinha como no seu simpático blog, onde opina sobre tudo. Até sobre a qualidade da programação das emissoras concorrentes. No início de 2008, ao almoçar num restaurante em Ipanema, quando foi pagar a conta, Zeca não se conteve e chamou o garçom de Fofinho. “Fofinho, traz a conta!”, disse o saltitante jornalista, provocando olhares curiosos de seus vizinhos de mesa. Pois é. Uma biba que chama o garçom de “fofinho” tem mais é que estar nessa lista.


25.12.08





Não há melhor amigo nem parente do que nós mesmos.
SÁBADO EM COPACABANADorival Caymmi tem uma música chamada Sábado em Copacabana em que ele exalta a felicidade que alguém desfruta quando tem a oportunidade de viver uma experiência simples e singela: passar um sábado em Copacabana. Pois bem. Meus melhores momentos de 2008 foram vividos nos sábados em Copacabana. Assistindo ao futebol de praia, me divertindo com meus amigos, bebendo nos botequins, fazendo farra, jogando conversa fora ou, simplesmente, vivendo. Parece que o sábado estimula a carioquice do bairro. Assistir a uma partida de futebol na TV de um botequim, numa tarde de sábado, é tão excitante quanto assistir uma partida na arquibancada do Maracanã. Vibração, energia, algazarra, zoação e amor ao futebol... Não importa se é Flamengo, Vasco, Botafogo ou Fluminense. Se tiver um time carioca na partida, é diversão na certa. O futebol, o botequim, a praia, a cerveja... Toda uma cadeia de elementos que leva ao caminho da felicidade...

Sábado passado houve a festa de confraternização do Copacabana Praia Clube, tradicional time de futebol de praia. Admirando o ritmo da festa, o alto astral das pessoas, a alegria sem culpa, o clima de solidadiredade eu me toquei que, apesar de todo o seu esforço, César Maia não conseguiu destruir o Rio de Janeiro. César machucou muito, é verdade, mas não acabou. A essência do que há de melhor na cidade ainda brota nas praias, nas esquinas, nas ruas arborizadas... Meses atrás, quando fui assistir a um jogo do Força e Saúde, caminhando pela Rua Paula Freitas notei a beleza das árvores que se harmonizava com a beleza dos edifícios. Havia uma tranqüilidade na rua. Uma calma típica do sábado à tarde...

Na festa do futebol de praia, na areia em frente a Rua Duvivier, estavam alguns dos maiores craques da areia: Denílson, Iury, Valois, Fabio, Binho, PC, Batata, Marcio Banana, Rogério, Bolinho, Jamaica, Felipe, Leo Gigante... A felicidade em forma de cerveja, churrasco e futebol. Um mundo de histórias engraçadas e fartos gestos de carinho.

Um dos momentos mais divertidos da festa foi quando Batata, o grande craque, um dos maiores batedores de falta da areia, contou sua experiência no show da Madonna. Batata (o nome dele é Ailton) é dono de uma empresa de turismo. Um grupo de turistas endinheirados de Curitiba veio ao Rio só assistir ao Sticky e Sweet e contratou seus serviços. O jogador fez o guia turístico e levou o grupo ao Maracanã. À vontade na sua festa, com uma lata de cerveja na mão, o jogador contava aos amigos como foi o show.
Disse assim o Batata:

“Galera, eu nunca vi tanto gay na minha vida. O Maracanã tava lotado de gays e lésbicas. Todo mundo se beijando, se agarrando, fumando, cheirando... Rolava de tudo naquele Maracanã! Nunca vi uma coisa daquela! Jamais iria num show da Madonna. Fui porque tava trabalhando. Mas nunca imaginei que fosse assim. Teve uma hora que fui no banheiro e tinha um cara chupando o pau do outro...”. Nesse momento da narrativa ele fez uma pausa, olhou pra mim, fez um carinho no meu rosto e disse: “Não tenho nada contra quem chupa pau. Mas em público?” Gargalhadas gerais. Depois continuou. “O pior é que eu reconheci um dos caras." E contou que era um dos donos de uma famosa grife carioca.
Decadence avec elegance!

Batata tem razão. Também notei que a platéia da Madonna era predominantemente gay. Nos dois shows tentei localizar algum bofe na multidão e não vi nenhum. Só bibas. A platéia era um verdadeiro congresso de gays, lésbicas e simpatizantes. Bibas de todo o Brasil vieram dar pinta com Madonna no Maracanã. Essa constatação me fez achar que talvez a razão do grande sucesso da cantora seja o fato dela ter atingindo o coração dos gays. As bibas adoram Madonninha! Quanto aos exageros da platéia, eu já havia notado isso no show de 1993, The Girlie Show. Naquela época a Material Girl tinha acabado de lançar Sex, um álbum com fotos sensuais, junto com o disco Erótica. Então havia uma forte tensão sexual na platéia. Só que em 93 haviam mais heterossexuais entre o público. De qualquer modo acho as pessoas vão ao show da Madonna dispostas a tudo! A cantora estimula a transgressão e o hedonismo nos seus fãs.

No dia anterior ao show, quando passei em frente ao Copacabana Palace (sim galera, eu fui pra porta do hotel) ouvi o seguinte diálogo entre um cameraman (com crachá da Rede Record) e seu assistente. O segundo dizia: “Puxa, como tem veado aqui na porta do hotel”, e o primeiro respondeu lacônico “o público dela é esse mesmo”. Bingo! Nesse mesmo dia, depois do futebol de praia, perguntei aos jogadores qual deles ia ao show da Madonna e todos responderam que não. “Eu gostava da Madonna antigamente, quando ela cantava La Isla Bonita. Essa Madonna de hoje tá muito diferente”, me disse um dos craques de pernas roliças. Eles foram ao show do Chiclete com Banana, que aconteceu no Rio-Centro exatamente um dia antes da estréia de Madonna no Maracanã. Bofe gosta mesmo é de micareta.






Depois de trabalhar toda a semana
Meu sábado não vou desperdiçar
Já fiz o meu programa pra esta noite
E sei por onde começar


Um bom lugar para encontrar: Copacabana
Prá passear à beira-mar: Copacabana
Depois num bar à meia-luz: Copacabana
Eu esperei por essa noite uma semana

Um bom jantar depois de dançar: Copacabana
Um só lugar para se amar: Copacabana
A noite passa tão depressa, mas vou voltar se pra semana
Eu encontrar um novo amor: Copacabana

18.12.08





PRIMADONNAMadonna sabe tudo! Foi uma emoção incrível voltar a vê-la no Maracanã, quinze anos depois do inesquecível The Girlie Show, em 1993. Os dois shows da turnê Sticky e Sweet foram lindos e emocionaram o público. Chamava atenção a felicidade estampada no semblante das pessoas antes, durante e depois de cada apresentação. Aquele encontro com Madonna cada fã quis guardar como um momento mágico de suas vidas. E a cantora tem o poder de distribuir magia com sua arte. Salve rainha!

O melhor momento da Madonna aqui no Rio foi quando ela cantou Dress you up. Na parte final do show ela pede pra alguém da platéia sugerir uma canção e ela canta sozinha, com o acompanhamento do público. No segundo dia alguém levou um cartaz onde estava escrito Dress you up e ela cantou essa canção com a multidão e foi demais. Vibrei com o Maracanã inteiro cantando o refrão da música: Gonna dress you up my love / all over your body! Se Madonna tivesse me perguntado qual canção eu gostaria de ouvir minha resposta teria sido Dress you up.

Foi lindo quando ela cantou You must love me, uma canção romântica da trilha do filme Evita. É o momento do show em que ela tem oportunidade de soltar a voz. Heartbeat, a melhor música do novo disco, foi o momento mais incrível do primeiro dia, quando o show aconteceu debaixo de um dilúvio. Chovia muito no Maracanã! E era uma chuva bonita, caudalosa, que a iluminação do espetáculo tornava ainda mais magistral. Parecia que Madonna estava cantando atrás de uma cachoeira. Também foi debaixo do temporal que ela conseguiu as melhores performances de Miles Away e Give it 2 me.



You've got style,
that's what all the girls say
Satin sheets and luxuries so fine
All your suits are custom made in London
But I've got something that you'll really like

Gonna dress you up in my love
All over, all over
Gonna dress you up in my love
All over your body

Feel the silky touch of my caresses
They will keep you looking so brand new
Let me cover you with velvet kisses
I'll create a look that's made for you

Gonna dress you up in my love, in my love
All over your body, all over your body
In my love
All over, all over
From your head down to your toes

16.12.08





I just woke up from a fuzzy dream
You never would believe the things that I have seen
I looked in the mirror and I saw your face
You looked right through me, you were miles away

All my dreams, they fade away
I'll never be the same
If you could see me the way you see yourself
I can't pretend to be someone else

Always love me more, miles away
I hear it in your voice, miles away
You're not afraid to tell me, miles away
I guess we're at our best, miles away

So far away, so far away, so far away, so far away
So far away, so far away, so far away, so far away

When no one is around then I have you here
I begin to see the picture, it becomes so clear
You always have the biggest heart
When we're 6.000 miles apart

Too much of no sound
Uncomfortable silence, it can be so loud
Those three words are never enough
When it's long distance love

You always love me more, miles away
I hear it in your voice, miles away
You're not afraid to tell me, miles away
I guess we're at our best, miles away

So far away, so far away, so far away, so far away
So far away, so far away, so far away, so far away

I'm alright
Don't feel sorry, but it's true
When I'm gone, you realize
That I'm the best thing that happened to you

You always love me more, miles away
I hear it in your voice, miles away
You're not afraid to tell me, miles away
I guess we're at our best, miles away

You always love me more, miles away
I hear it in your voice, miles away
You're not afraid to tell me, miles away
I guess we're at our best, miles away

So far away, so far away, so far away, so far away
So far away, so far away, so far away, so far away









Where do we go from here?
This isn't where we intended to be
We had it all, you believed in me
I believed in you

Certainties disappear
What do we do for our dream to survive?
How do we keep all our passions alive,
As we used to do?

Deep in my heart I'm concealing
Things that I'm longing to say
Scared to confess what I'm feeling
Frightened you'll slip away

You must love me
You must love me

Why are you at my side?
How can I be any use to you now?
Give me a chance and I'll let you see how
Nothing has changed

You must love me


8.12.08




O melhor enfeite de natal talvez seja apenas um grande sorriso.
CONTROLE REMOTO - A festa de confraternização de fim de ano dos roteiristas da Rede Record foi com um animado almoço no Porcão Rio´s. Com a bela vista do Pão de Açúcar ao fundo, os escritores mandaram ver nas picanhas, maminhas e filés da badalada churrascaria enquanto faziam um balanço dos acertos e erros da teledramaturgia nesse ano de 2008. Estavam lá desde Tiago Santiago, o novelista e supervisor de teledramaturgia da emisssora, até Renata Dias Gomes, neta de Janete Clair e Dias Gomes, que faz parte da equipe de roteiristas da novela Chamas da Vida, de Cristiane Fridman.

Também marcaram presença Luiz Carlos Maciel, Doc Comparato, Marcilio Moraes, Altenir Silva. Gibran Dipp, Antonio Carlos Fontoura, Gustavo Reiz, Camilo Pellegrini, Joaquim Assis, Paula Richard, Vivian Oliveira, Denise Crispun, Ana Clara Santiago, Sylvia Palma, Margareth Boury, René Belmonte... Autores que moram em São Paulo, como Emilio Boechat, Nélio Abbade e Lauro César Muniz não puderam comparecer. Já Maria Cláudia Oliveira, uma das mais talentosas autoras do time da Record, não pôde ir por que o encontro foi no dia de folga da babá. Então a escritora teve que ficar em casa cuidando da sua filha Gabriela.

O sucesso de Chamas da Vida foi um dos assuntos mais comentados no almoço. A equipe de redatores está muito satisfeita com a repercussão da novela, mas se queixaram que têm trabalhado muito. É que uma série de contratempos fez com que vários capítulos fossem reescritos: acidentes e problemas de saúde com pessoas do elenco. Todo mundo no almoço elogiou a atuação dos atores André di Mauro e Letícia Colin, o pedófilo e a garotinha, atual casal-fetiche da TV brasileira. Mas também foi uma unanimidade as criticas a atuação de Roberto Bomtempo como o travesti Docinho, na mesma novela. “Ele está péssimo”. “Bomtempo destruiu o personagem”. “Aquele papel deveria ser do Gilberto Grawonski”. Foram alguns dos comentários...

Luiz Carlos Maciel, guru intelectual da maioria dos escritores presentes, foi o primeiro a chegar. Divertido, inteligente e bem humorado fez comentários pertinentes sobre os roteiros das novelas em cartaz. Já Doc Comparato, autor do mais importante livro sobre roteiros do Brasil, disse que está na hora de surgir uma nova geração de novelistas. Antonio Carlos Fontoura causou polêmica quando elogiou a novela Três Irmãs. “Adoro as novelas do Antônio Calmon. Sempre tem muita praia, surfe e garotas de biquíni. Acho relaxante e alto astral”, disse Fontoura, que já trabalhou com Calmon no cinema. “Quando conheci o Calmon ele nem era gay”, disse o roteirista provocando gargalhadas.

Um garçon foi convocado para fazer a foto do grupo no jardim do restaurante, com o Pão de Açúcar ao fundo. O vento que soprava da baía da Guanabara deu trabalho a Renata Dias Gomes. Ela não sabia se segurava sua vasta cabeleira ou sua minissaia, divertindo seus colegas com a dúvida. Vivian Oliveira contou que está grávida e foi muito paparicada, já que é muito querida por todos. Gustavo Reiz, um craque de histórias para adolescentes, contava do sucesso do seu último livro “Sonhos de umas férias de verão”. Conta a história de Marcelo Pitbull, um adolescente que muda sua vida quando se apaixona por uma garota durante as férias numa praia paradisíaca. Já Marcílio Morais e sua equipe eram só expectativa com a estréia do seriado A Lei e o Crime, dia 5 de Janeiro.

3.12.08





Para a mulher, o homem é um meio: o objetivo é sempre o filho.







A maturidade do homem consiste em haver reencontrado a seriedade que tinha no jogo quando era criança.






É pelas próprias virtudes que se é mais bem castigado.
SÁBADO EM BOTAFOGO - Sábado passado houve almoço de confraternização da minha turma da faculdade. Alunos e professores reunidos num restaurante em Botafogo para contar novas e velhas histórias dos bons tempos do curso de Comunicação da PUC. Foi bem mais divertido do que eu imaginava. Uma alegria enorme em rever as pessoas e lembrar como foram felizes os anos que passei na PUC. Algumas pessoas eu não via desde a sala de aula, duas décadas atrás. Outras se tornaram amigas de toda a vida.

Da minha turma o aluno mais famoso é o jornalista Sidney Rezende. Lembro dele bem jovem, sempre adotando uma posição de liderança entre os alunos. Logo no começo do curso ele fundou uma revista, chamada Proposta e me convidou para escrever artigos. Até hoje, sempre que se envolve em algum projeto, ele sempre me chama para participar. Pela sua atitude na sala de aula e também pelo seu interesse pelo curso e pelos nuances do jornalismo, seus colegas nunca tiveram dúvidas que o Sidney seria um dos grandes. “Vocês ainda vão me ver apresentando o Jornal Nacional”, nos disse ele certa vez nos pilotis da PUC.

O mesmo Sidney Rezende jovial e falante esteve presente no almoço de confraternização de seus colegas de curso. Mesmo sendo o mais famoso da turma, ele fez questão de prestigiar seus antigos colegas de turma. Quando alguém elogiou sua jovialidade, sua pele jovem, seu sorriso franco e seu alto astral, ele comentou. “Fiz cinquenta anos esse ano. Eu, Madonna e a Bossa Nova”. Sidney lembrou histórias divertidas da nossa época da Faculdade e contou casos muito bacanas da PUC dos dias de hoje, onde agora é professor.

Foi muito bom rever a professora Rosangela Ainbinder, que eu não encontrava desde a sala de aula. Suas aulas eram cultuadas pelos alunos da minha turma. O pensamento do filósofo Nietzsche era assunto constante de suas aulas. Foi Rosângela quem nos apresentou o trabalho do artista MC Escher, cujas gravuras ela usava como referência para debates entre os alunos. A minha turma adorava a Rosângela, pois a considerava “muito louca”. Durante o almoço, quando perguntamos se ela ainda usava as ilustrações de Escher para estimular o debate entre os alunos, ela respondeu que sim. Mas que agora também usava o filme Matrix para discutir o pensamento Nietzsche.

O professor Silvio Tendler também estava no almoço. De todos os professores que já tive na vida, o Silvio é o que mais leva ao pé da letra sua função de Mestre. Sempre foi super atencioso com seus alunos, se sente responsável por eles. É cuidadoso, paternal. Gosta de orientar e acompanhar a trajetória de cada um depois que sai da Faculdade. É um sujeito que tem vocação pra professor e exerce seu ofício com uma atitude que sempre comoveu e impressionou seus alunos.

Moema Toscano foi outra presença que emocionou a todos. Uma professora que nos marcou muito com suas aulas precisas e conscientes. Sua atitude sempre elegante e firme foi um marco no nosso curso de Comunicação. Durante o almoço Sidney sempre se referia a nossa professora com muita reverência, muito carinho. E isso foi muito bonito. Foi bom poder admirar sua beleza e elegância através das marcas do tempo no seu rosto e nos seus cabelos imaculadamente brancos. O professor Bernardo Monteiro nos fez rir muito com suas histórias tragicômicas sobre o mercado imobiliário da zona oeste, onde tem uma construtora. E o professor César Romero Jacob nos deu uma aula de política, ao analisar o resultado das últimas eleições no Rio de Janeiro.

Conversei bastante com a Liliana Rodrigues, cuja presença deu muito charme ao nosso almoço. Liliana é uma pessoa divertida e alto astral. Durante o almoço nos falou de sua trajetória pessoal, de sua experiência como apresentadora do RJTV, do casamento, dos filhos homens que vivem lhe fazendo perguntas indiscretas. “Meus filhos são muito curiosos. Vivem me perguntando o que é que eu faço na cama, se eu transo assim, se eu transo assado. Fico sem saber o que responder”, dizia ela provocando gargalhadas. No almoço também estavam Maria Tereza Marques Moreira, Marilene Lopes, Roberto Faustino, Mary Anne Sá, Ligia Ortiz e mais um monte de gente.


1.12.08




Os grandes escritores nunca foram feitos para suportar a lei dos gramáticos, mas sim para impor a sua.
SOPA DE TAMANCO - Está fazendo o maior sucesso na internet o texto sobre a imprensa brasileira, que Geneton Moraes Neto escreveu no seu blog Sopa de Tamanco. Como o Geneton é meu ídolo de infância, fiz questão de reproduzir o artigo logo abaixo. É o seguinte: quando criança eu lia todos os domingos a coluna que Geneton assinava no Júnior, o suplemento infantil do Diário de Pernambuco. Com treze anos ele já era colunista do jornal e escrevia coisas que me impressionavam. E quando eu descobri seu artigo no blog, ao ler aquelas palavras, por instantes voltei a me sentir aquele menino curioso que lia avidamente as páginas coloridas do Júnior, o jornal feito para a garotada. Curiosamente, hoje em dia, Júnior é o nome de uma revista gay.



ANÚNCIO FÚNEBRE - OS JORNALISTAS ESTÃO ENTERRANDO O JORNALISMO - Começa a chover. Não me ocorre outra idéia para me proteger do aguaceiro: paro na banca para comprar um jornal. Em época de "crise econômica", eis um belo investimento, com retorno imediato: além de me brindar com notícias interessantes, o jornal, quando dobrado e erguido sobre a cabeça, cumpre garbosamente a função de guarda-chuva.

O jornal é de São Paulo. Poderia - perfeitamente - ser do Rio de Janeiro ou de qualquer outro estado brasileiro. Eu disse "notícias interessantes" ? Em nome da verdade,retiro o que disse.

Pelo seguinte: não sou nenhum fanático por informação, não passo quatorze horas por dia conectado, não sou desses jornalistas que, à falta do que fazer na vida, acham que não existe nada sob o sol além do jornalismo. Em suma: considero-me apenas um consumidor mediano de notícias. Ainda assim, eu já sabia de noventa e cinco por cento do que aquele jornal tentava me dizer na primeira página.

O que o jornal me dizia, nos títulos ? Que o São Paulo "abre cinco pontos sobre o Grêmio". Que novidade! Qualquer criança de dois anos que tivesse passado diante de um aparelho de TV na véspera já sabia. Nem preciso falar da Internet. "Chuvas em Santa Catarina matam 20". Que novidade! "Obama divulga nomes de cargos-chave". Que novidade! "EUA podem injetar até US$ 100 bi no Citigroup". Que novidade!

Não é exagero: eu já tinha recebido todas essas informações na véspera.

Tive a tentação de voltar à banca, para pedir meus dois reais e cinquenta de volta. Mas, não: resolvi dar um crédito de confiança ao jornal. Quem sabe, como guarda-chuva ele teria uma atuação melhor. Teve.

De tudo o que estava nos títulos da primeira página do jornal, só uma informação era "novidade" para mim: "Brasil será o único país do mundo que não eliminou hanseníase". Conclusão: o jornal estava me oferecendo pouco, muito pouco, pouquíssimo.

Tenho certeza absoluta de que milhares de leitores, quando abrem os jornais de manhã, são invadidos pela mesmíssimo sentimento: em nome de São Gutemberg, para quem estes jornalistas acham que estão escrevendo ? Em que planeta os editores de primeira página vivem ? Por acaso eles pensam que os leitores são marcianos recém-desembarcados no planeta ? Ninguém avisou a esses jornalistas que a TV e os milhões de sites de notícias já divulgaram, desde a véspera, as mesmíssimas informações que eles agora repetem feito papagaios no nobilíssimo espaço da primeira página ?

Os autores dessas obras-primas ( primeiras páginas que não trazem uma única novidade para o leitor médio!) são, com certeza, jornalistas que temem pelo futuro do jornal impresso.
É triste dizer, mas eles estão cobertos de razão: feitos desse jeito, os jornais impressos estão, sim, caminhando celeremente para o mausoléu. Não resistirão.

Os coveiros da imprensa estão trabalhando freneticamente: são aqueles profissionais que aplicam cem por cento de suas energias para conceber produtos burocráticos, óbvios, chatos, soporíferos e repetitivos.

Em suma: os jornalistas estão matando o jornalismo.

Quem já passou quinze segundos numa redação é perfeitamente capaz de identificar os coveiros do jornalismo: são burocratas entediados e pretensiosos que vivem erguendo barreiras para impedir que histórias interessantes cheguem ao conhecimento do público. Ou então queimam neurônios tentando descobrir qual é a maneira menos atraente, mais fria e mais burocrática de transmitir ao público algo que, na essência, pode ser espetacular e surpreendente: a Grande Marcha dos Fatos.


Qualquer criança desdentada sabe que não existe nada tão fácil na profissão quanto "derrubar" uma matéria. Há sempre um idiota de plantão para dizer : "ah, não, o jornal X já deu uma nota sobre esse assunto"; "ah, não, o jornal Y publicou há trinta anos algo parecido" e assim por diante. O resultado desse exercício de trucidamento jornalístico é o que se vê: uma imprensa chata, chata, chata, chata. É raríssimo aparecer um salvador de pátria que pergunte: por que jogar notícias no lixo, oh paspalhos ? Por que é que vocês não procuram uma maneira interessante e original de contar - e oferecer ao publico - uma história ? Haverá sempre uma saída!

A regra vale para jornal impresso, revista, rádio, TV, internet, o escambau.

Mas, não. Contam-se nos dedos da mão de um mutilado de guerra os jornalistas que devotam o melhor de suas energias para fazer um jornalismo vívido e interessante. Já os burocratas e assassinos, numerosíssimos, continuam golpeando o Jornalismo aos poucos. Vão matá-lo, cedo ou tarde, é claro.

Não há organismo que resista à repetição dos botes dos abutres ( um dia, quando estiver prostrado à beira de um pedaço de mar verde da porção nordeste do Brasil, farei - de memória - uma lista dos crimes que já vi serem cometidos, impunemente, nas redações. Se tiver paciência para juntar sujeito e predicado, prometo que farei um post. Almas ingênuas podem acreditar que absurdos não acontecem com frequência nas redações. Mas, em verdade, vos digo: acontecem, diariamente. O pior, o trágico, o cômico, o indefensável é que os assassinos do Jornalismo são gratificados com férias, décimo-terceiro, plano de saúde, aposentadoria, seguro de vida e vale-alimentação. Detalhe: lá no fundo, devem achar que ganham pouco....Quá-quá-quá).


Um detalhe inacreditável: em qualquer roda de conversa numa redação, em qualquer congresso ( zzzzzzzzzzz) de Jornalismo, é possível ouvir que há saídas simplíssimas. Bastaria tomar - por exemplo - providências estritamente "técnicas": em vez de repetir papagaiamente(*) nos títulos aquilo que a TV e a internet já cansaram de divulgar, por que é que os jornais não destacam na primeira página a informação inédita, o ângulo pouco explorado, o detalhe capaz de prender a atenção do coitado do leitor na banca ? Pode parecer o óbvio dos óbvios, mas nenhum jornal faz. Qualquer lesma semi-alfabetizada sabe, mas nenhum jornal faz. Se fizessem este esforço, os jornais poderiam, quem sabe, atiçar a curiosidade do leitor indefeso que entra numa banca em busca de uma leitura atraente. Coitado. Não encontrará. É mais fácil encontrar um neurônio em atividade no cérebro de Gretchen.

Fiz um teste que poderia ser aplicado a qualquer estagiário de jornalismo: tentar achar, no exemplar que tenho em mãos, informações que rendam títulos menos burocráticos e mais atraentes do que os que o jornal trouxe na primeira página. Em quinze segundos, pude constatar que havia,sim, no texto das matérias, informações mais interessantes do que as que foram destacadas nos títulos óbvios. Um exemplo, entre tantos: a chamada do futebol na primeira página dizia "São Paulo abre 5 pontos sobre o Grêmio". Por que não algo como "TREINADOR PROÍBE COMEMORAÇÃO ANTECIPADA NO SÃO PAULO" ou "JOGADORES DO SÃO PAULO PROBIDOS DE IR A PROGRAMAS DE TV"? A matéria sobre as enchentes dizia que, depois do maior temporal dos últimos dez anos, Santa Catarina enfrentava racionamento de água potável - um duplo castigo. E assim por diante. Daria para fazer dez chamadas diferentes. Mas.....o jornal repete na manchete o que a TV já tinha dito.

Quanto ao futebol: com toda certeza, as informações que ficaram escondidas no texto eram mais atraentes do que a mera contagem de pontos que o jornal estampou no título da primeira página! Afinal, cem por cento dos torcedores do São Paulo já sabiam, desde a véspera, que o time disparara na liderança. Não é exagero dizer: cem por cento sabiam. Mas, a não ser os fanáticos por resenhas esportivas, poucos sabiam que o treinador tinha proibido os jogadores de participarem de programas de TV, para evitar comemorações antecipadas. Por que, então, esconder o detalhe mais interessante ? É o que os editores fazem: tratam de sepultar a informação mais atraente em algum parágrafo remoto, lá dentro do jornal. Depois, querem que o leitor saia da banca satisfeito por ter pago para ler o que já sabia....

Estão loucos.

Resumo da ópera: os assassinos do Jornalismo, comprovadamente, são os jornalistas. É uma gentalha pretensiosa porque acha que pode decidir, impunemente, o que é que o leitor deve saber. Coitados. O que os abutres fazem, na maior parte do tempo, em todas as redações, sem exceção, é simplesmente tornar chata e burocrática uma profissão que, em tese, tinha tudo para ser vibrante e atraente.

Mas nem tudo há de se perder. Os jornais podem, perfeitamente, ser usados como guarda-chuva. Fiz o teste. O resultado foi bom: cheguei tecnicamente enxuto ao destino.

(*)Papagaiamente: neologismo que acabo de criar, iluminado por uma inspiração animalesca.

15.11.08




Os maiores males infiltram-se na vida dos homens sob a ilusória aparência do bem.


O DILEMA DE JACIRA – Minha empregada mora no Cantagalo, onde essa semana houve um intenso tiroteio entre policiais e bandidos que agitou a crônica policial carioca. Mortes, explosões de granadas, feridos, correrias. As imagens exibidas na TV eram impressionantes. Cenas de uma autêntica guerra civil. Mas as autoridades brasileiras acham tudo isso perfeitamente natural. Sergio Cabral, o governador do Estado, a maior autoridade em Segurança Pública diz que está tudo sob controle. E assim caminha a humanidade.

Quando Jacira chegou para arrumar meu apartamento, coisa que faz com muita competência, perguntei como ela havia conseguido sobreviver a toda àquela confusão. Jacira sorriu e me disse que tinha ficado trancada dentro de casa, deitada no chão, agarrada aos filhos. “Uma bomba explodiu do lado da minha casa. Pensei que o morro ia desabar de uma vez”, contava ela com seu sorriso que escondia certa amargura. Enquanto tirava o pó, limpava o assoalho e colocava ordem na casa ela me contava sua vida na favela.

“Já faz um tempo que a gente percebia que chegava material de construção para as obras do Pac e, em vez de ver as obras do governo, a gente só via crescer as mansões dos traficantes”, comentava ela, reafirmando a versão da polícia de que estava havendo desvio do material de construção nas obras promovidas pelo governo. “E a policia? Não existe um posto policial lá em cima?”, perguntei, confiando na afirmação do Governador Sergio Cabral de que havia um posto policial no alto do morro. A mulher deu um muxoxo. “Os policiais só querem saber de dinheiro”, disse. E então contou que outro dia estava com a sua mangueira, aguando as plantas que tem no quintal, e ouviu a conversa de três policiais do tal posto, com dois traficantes armados. Os policiais estavam pedindo mais dinheiro aos bandidos. “Cem reais pra cada um é muito pouco. A gente quer no mínimo duzentos para não perturbar o movimento de vocês”, dizia o policial militar ao traficante armado. Sem se preocupar que a pobre da Jacira estivesse ouvindo sua conversa sórdida. “Com uma polícia dessas isso nunca vai acabar”, concluiu a mulher, decepcionada.

O nível de corrupção da polícia carioca não tem limite. Semana passada o Governador Sérgio Cabral jogou futebol na praia de Copacabana, na partida preliminar que houve antes da final do campeonato carioca de futebol de praia entre o Copaleme e o São Clemente. Pois bem. Enquanto o governador driblava o time adversário, jogadores contavam que ladrões da favela do Leme pagavam cinqüenta reais aos policiais do posto que fica ao lado do Copacabana Palace, para eles deixarem os bandidos assaltar os turistas do pedaço. Agora durma-se com um barulho desses!

Lavando a minha louça, com a expressão cansada de quem vive numa área de guerra, Jacira divagava sobre sua convivência com os bandidos. “Já vai trabalhar, tia?”, eles costumam perguntar, quando a vêem saindo de casa. Jacira diz que já está acostumada a encontrar os jovens traficantes circulando abertamente com fuzis pelos becos da favela. "Eles não mexem com a gente não". Quando comentou as imagens exibidas no noticiário da TV, Jacira revelou que as pessoas que ficavam xingando os tiras que invadiram a favela no dia do tiroteio eram parentes dos traficantes mortos. Gente que dependia financeiramente do negócio sórdido.

"Os que morreram eram uns rapazes bem bonitinhos", dizia ela pra me instigar. Às gargalhadas, contou que, naquele mesmo dia, depois que a polícia já tinha ido embora, teve a maior confusão na casa de um dos traficantes. Um bate-boca medonho entre a viúva e a mãe do falecido. As duas mulheres disputando um grande lote de jóias roubadas que a polícia não conseguiu recuperar. “A favela inteira ouviu os gritos das duas. Uma xingando a outra pra ficar com as jóias.”

É a cidade nua.

14.11.08


A pior das loucuras é, sem dúvida, pretender ser sensato num mundo de doidos.

CONTROLE REMOTO – O novelista Aguinaldo Silva voltou das férias e anda destilando seu costumeiro veneno em crônicas e artigos publicados no seu blog. Seu alvo principal é a TV, mas ele também escreve sobre o racismo nos EUA pós-Obama, de chineses que copiam a moda francesa e sobre o sexismo na política americana. Lendo o blog da “tia” Aguinaldo me chamou atenção um interessante comentário sobre o excesso de anúncios nos canais de televisão por assinatura. Aguinaldo tem toda razão. É cada vez maior a quantidade de anúncios nos canais por assinatura. Ora, bolas! A desculpa da cobrança para a TV por assinatura não era a de que não haveria anúncios? Pois é. A TV a cabo se tornou popular, os canais cada dia têm mais anúncios, e as empresas de TV a cabo estão ganhando de duas fontes: cobrando preços extorsivos dos anunciantes e faturando alto com a propaganda. Ainda bem que o Aguinaldo Silva cantou essa pedra. Afinal, alguém precisa fazer alguma coisa.

Muito se fala que um dos grandes problemas do Brasil é que aqui se investe muito pouco em educação. O que mais se ouve em discursos de políticos e se lê em artigos de teóricos e intelectuais é que o Brasil precisa investir em educação. Pois é. Uma excelente forma do Brasil investir em educação é conceder a TV a cabo gratuitamente para a população. Não há como negar. Os canais da TV cabo são extremamente educativos. Muitas vezes assistindo a TV ou lendo os jornais, tomo conhecimento de noticias de que a polícia desbaratou uma quadrilha que estava distribuindo canais de TV ilegais nas regiões mais pobres da cidade. Sempre fico chocado com isso. Quando o Estado nega o acesso aos canais da TV a cabo às camadas mais pobres da população, está negando a essas pessoas o acesso a educação, informação e cultura. Isso é terrível! Educação, informação e cultura é o que o nosso povo mais precisa.

Cada vez que assisto a TV por assinatura eu me pego aprendendo alguma coisa. Quando a Globo News apresenta programas como Espaço Aberto, com grandes entrevistas com filósofos, sociólogos, economistas, pensadores, escritores, etc, está oferecendo educação de alto nível para seu espectador. Cada entrevista é como se fosse uma aula magna sobre o tema retratado. Teóricos da Sorbonne, professores de Oxford, cientistas da Nasa... É impressionante a quantidade de informações de alto nível transmitidas pela TV a cabo. Por que negar isso a grande maioria da nossa população?

Para quem estuda línguas ter acesso ao canal da TV francesa, italiana, ou espanhola é fundamental. Para a maioria dos brasileiros que estudam inglês no colégio ter acesso a canais da TV americana e inglesa é de grande ajuda para o aprendizado. Isso sem falar nos canais assumidamente educativos como Futura, Discovery Chanel, People and Arts. Programas como GNT Fashion, Saia Justa e Manhattan Connection são muito educativos. São instrutivos também a grande variedade de documentários exibidos nos diversos canais. Mesmo canais de filmes como o Telecine Cult e o Canal Brasil são poderosos instrumentos de informação. Por que o povão não pode ter acesso gratuito a esse poderoso instrumento de educação e cultura?

“O Brasil precisa investir em educação”, essa afirmação ecoa nos meus ouvidos quando vejo a polícia arrancando os fios da TV a cabo das favelas brasileiras. Quem quiser TV a cabo tem que pagar uma assinatura de valor extorsivo. “Investir em educação” não é só construir escolas e melhorar o salário dos professores. Não se pode ignorar o poder da televisão como ferramenta de educação. Mas o governo brasileiro tem uma mentalidade subdesenvolvida com relação a essa questão. Aliás, o governo brasileiro, tem uma mentalidade subdesenvolvida com relação a tudo.

Está na hora de se formatar um movimento nacional contra o pagamento das mensalidades de TV a cabo. Aguinaldo Silva, o mais venenoso dos novelistas brasileiros, está lançando esse movimento ao perguntar no seu blog: Se é pra ter tanto anunciante, então pra que cobrar mensalidade?

Sinceramente? Eu acho que o Brasil está precisando urgente de uma nova revolução!


12.11.08




A felicidade consiste num bom saldo bancário, numa boa cozinheira e numa boa digestão.
BONS LIVROS - O livro é o melhor amigo do homem. As editoras estão lançandos bons títulos de olho nas festas de fim de ano. Não há melhor presente que um bom livro, ok? O Rei do cinema, de Toninho Vaz e Rim por rim, de Júlio Ludemir, são bons representantes da literatura brasileira.


O Rei do cinema narra a história de Luiz Severiano Ribeiro, ícone do cinema brasileiro, seus descendentes e a relação repleta de boas histórias da família e o cinema - tanto o brasileiro quanto o norte-americano. O autor Toninho Vaz descreve essa trajetória desde o primeiro Luiz Severiano Ribeiro, o médico, passando pelo obcecado criador de cinemas e seu filho, Júnior, produtor das chanchadas, até Luiz Severiano Ribeiro Neto, que administra uma cadeia de 208 cinemas em várias cidades brasileiras.

Contra os fatos não há argumento. Luiz Severiano Ribeiro tornou-se um dos maiores empresários brasileiros e o grande criador do ambiente nacional de magia proporcionado pela sala escura. Uma história emoldurada por motivos art nouveau e nascida no tempo em que o gongo tocava três vezes antes de se apagarem as luzes do grande salão. O livro resgata, aqui, a história de uma família organizada em torno do ideal de Luiz Severiano Ribeiro, o pioneiro, o Imperador dos cinemas, o Rei. Uma história com o glamour dos anos dourados, o charme das tardes dominicais na rua do Ouvidor, centro do Rio de Janeiro, ou dos cafés elegantes em Fortaleza, que reuniam a juventude literária dos anos 1930 a 1950.

Uma história de abundância, não de sucesso. Abundância no sentido amplo, que vem de todos e retorna para todos. Não do sucesso que se encastela em apenas um personagem. Severiano Ribeiro era um investidor. O dinheiro que entrava como lucro devia ser canalizado para novos investimentos, provocando um efeito multiplicador. Assim, antes de completar 40 anos, Ribeiro já comandava a maior cadeia de cinemas do Brasil, com salas de exibição em vários estados.

Do início da saga dos Severiano Ribeiro com o médico de Baturité - no tempo que cinema ainda era uma experiência rudimentar - até os dias de hoje, com a adequação do sistema multiplex às salas coletivas de shopping centers, o livro traça a trajetória do Brasil moderno. O Rei do cinema é um trailer bem montado sobre nossa história vista pela evolução de nosso mercado cinematográfico.




Em Rim por rim, livro-reportagem sobre o tráfico de órgãos humanos no Brasil, Julio Ludemir mostra vendedores de rins de bairros sem infra-estrutura de Recife e como alguns deles acabam recrutando, a sangue-frio, seus próprios parentes em troca de uma recompensa da cúpula do tráfico. O autor viajou para África do Sul, Europa e Estados Unidos em busca de pistas sobre essa prática.

Depois de No coração do comando, onde explora o sistema carcerário, e Sorria: você está na Rocinha, onde fala da indústria da miséria nos morros cariocas, o jornalista pernambucano Julio Ludemir mergulha de novo no submundo. Dessa vez para revelar o horror do tráfico de órgãos humanos no Brasil. Em Rim por rim, Ludemir prova que esse mito urbano está mais próximo da realidade do que se supõe.

Após uma pesquisa de dez anos, que começou na África do Sul e no Brasil e seguiu para o Oriente Médio (Turquia, Israel e parte da Palestina), para a Europa Oriental (Moldávia e Romênia) e para o sudeste da Ásia (nas Filipinas), bem como para a Argentina, Cuba e Estados Unidos, antes de voltar ao ponto de partida, o autor reuniu dados impressionantes sobre esse comércio absurdo.

Seguindo os diversos rastros dos compradores de órgãos, dos vendedores itinerantes de rins, dos traficantes internacionais de órgãos, dos caçadores locais de rins, dos técnicos em hematologia, dos operadores de bancos de órgãos e tecidos, dos cirurgiões especialistas em transplantes sem projeção alguma e outros profissionais da medicina envolvidos no "turismo dos transplantes", Ludemir encontrou circuitos muito ativos de comércio de tecidos e órgãos que reciclavam corpos humanos - no todo ou em partes, tanto vivos quanto mortos - por valores que variavam de irrisórios a sublimes.

Cada parte do corpo - córneas, tendões, válvulas cardíacas, ossos, artérias, pele - tinha um grau de utilidade e um valor de mercado. Os tecidos retirados amiúde de pessoas mortas sem autorização em hospitais e necrotérios da polícia na África do Sul ou de casas funerárias de Nova York eram "preparados", acondicionados e vendidos internacionalmente. Os escândalos em torno da descoberta dos roubos de cadáveres provocaram uma reação em cadeia: processos criminais e leis mais severas capazes de coibir tais crimes. O livro também se pergunta quem é bandido e quem é mocinho nesta indústria onde todos acham legítima a sua participação. Desde de médicos de renome internacional que fazem a cirurgia, até os vendedores que alegam "o rim é meu, faço com ele o que eu quiser", passando pelos compradores que, por sua vez, não querem ter as suas próprias vidas interrompidas pela falência de um dos órgãos. E os intermediários parecem sinceros quando dizem que estão fazendo uma boa ação. Não os julgue antes de ler esta obra.

Rim por rim é um livro fundamental para entender esse mecanismo e a corrupção que impera em diversos níveis do sistema de saúde. Um grito de alerta contra a banalização do ser humano e a transformação em comércio e lucro a dor e sofrimento de milhares de pessoas que esperam por anos numa fila de transplantes.

5.11.08




As mulheres que procuram ter os mesmos direitos dos homens têm falta de ambição.
CLAUDIA OHANA E A PLAYBOY - A eleição de Barack Obama? A fusão do Unibanco com o Itaú? A vida gay do Eduardo Paes? Nada disso. O assunto mais importante no Brasil é a xoxota da Claudia Ohana. Está nas bancas desde ontem a aguardada Playboy de novembro com as fotos da estrela nua. O público alvo da publicação viveu momentos de muita tensão nos últimos dias. A expectativa foi grande desde que foi anunciado que a atriz iria novamente posar nua para a revista. É que sua primeira aparição na Playboy se tornou um clássico inquestionável. Certamente é a edição mais lembrada por punheteiros de várias gerações, que se deliciaram à vontade com as fotos da jovem Cláudia e sua abundância de pêlos pubianos. Na primeira edição, quebrando uma quase exigência dos ensaios de nus femininos, a atriz não depilou os pentelhos. Nem mesmo aparou. Não foi nada programado. Ela apenas seguiu sua intuição e se mostrou do jeito que realmente era. Foi um sucesso retumbante. Nem ela mesma imaginou que sua cabeleira pudesse fazer tanto sucesso. Até hoje, 23 anos depois, é a revista mais lembrada pelos taradinhos leitores da revista.

O lançamento da Playboy da Claudia Ohana trouxe para os bares de Copacabana, no último fim de semana, uma discussão calorosa entre o público masculino: o que é mais apetitosa, uma xoxota cabeluda ou uma xoxota depilada? Esse foi o assunto mais discutido pelos irresistíveis craques de futebol de praia, que no último fim de semana disputaram as semifinais do Campeonato Estadual. O jogador Caô, um dos feras das areias de Copa, craque do Racing, deu um depoimento muito compenetrado: “Respeito muito a xoxota da Claudia Ohana, mas prefiro as mulheres depiladas”. Seu colega Alexandre Valois diz que também prefere as depiladas, mas lembra que ficou traumatizado com o primeiro ensaio. “Eu era moleque naquela época, então quase morro de tanto folhear a revista. As páginas viviam coladas de tanto que eu ia lá. Aquela mulher quase me mata!” Yuri, do América do Lido, confessa que também prefere as depiladas, pois alega que “os pentelhos escondem a buceta da mulher”. Mas nem todos preferem as depiladas. “Prefiro as cabeludas! Para mim quanto mais cabeluda, mais meu pau fica duro”, afirmou de forma categórica um craque do Copaleme que preferiu não se identificar. No próximo sábado o Copaleme vai disputar a final do campeonato jogando contra o São Clemente.

Enquanto isso a diva Claudia Ohana se prepara para enfrentar o público alvo da revista. Nesta quinta-feira, a partir das oito da noite, ela vai estar na Livraria Letras e Expressões de Ipanema, ao vivo e a cores, autografando exemplares da Playboy.

Claudia Ohana e a câmera foram feitas uma para a outra. Seja em fotos, na tela de cinema, ou na TV, há um perfeito entrosamento entre as duas. Nas fotos da Playboy essa harmonia entre a câmera e a modelo continuam presente, como se ambas tivessem feito um pacto. Ohana está completamente à vontade, como se a câmera fotográfica tivesse a capacidade de protegê-la, encobri-la e não desnudá-la. Uma parece saber exatamente o que a outra quer. O resultado é um ensaio de muito bom gosto, fotos belíssimas, num cenário árido e selvagem, que valoriza a beleza da atriz.






CLAUDIA OHANA E EU – A primeira vez que vi Claudia Ohana foi num filme. Eu estudava na PUC e um dia, depois da aula, estava indo embora, encontrei o Silvio Tendler, que era meu professor, e no elevador conversamos rapidamente sobre cinema. Então ele me disse que estava indo assistir a um filme de um amigo, uma sessão para um grupo de convidados, a primeira vez que o filme ia ser exibido para uma platéia. “Quer ir?”, me perguntou. Essa era uma época da minha vida em que eu queria tudo. Respondi que sim. E vim com ele até a cabine do Hotel Meridien. Era um tempo em que curtia o cinema brasileiro. Hoje acho chato.

Era um filme ótimo chamado A pele do bicho, do diretor Pedro Camargo. Lembro que quando ela surgiu na tela eu pensei: “Que garota bonita!” Depois da sessão repeti isso várias vezes para meu professor. Só fui conhecê-la pessoalmente anos depois, nos bastidores da novela Vamp, onde ela interpretou Natasha, a vampira roqueira que era a heroína da história de Antônio Calmon. Ela não foi o primeiro nome lembrado para o papel. O Calmon queria Andréa Beltrão, com quem já tinha trabalhado em Armação Ilimitada. Já tinha dito isso para Andréa, já tinha comunicado ao Daniel Filho que, na época era o responsável pelo Departamento de Teledramaturgia. Daniel, por sua vez, pensava em lançar um nome novo.

Quando a Globo decidiu que Jorge Fernando ia ser o diretor, na primeira reunião que houve para resolver as questões da novela, ele fez uma surpresa. Antes de começar a reunião pediu a palavra, falou que não queria dizer nada, mas queria mostrar uma coisa para todo mundo. Então pegou uma fita de vídeo, colocou pra rodar e apagou as luzes da sala. Na tela da TV apareceu um videoclipe da Claudia Ohana cantando Sympathy for the devil, dos Rolling Stones. Era um clipe super bem produzido, com bailarinos, coreografias, cenário. Ela surgia com um visual impactante, como uma espécie de Shakira. Dez anos antes do surgimento da verdadeira Shakira. Quando acabou o clipe Calmon falou que aquela era a Natasha com que ele sempre sonhou para sua novela. E Claudia ganhou o papel.

O Jorge Fernando é louco por ela. Ele adora a Claudia que, para ele é o protótipo de uma estrela brasileira. Canta, dança, representa, faz drama, humor e é uma ótima parceira de trabalho. Claudia sempre passa para seus colegas a sensação de que está se divertindo muito com tudo aquilo. Para ela não tem tempo ruim. Se tiver que esperar ela espera. Se tiver que ficar até mais tarde, ela fica. E para um diretor isso é essencial. Claudia é uma garota fantástica. Boa gente, divertida, inteligente, interessada pelo trabalho dos outros...

Jorge Fernando também a dirigiu no musical Rock Horror Show. Uma montagem sensacional, com bailarinos, um super cenário e banda ao vivo. E também nessa ocasião ela se mostrou uma atriz completa, dando um show, mesmo sendo aquela sua primeira experiência nos palcos. Assisti essa peça mais de uma dúzia de vezes, pois as adorava as músicas, as coreografias, a direção, a performance do Tuca Andrada e a atuação da Claudia.

A última vez que tive com a Cláudia Ohana foi na estréia da peça Monstra, com Patrycia Travassos, que Jorge Fernando dirige no Shopping da Gávea. Ela chegou sozinha, de vestido longo, linda como sempre. A gente se encontrou na entrada e caminhamos juntos em direção ao Teatro dos Quatro, que fica no primeiro andar. No caminho passaram por nós três rapazes e um deles olhou para ela e falou: “Claudia nunca esqueci a tua Playboy”. Ela sorriu para o bofe, caminhou alguns passos, olhou para mim e disse com ar coquete: “Waldir, essa Playboy me persegue!”

28.10.08





Fazer política é a arte de dividir o bolo de tal maneira que cada um pensa ter ficado com o pedaço maior.



Toda a vida é sonho e os sonhos sonhos são.


WALDETE SOU EU - Negócio da China é uma ótima novela. Tem uma boa história e um elenco muito bem escolhido, que mistura medalhões globais com talentos do teatro. Mas minha novela favorita da Rede Globo, no momento, é Três Irmãs, do meu querido Antônio Calmon. A história é completamente light, sem maiores vilanias e tem um otimismo diante da vida que me parece muito saudável. Além do que, o universo do surfe é algo irresistível. Mar, ondas e surfistas são a minha praia.


Mas, o que me faz ficar ligado em Três Irmãs é a homenagem que Antônio Calmon me faz na sua história. O personagem de Regina Duarte se chama Waldete por minha causa. Era assim que ele me chamava quando éramos amigos íntimos. Waldete com W, como a personagem gosta de afirmar. Eu me sinto honrado com a homenagem. Afinal, quantas pessoas no Brasil podem dizer que já foram homenageadas em uma novela da Rede Globo? Ainda mais com um personagem interpretado por Regina Duarte, uma atriz que é praticamente um símbolo da televisão brasileira. Alguns amigos agora só me chamam de Waldete com W, o que muito me diverte. Sobre o personagem Júlia Calmon, sobrinha do Antônio, me disse: “Cara, o meu tio te ama muito! Waldete é mais que um personagem. É uma declaração de amor”. Pois é, Júlia. Eu também amo muito o Antônio Calmon.

16.10.08




Semeie um ato, e você colhe um hábito. Semeie um hábito, e você colhe um caráter. Semeie um caráter, e você colhe um destino.





QUEM É GAY NA POLÍTICA BRASILEIRA?Henrique Meirelles, o Presidente do Banco Central, um dos homens mais poderosos da política brasileira, é homossexual! É interessante lembrar disso no momento em que Gilberto Kassab, Prefeito de São Paulo, candidato a reeleição, declara em entrevista que não é homossexual. Como assim? Não é homossexual? Os michês de São Paulo, freqüentadores assíduos do Palácio do Anhagabaú, que só chamam o Prefeito de Tia Kassab, devem estar indignados. Foi muito escrota a atitude de Marta Suplicy e do PT ao fazerem insinuações sobre a vida pessoal do Prefeito na propaganda política. (Mas essa gente é assim mesmo!) Por outro lado foi horrível o Kassab afirmar numa entrevista que não era homossexual. Se ele tivesse dito a verdade já teria ganho a eleição. Será que essa biba não se olha no espelho? Basta olhar na cara dele. Está escrito bem grande na testa: sou gay! Se o eleitor de São Paulo estivesse preocupado com isso não teria votado nele para o primeiro mandado.


Vejam aqui no Rio, por exemplo. A eleição de 2008 para a Prefeitura foi praticamente um pleito gay. Ora vejam. Além dos super gays Fernando Gabeira e Eduardo Paes, havia na disputa as botinas Jandira Feghali, também conhecida como Jandirão, e a rainha das sapatas, Solange Amaral. Não é o máximo? Claro que, oficialmente, ninguém assume, mas, afinal, para que assumir? Ninguém tem nada a ver com isso. No caso do Gabeira e do Paes ambos são casados, têm mulher, têm filhos. Mas são duas bibas! E viva o Rio.


“Já comi muito o Gabeira”, me disse certa vez cheio de orgulho Roque um jardineiro boa pinta que andava pela Farme de Amoedo. Com seu jeito pausado de falar Gabeira tem uma suavidade e uma delicadeza que o aproxima do estilo gay de ser. Já Eduardo Paes é uma bicha falsa! Ele adora posar de machão, exibe a mulher e os filhos como se fossem troféus, mas o grande amor da vida dele foi um surfista da Barra da Tijuca conhecido como Geribá. O amor não é lindo? Diante das câmeras ele sabe representar que é um machão, mas quando as câmeras são desligadas a bicha desmunheca horrores. No lançamento do livro do ex-presidente Fernando Henrique, no Hotel Caesar Park, Eduardo Paes deu tanta pinta, mas tanta pinta, que muita gente achou que ele fosse o cabeleireiro da Dona Rute.


Nesses dias em que prefeitos e homossexuais estão na crista da onda, vale lembrar o caso do finado deputado Álvaro Valle que disputou a prefeitura do Rio em 1988. Álvaro Valle era uma bichona, uma doida, uma desvairada. Uma libélula esvoaçante. Certamente por isso sua candidatura angariou muita simpatia da população. Nas pesquisas de intenções de voto a maricona aparecia em segundo lugar, quase encostando no primeiro colocado. Quando viu que sua candidatura estava decolando e que tinha chances reais de ganhar a eleição Álvaro Valle cometeu um ato insano: arrumou um casamento às pressas com uma frentista de um Posto de Gasolina. O casamento forçado arruinou a candidatura da boneca. O eleitorado ficou chocado com a atitude do deputado e desistiu de votar nele, que acabou ficando com pouquíssimos votos. Resultado: além de ter perdido a eleição a biba ainda teve que ficar aturando uma mulher dentro de casa. Bem feito.


Os homens públicos que são gays têm mania de arrumar um casamento às pressas para disfarçar sua homossexualidade. Não será surpresa se, nos próximos dias, o Gilberto Kassab aparecer com uma noiva e promover um casamento espalhafatoso com ela. Os michês paulistas vão ficar arrasados! Afinal, o generoso prefeito é o ídolo dos garotos de programa do Largo do Arouche. Mas Kassab não é o primeiro prefeito gay de São Paulo. Afinal, não podemos esquecer a arretada Luisa Erundina, que comandou a cidade com mão de ferro.


Foi para disfarçar sua homossexualidade que Henrique Meirelles, o todo-poderoso da economia brasileira, casou-se em 2002 com a psiquiatra Eva Missini. Banqueiro bem sucedido no Brasil e nos Estados Unidos, em 2004 Meirelles decidiu seguir carreira política e concorreu ao cargo de Deputado Federal por Goiás onde foi eleito com votação recorde. Ciente de que era conhecido como gay na sua terra natal, onde já tinha dado muita pinta, sua primeira providência antes de concorrer ao pleito foi se casar. Um casamento discreto, às pressas, em que os amigos que sempre frequentavam suas festas nem foram convidados. Um casamento de conveniência. Amigos íntimos de Meirelles garantem que ele está decidido a ser o próximo Presidente da República. A bicha quer por que quer sentar na cadeira do Lula. “Se o Lula, que é uma toupeira, pode ser Presidente, por que eu, que sou um sujeito brilhante, não posso?” É assim que pensa Meirelles todas as manhãs quando se olha no espelho. Será que Henrique Meirelles vai ser o primeiro Presidente Gay da República brasileira? Eu votaria nela!


Agora que se tornou uma estrela da política brasileira Henrique Meirelles anda muito comedido. O chato de ser político é isso: o sujeito não pode ser ele mesmo. Não pode dar pinta. Não pode rodar a baiana. Não pode pegar bofes na sauna. É o preço que se paga. Mas na época em era “apenas” Presidente do Banco de Boston e uma das estrelas do mercado financeiro internacional Meirelles soltava a franga. Rapazes bonitões de Goiás viviam lhe fazendo visitas íntimas na mansão em que morava em Boston. Sempre que podia o banqueiro vinha passar temporadas em São Paulo onde costumava dar festas de arromba, em que não faltavam champanhe e rapazes bonitos. Principalmente rapazes bonitos. “O Meirelles sempre foi uma bicha festeira. Suas festas marcaram época em São Paulo”, diz um velho amigo do banqueiro, figura assídua da sua lista de convidados. No seu aniversário, dia 31 de Agosto, o Presidente do Banco Central gostava de dar festas temáticas, onde muitas vezes costumava aparecer fantasiado, para deleite das bichas amigas. Numa de suas festas mais famosas, denominada de Noite das Arábias, Henrique Meirelles apareceu fantasiado de Scherazade. Waal! Certamente nessa época ele ainda não tinha aspirações políticas.

O Presidente Lula, que tem se revelado uma pessoa muito bem intencionada na questão da homossexualidade, devia apoiar a candidatura de Meirelles. Ele tem muito mais chances do que a Dilma Roussef, que é uma mulher muito careta. Mas, caso seja eleito, Meirelles não terá sido o primeiro Presidente homossexual da República brasileira. De forma alguma! Afinal, não podemos esquecer Itamar Franco, que era uma doidivanas, uma maluca! O curioso é que Itamar foi vice de Fernando Collor, que também tem um prontuário gay. No livro escrito por Pedro Collor ele conta em detalhes o caso amoroso que o irmão Fernando teve com um certo Coronel Darío, um militar que foi Ajudante de Ordens nos anos dourados da Casa da Dinda. Very sexy! Collor também teve um envolvimento com o deputado Paulo Otávio. Mas a vida gay de Fernando Collor começou ainda na juventude, quando ele era um garotão sarado e cheio de tesão. Foi nessa época que o Caçador de Marajás teve um romance com o costureiro francês Pierre Cardin, que foi a Alagoas acompanhar as filmagens de Joana, a Francesa, filme de Cacá Diegues, estrelado por Jeanne Moreau. Na época a estrela francesa era casada com Cardin. Pois bem. Enquanto La Moreau filmava com Cacá, Cardin se esbaldava com o adolescente Fernando Collor nas canaviais da periferia de Maceió. No livro de Pedro Collor ele também conta que o seu irmão tinha um fetiche um tanto quanto gay: gostava de consumir cocaína através de supositário. Ui! Talvez por tudo isso Collor tenha sido o melhor presidente do Brasil pós democracia.

Ao falar de gays na política brasileira não podemos esquecer jamais de Delfim Neto, a Ministra da Fazenda que reinou absoluta na época do governo militar. Essa era uma danada! Tão danada que tinha um grupo de rapazes ao seu dispor que eram conhecidos como os Delfim Boys. Os Delfim Boys eram garotões másculos e viris que a poderosa Delfim protegia e amava com todas as suas forças. Generosa, a Ministra sempre cuidou para que o futuro dos seus rapazes fosse promissor. Muito deles depois que abandonaram as asas protetoras de tia Delfim se tornaram ricos e poderosos, graças a influência da Ministra protetora. Um dos mais famosos Delfim Boys era um segurança bonitão que Delfim, apaixonado, ajudou muito. Anos depois, quando saiu da michetagem, ele acabou se tornando um poderoso empresário do setor das telecomunicações. Em sociedade tudo se sabe!

A lista de bibas na política brasileira é extensa. Henrique Meirelles não é o único gay nascido em Goiás a se tornar uma celebridade da política nacional. Seu conterrâneo Maguito Vilella também sempre foi do babado. Como vemos, as meninas de Goiás são danadinhas! Representando Pernambuco temos o ex-governador e hoje Senador Jarbas Vasconcelos. Esse tá sempre "namorando" misses e moças bonitas. Sua assessoria gosta de mostrá-lo como um machão pegador, mas lá em Pernambuco o que se conta é que ele gosta mesmo é de rapazes. Em Minas temos o nosso Aécio Neves, sempre muito namorador, mas que ostenta em seu curriculo amoroso romances com outros homens. Então vamos votar nele para Presidente!

1.10.08




Uma bela velhice é, ordinariamente, a recompensa de uma bela vida. - Pitágoras

95 ANOS ESTA NOITE – Hélio Gracie completou 95 anos nesse primeiro de outubro e, para comemorar a data, seus filhos Royler, Rolker e Rickson, (os outros irmãos estão no exterior) fizeram uma pequena comemoração na Academia Gracie do Humaitá. “Afinal, 95 é uma idade que merece ser comemorada”, disse Royler emocionado ao fazer uma saudação ao pai. Foi uma comemoração bem íntima. Apenas a família e os seguidores da filosofia Gracie que lotaram a academia para reverenciar o Mestre da arte marcial que praticam.

Os dois salões, transformados em enormes tatames, ficaram lotados de lutadores. Uma pequena multidão de faixas-pretas se expremia para chegar perto do criador daquilo que os americanos chamam de Brazilian Jiu-Jitsu, uma evolução sofisticada do jiu-jitsu ancestral praticado na Índia, na China e no Japão. Uma horda de lutadores, todos vestidos com elegantes quimonos, fez fila para cumprimentar o Hélio, dar um abraço, um beijo, bater uma foto, trocar um gesto de carinho. Um ritual quase religioso embalado num clima de harmonia e respeito onde todos pareciam conscientes da sua condição de samurai. Guardiões de um princípio, de uma sabedoria muito especial.

Na celebração aos 95 anos de Hélio Gracie houve bolo com refrigerantes, parabéns pra você e breves discursos. O primeiro a falar foi Royler que, com a voz embargada, os olhos em lágrimas, falou da importância do seu pai para a história do jiu-jitsu. E também da importância dele como pai e amigo. Depois Royler pediu que o Cirurgião Plástico Pedro Valente, entusiasta do jiu-jitsu, e amigo de Hélio há muitos anos, que dissesse algumas palavras. O médico saudou o aniversariante e contou como Jiu-Jitsu, que praticou a vida inteira, o ajudou no seu trabalho como cirurgião, interferindo de forma muito positiva no equilíbrio e segurança necessários à sua atividade profissional. Dr. Pedro Valente é tão ligado ao Jiu-Jitsu que educou seus três filhos homens não para serem médicos como ele, ou engenheiros, advogados ou arquitetos. Criou os rapazes para serem mestres de Jiu-Jitsu, continuadores da prática e da filosofia da antiga academia de Carlos e Hélio Gracie, que forjou o Jiu-Jitsu moderno. Hoje os filhos do cirurgião Pedro, Guilherme e Joaquim são donos de uma grande academia em Miami, a Valente Gracie Jiu-Jitsu, onde ensinam tudo o que aprenderam com Hélio.

Em seguida foi a vez do mito Rickson Gracie dizer algumas palavras. O lendário Rickson, ídolo maior dos lutadores brasileiros, é a serenidade em pessoa. Sóbrio, equilibrado e falando corretamente ele discorreu sobre a arte marcial desenvolvida por seu pai e pelo tio Carlos. Para Rickson o grande mérito do Hélio foi tornar o Jiu-Jitsu popular. Foi transformar o Jiu-Jitsu numa opção de defesa pessoal para os mais fracos. Para o campeão, se o Jiu-Jitsu tivesse sido uma ferramenta de defesa pessoal boa apenas para lutadores profissionais ou homens fortes, não teria se tornado tão grande e respeitado como é nos dias de hoje. O principal mérito do Hélio foi mostrar que qualquer um pode ser um grande lutador, mesmo sendo fisicamente mais fraco. Na próxima semana, nos dias 11 e 12 de Outubro, Rickson Gracie estará ministrando um raro seminário para lutadores, no Clube do Flamengo.

O último a falar foi o aniversariante. Lúcido, bem humorado, feliz, ele saudou os filhos e os alunos da academia. “Desejo que todos vocês cheguem a minha idade com muito mais vitalidade do que eu. E aprendam uma coisa: o segredo da vida longa está no que a gente come”, dizia o sábio dando uma risada jovial, de quem estava adorando a festa. Quem o viu falando com tanta segurança e destreza jamais diria que estava diante de um homem de 95 anos. Em seguida filhos e alunos presentearam o Mestre com uma faixa vermelha com os dez graus de graduação bordados em ouro.

Depois dos discursos as luzes do salão foram apagadas e as velas do bolo foram acesas para dar início ao Parabéns pra você cantado por um coral de vozes masculinas que entoou a tradicional música de aniversário com vigor e emoção. Foi lindo. Acho que foi o mais bonito Parabéns pra você que já ouvi. Em seguida foi servido bolo e refrigerantes para todos.

Feliz Aniversário!

30.9.08




Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós.


OUVIRAM DO IPIRANGA - A democracia fez um mal muito grande ao Brasil. Sempre que faço um balanço dos prós e os contras do Brasil, pós-diretas já, sempre chego a conclusão que votar só trouxe atraso ao país. E nesse período eleitoral isso aparece de forma absurdamente clara. Esses personagens do horário político, os projetos, as idéias, o comportamento das pessoas envolvidas nesse teatro. Meu Deus! (Foi Oscar Wilde quem disse que a política é um grande teatro? Ou foi William Shakeaspeare?) É tudo uma grande mentira. A tão propalada democracia brasileira é um blefe. Foi tudo uma cilada. A sociedade brasileira saiu da ditadura militar, para cair na ditadura dos partidos políticos.

Nos últimos anos o Brasil progrediu muito na economia, na ciência, nas artes. Mas essa falsa democracia em que vivemos não tem nada a ver com isso. Os progressos da nação têm a ver com uma evolução natural da sociedade. Votar ou não votar não interferiu em nada nesse processo. Na verdade esse patético direito ao voto só fez atrasar o Brasil, pois permitiu o acesso ao poder de alguns dos piores bandidos que esse país já teve. Foi graças a essa babaquice chamada eleição que os partidos políticos tomaram de assalto os cofres públicos. Hoje nesse país os cidadãos pagam impostos altíssimos para sustentar o status quo de grupos mafiosos tavestidos de partidos: PT, PDT, PMDB, DEM (também conhecido como DEMO), PSDB, PV... Essas siglas só servem para identificar as gangues que disputam o acesso aos cofres públicos.

O pior de tudo são essas propagandas da TV fazendo uma apologia ao voto, vendendo ao público a idéia de que votar é o exemplo máximo de cidadania. Bullshit, como dizem os americanos! Se votar fosse algo realmente bacana não seria obrigatório. O voto não melhorou a sociedade brasileira em nada. É chato falar isso. Mas é a verdade. Essa idéia de que votar seria algo sublime foi disseminada dentro da sociedade por aqueles que tinham aspirações de tomar o poder com o único objetivo de roubar. PT, saudações! Muito em breve o povo vai acordar para essa verdade. Só espero que, quando isso acontecer, não tenha sido tarde demais.

Odeio votar! As eleições no Brasil fizeram isso comigo: me tornaram uma pessoa que abomina o voto. Acho um aluguel ser obrigado a sair da minha casa e andar meio quarteirão para ter que escolher um escroque vereador, um canalha prefeito, um pilantra deputado, um escroto governador, um safado senador ou um babaca Presidente. Acho um saco! Sinceramente? Eu preferia mil vezes que os militares estivessem fazendo isso por mim. Funcionava tão bem assim...

E por falar na eleição dessa semana: nenhuma cidade brasileira precisa de vereador. As associações de moradores é que deviam exercer a função de fiscalizar a Prefeitura. Sem nenhum vínculo financeiro, é claro. É um absurdo os salários milionários dos nossos vereadores e de sua corja de assessores. A maior parte do dinheiro que nos é extorquido através dos impostos vai todo para pagar a boa vida desses vigaristas que se dizem políticos. Depois de eleito, de posse do seu podre poder, cada um dos vereadores vai cuidar de defender seus próprios interesses. E adeus interesse público! Assim caminha a humanidade...

27.9.08




A fragrância sempre permanece na mão de quem oferece flores.


UMA LÁGRIMA PARA PAUL NEWMAN - Descanse em paz, Paul Leonard Newman. O dia da sua morte será um dia de grande tristeza para todos que amam o cinema. Newman foi um daqueles astros cuja existência se confunde com a própria história do cinema. Seu talento como ator, sua desenvoltura frente as câmeras, seu carisma excepcional, seu estilo de representar, sua beleza máscula, a expressão de ternura sempre presente no seu rosto, seus incríveis olhos azuis... Tudo nele parecia adequado para as telas de cinema. Fora das telas também foi um homem cativante, na medida que tinha um comportamento que denotava integridade de caráter. Como resistir a alguém como ele? Morreu o ator, mas deixou um patrimônio artístico de valor inestimável.

A seqüência em que aparece andando de bicicleta com Katharine Ross no filme Butch Cassidy, ao som da música Raindrops keep falling on my head sempre vai ser lembrada pelos fãs, dada a magia e o encantamento que a cena transmite. Mas o currículo cinematográfico do ator é uma sucessão de obras-primas. O Mercador de Almas, Desafio a Corrupção, O moço da Filadélfia e Rebeldia Indomável são títulos que sempre vão causar prazer e emoção aos cinéfilos de hoje e de sempre.

Quais os filmes mais marcantes de Paul Newman? É difícil dizer. São tantos os bons filmes estrelados por ele, que é impossível fazer uma seleção. Tanto em clássicos do cinema como Cortina Rasgada, onde foi dirigido por Alfred Hitchcock, como em filmes comerciais como Inferno na Torre, sua atuação é irrepreensível. Mas sempre é possível fazer uma lista usando como critério o gosto pessoal. Sendo assim, um dos meus filmes favoritos estrelados por Paul Newman é Quinteto, um perturbador thriller de ficção científica dirigido por Robert Altman. É uma obra-prima. Denso, perturbador. E Newman, como sempre, está sensacional.

Gata em teto de zinco quente é o filme em que ele está mais sexy. Sua performance é uma explosão de testosterona. Atuando ao lado de Elizabeth Taylor tem-se a impressão que foram feitos um para o outro, tal o entrosamento entre os dois artistas. Outro dos meus favoritos chama-se O Emissário de Mackintosh, um magnífico suspense dirigido por John Houston, onde ele contracena com Dominique Sanda, a adorável estrela do cinema francês, musa de Bernardo Bertolucci. O Emissário de Mackintosh é um filme fantástico, que sempre me causou prazer todas as vezes que o assisti.

A piscina mortal é outro filme que adoro. É um elegante film noir rodado em 1975 por Stuart Rosemberg, que também dirigiu Paul em Rebeldia Indomável. Aqui Paul interpreta o detetive Lew Harper e contracena com Joanne Woodward, sua mulher na vida real, numa trama policial cuja seqüência final é eletrizante. Uma curiosidade: 1966 Newman já havia interpretado o detetive Lew Harper em outro filme, O caçador de aventuras, onde atuou ao lado de Lauren Bacall. Em Marcado pela sarjeta, um de seus primeiros filmes, o artista tem uma atuação marcante como um garoto de rua que se transforma num famoso lutador de boxe, mas que vive sendo atormentado pelo seu passado de marginal. Robert Wise também dá um show na direção. Nesse filme Paul contracena com Pier Angeli, a mítica estrela italiana que foi namorada de James Dean. Cinema é a maior diversão.

Meus filmes favoritos:

1 – Gata em teto de zinco quente – Richard Brooks
2 - A piscina mortal – Stuart Rosemberg
3 - Marcado pela sarjeta – Robert Wise
4 - O Emissário de Mackintosh – John Houston
5 - Quinteto – Robert Altman
6 – Estrada da Perdição – Sam Mendes
7 – A cor do dinheiro – Martin Scorcese
8 – O veredito – Sidney Lumet
9 – Hud – Martin Ritt
10 – Rebeldia Indomável – Stuart Rosemberg

18.9.08

UM JUNGLE PARA FICAR NA HISTÓRIA – Foi um luxo a última edição do Jungle Fight, sábado no Hotel Windsor da Barra da Tijuca. O torneio de lutas organizado por Wallid Ismail está cada vez mais fashion. Muito profissionalismo na produção do espetáculo. E uma série de lutas que arrepiou e empolgou o público. Foi um super show para os admiradores do Vale Tudo. A seqüência de lutas espetaculares não só divertiu como encantou a platéia. Cada luta contando sua própria história através de seus golpes precisos e reviravoltas surprendentes. Tudo isso com um elenco de lutadores de tirar o fôlego.

A principal luta da noite, entre o brasileiro Assuério Silva e americano Todd Dufee, nem de longe foi a melhor luta do torneio. Assuério, que vinha de uma série de vitórias espetaculares, foi finalizado pelo gringo, um sujeito enorme, que parecia um robô. A luta entre Alexandre Pulga e Rafael Manteiga foi vibrante. Eram dois rapazes bonitos, sarados, empenhados em vencer. A luta foi uma seqüência eletrizante de golpes ágeis e precisos, com reviravoltas de tirar o fôlego. No terceiro round Pulga conseguiu finalizar Manteiga com um triângulo definitivo.

A revista Tatame, Bíblia das artes marciais no Brasil, assim descreveu a luta entre Pulga e Manteiga:

Uma das melhors lutas do evento, se não a melhor, foi entre Alexandre Pulga Pimentel (Nova Geração) e Rafael Manteiga (Paulão Team). Manteiga mostrou que os treinos com Josuel Distak estão deixando seus punhos em dia e tratou logo de acertar um soco que pegou em cheio no nariz de Pulga, que começou a sangrar muito. Pulga teve calma para administrar a situação e colocar em prática o seu refinado Jiu-Jitsu, que vem dando muito certo tanto por cima quanto por baixo em seu combate. No terceiro assalto, Pulga caiu por baixo, mas teve calma para encaixar um triângulo e definir a luta.


Outra luta empolgante reuniu Rafael Capoeira e Alexandre Visconde. Foi a luta mais sexy da noite. Os dois lutadores entraram no octógono cheios de gás. Partiram pra porrada com muita vontade de vencer. No início do embate houve muita agilidade e garra por parte dos atletas, que se entregaram a luta como se aquela trocação fosse uma questão de vida ou morte. Depois os sujeitos foram ficando cansados e mesmo assim nenhum dos dois desistiu. A forma guerreira com que os rapazes lutaram até tocar o gongo fez com que fossem ovacionados. No final da luta, depois de muitos golpes, suados, sangrando, os fortões se abraçaram e ficaram fazendo carinho um no outro. Foi lindo. Rafael Capoeira foi escolhido vencedor numa decisão não unânime dos jurados.

Hacran Dias e Rodrigo Ruiz também fizeram um belo espetáculo, assim como a dupla Igor Chatubinha e Eric Silva. Já Luiz Besouro não deu muita sorte na luta contra o fera Paulo Thiago. Besouro sofreu uma contusão no joelho quando se esquivava de um golpe e acabou perdendo a luta. Johil de Oliveira derrotou Danilo Noronha e Pedro Manoel derrotou o francês Ferrid Kheder. Na platéia celebridades como Flávia Alessandra, Cauã Raymond, Dado Dolabella, Cláudia Rodrigues, Paulo Marinho e os irmãos lutadores Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro vibravam com a performance dos lutadores.

Quem também estava no Jungle Fight era Vitor Fasano, representando o Movimento Amazônia Para Sempre, que se associou ao torneio. É que o Jungle Fight também tem como objetivo lutar pela preservação da Amazônia e pelo reflorestamento de áreas devastadas. Tanto que, depois do torneio, cada espectador recebe uma muda de árvore para plantar onde quiser.

A jornalista Kizzy Bortolo estava lá para acompanhar a luta de Ana Maria Índia e Ediene Gomes, que fizeram a única luta feminina da noite. Kizzy estava escrevendo um perfil da lutadora Ana Maria para a revista Cláudia e estava lá atenta a todo o movimento. “Gosto de vir nesses torneios apenas para poder admirar os homens bonitos”, cochichava a repórter para uma amiga.

Marcelo Alonso, editor da revista Tatame, fotografou todo o campeonato. Ele foi incisivo ao afirmar que esse tinha sido a melhor edição do torneio em termos de luta. “Só teve lutas de alto nível”, dizia entusiasmado. Um dos lutadores do Jungle, Hacran Dias, é um dos personagens de Alonso na matéria de capa da revista Tatame 151, que está nas bancas. Com o título de “Vale tudo para viver”, a reportagem de dez páginas traça um perfil de lutadores de comunidades pobres e a luta deles para conseguir um lugar ao sol no milionário reino do Vale Tudo. No intervalo entre as lutas Alonso também fez rasgados elogios a biografia de Carlos Gracie, lançado recentemente. Contou que o livro é surpreendente, conta histórias picantes e faz revelações bombásticas sobre a família Gracie.

Madonna vem aí...

 

Postagens mais vistas