Por teus atos, tu participas do movimento eterno das coisas.
31.12.05
A CIDADE FERVE - Os últimos dias de 2005 têm sido de uma beleza exemplar. Céu azul, um sol maravilhoso, turistas de todos os lugares do mundo desfrutando as belezas da Cidade Maravilhosa. O Rio de Janeiro continua lindo, apesar de maltratado. Para deixar meus queridos leitores mais animados, mostro a seguir a letra da música que, na minha opinião, é a mais bonita do verão 2006. SE ELA DANÇA EU DANÇO, canção do MC Leozinho, o mais sexy dos bailes funks. Quando essa música toca no baile é impossível não ficar feliz... Feliz 2006!
Se ela dança eu danço
Se ela dança eu danço
Se ela dança eu danço
falei com Dj
Se ela dança eu danço
Se ela dança eu danço
Se ela dança eu danço
falei com Dj
pra fazer diferente
botar chapa quente
pra gente dançar
Me diz quem é a menina
que dança e fascina,
que alucina querendo beijar
Se ela dança eu danço
balancei no balanço
nesse doce encanto
que me faz cantar
que é quando eu te vejo,
desperta o desejo,
eu lembro do seu beijo
e não paro de sonhar
Ela só pensa em beijar,
beijar,beijar,beijar
E vem comigo dançar,
dançar,dançar,dançar
Vem viver esse sonho,
eu te proponho
até suponho
vai se apaixonar
por essa alegria
que contagia
A melodia que te faz dançar
Eu viajei no teu corpo
descobri o teu gosto
deslizei no seu rosto
só pra te beijar
me dê uma chance
quem sabe esse lance
vai virar um romance
a gente vai namorar
Ela só pensa em beijar,
beijar,beijar,beijar
E vem comigo dançar,
dançar,dançar,dançar
Se ela dança eu danço
Se ela dança eu danço
Se ela dança eu danço
falei com Dj
Se ela dança eu danço
Se ela dança eu danço
Se ela dança eu danço
falei com Dj
pra fazer diferente
botar chapa quente
pra gente dançar
Me diz quem é a menina
que dança e fascina,
que alucina querendo beijar
Se ela dança eu danço
balancei no balanço
nesse doce encanto
que me faz cantar
que é quando eu te vejo,
desperta o desejo,
eu lembro do seu beijo
e não paro de sonhar
Ela só pensa em beijar,
beijar,beijar,beijar
E vem comigo dançar,
dançar,dançar,dançar
Vem viver esse sonho,
eu te proponho
até suponho
vai se apaixonar
por essa alegria
que contagia
A melodia que te faz dançar
Eu viajei no teu corpo
descobri o teu gosto
deslizei no seu rosto
só pra te beijar
me dê uma chance
quem sabe esse lance
vai virar um romance
a gente vai namorar
Ela só pensa em beijar,
beijar,beijar,beijar
E vem comigo dançar,
dançar,dançar,dançar
29.12.05
A CIDADE FERVE - Qual a canção que melhor traduz o espírito do verão? Qual a canção que melhor define a sensação de um mergulho no mar num dia de sol? Samba de Verão, de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, parece ter sido feita ontem, sob a inpiração divina da eterna musa Cíntia Howllet.
Você viu só que amor
Nunca vi coisa assim
E passou, nem parou
Mas olhou só pra mim
Se voltar vou atrás
Vou pedir, vou falar
Vou dizer que o amor
Foi feitinho pra dar
Olha, é como o verão
Quente o coração
Salta de repente
Para ver a menina que vem
Ela vem sempre tem
Esse mar no olhar
E vai ver, tem que ser
Nunca tem quem amar
Hoje sim diz que sim
Já cansei de esperar
Nem parei nem dormi
Só pensando em me dar
Peço, mas você não vem
Bem
Deixo então
Falo só
Digo ao céu
Mas você vem
Você viu só que amor
Nunca vi coisa assim
E passou, nem parou
Mas olhou só pra mim
Se voltar vou atrás
Vou pedir, vou falar
Vou dizer que o amor
Foi feitinho pra dar
Olha, é como o verão
Quente o coração
Salta de repente
Para ver a menina que vem
Ela vem sempre tem
Esse mar no olhar
E vai ver, tem que ser
Nunca tem quem amar
Hoje sim diz que sim
Já cansei de esperar
Nem parei nem dormi
Só pensando em me dar
Peço, mas você não vem
Bem
Deixo então
Falo só
Digo ao céu
Mas você vem
TRAGÉDIA NO POSTO SEIS – Os moradores do Posto Seis estão indignados. Duas das mais belas árvores da avenida Atlântica foram arrancadas um dia depois do natal. Eram duas árvores centenárias belíssimas, ficavam em frente ao edifício Igrejinha, entre as ruas Francisco Sá e Júlio de Castilhos. Elas eram lindas, majestosas e motivo de orgulho dos moradores do pedaço. Os troncos faziam uma curva e deixavam as folhas bem ao alcance das mãos. Eram árvores frondosas, que davam muita sombra e quebravam a aridez da paisagem com muita classe e elegância. Eu adorava aquelas árvores e sempre que passava por ali eu as cumprimentava. Tudo bem garotas? Dizia eu para seus galhos, folhas e troncos.
Um dia depois do natal eu passava por ali, vindo da casa de um amigo e quando procurei as árvores o que havia no lugar eram dois tocos, que depois também foram arrancados, talvez para não servirem de testemunha daquele crime contra o Rio de Janeiro. Parado em cima da calçada, um caminhão de lixo da prefeitura ainda recolhia as últimas folhas. Eu perguntei aos caras porque eles tinham feito àquilo com as árvores e eles me responderam: a gente apenas podou. Cínicos!
Diante daqueles tocos que estavam diante de mim eu não consegui evitar as lágrimas. Eu fiquei alguns minutos ali, acariciando o que restara do tronco das árvores, enquanto lágrimas escorriam dos meus olhos. Um rapaz que ia passando com seu cão feroz parou boquiaberto e, ao me ver tão transtornado, comentou que era uma sacanagem o que tinham feito com as árvores. Eu fiquei tão transtornado que saí caminhando apressado até a Igreja da Ressurreição. Eu fui pedir uma explicação a Deus. Por que almas tão malignas teriam cometido um crime tão infame? Mas a igreja estava fechada e, naquela noite, um dia depois do natal, eu fui para casa com a certeza absoluta de que a humanidade não tem mais salvação.
Porque árvores tão belas foram derrubadas dessa maneira? Porque árvores que deveriam estar sendo expostas no Jardim Botânico foram postas abaixo, como se não tivessem nenhuma importância? Que tipo de gente insensível cometeu esse crime?
Os moradores do edifício Igrejinha fizeram um abaixo-assinado pedindo a prefeitura o corte das árvores que ficavam em frente ao prédio. Os vizinhos do Posto Seis estão furiosos e estão se organizando para fazer uma manifestação na próxima semana em frente ao Igrejinha só para xingar aquela gente rica e escrota. Porque os moradores do prédio fizeram um abaixo assinado para derrubar as árvores centenárias? O motivo é de cortar o coração...
Como já disse, as árvores eram frondosas. E já que eram frondosas davam muita sombra e até protegiam da chuva. Então, nos últimos tempos, começou a juntar moradores de rua embaixo das árvores. Afinal, com a complacência do prefeito César Maia (aquele que vai passar o reveillon em Nova York), as ruas do Rio estão se transformando em favelas. Moradores de rua tentaram transformar a sombra das árvores em mais uma favela. Os insensíveis moradores do Igrejinha em vez de buscar uma solução para os sem-teto acharam que seria mais prático simplesmente derrubar duas árvores centenárias.
Segundo um sócio do clube dos Marimbas, a Prefeitura tem um serviço chamado Disque Poda, que faz a poda das árvores da cidade. Acho que esse serviço deveria se chamar Disque Foda. Porra! É preciso que haja critério na elaboração desse serviço. A Prefeitura não deveria permitir que uma árvore centenária fosse derrubada por um motivo tão fútil.
O problema é que o Rio de Janeiro é uma cidade sem Prefeitura. O que existe é um pateta corrupto e ladrão fingindo que está governando a cidade. Esse problema de moradores de rua na cidade já virou um caso de polícia. E o canalha do Prefeito em vez de estar trabalhando nisso, vai viajar com a família para Nova York, torrar o dinheiro que ele nos tem roubado todos esses anos.
Com relação aos mendigos, está um salve-se quem puder na cidade. O prédio n. 76 da rua Visconde de Pirajá vivia com a marquise cheia de moradores de rua. O que fez o condomínio? Derrubou a marquise. O prédio número 12 da mesma rua foi mais criativo. Instalou um cano cheio de furos e toda noite eles ligam uma torneira que fica pingando água e afugenta os mendigos. Já que a prefeitura estimula a existência de moradores de rua, os cariocas se viram como podem por uma vida civilizada. Mas, daí, derrubar uma árvore centenária, já é demais.
Um dia depois do natal eu passava por ali, vindo da casa de um amigo e quando procurei as árvores o que havia no lugar eram dois tocos, que depois também foram arrancados, talvez para não servirem de testemunha daquele crime contra o Rio de Janeiro. Parado em cima da calçada, um caminhão de lixo da prefeitura ainda recolhia as últimas folhas. Eu perguntei aos caras porque eles tinham feito àquilo com as árvores e eles me responderam: a gente apenas podou. Cínicos!
Diante daqueles tocos que estavam diante de mim eu não consegui evitar as lágrimas. Eu fiquei alguns minutos ali, acariciando o que restara do tronco das árvores, enquanto lágrimas escorriam dos meus olhos. Um rapaz que ia passando com seu cão feroz parou boquiaberto e, ao me ver tão transtornado, comentou que era uma sacanagem o que tinham feito com as árvores. Eu fiquei tão transtornado que saí caminhando apressado até a Igreja da Ressurreição. Eu fui pedir uma explicação a Deus. Por que almas tão malignas teriam cometido um crime tão infame? Mas a igreja estava fechada e, naquela noite, um dia depois do natal, eu fui para casa com a certeza absoluta de que a humanidade não tem mais salvação.
Porque árvores tão belas foram derrubadas dessa maneira? Porque árvores que deveriam estar sendo expostas no Jardim Botânico foram postas abaixo, como se não tivessem nenhuma importância? Que tipo de gente insensível cometeu esse crime?
Os moradores do edifício Igrejinha fizeram um abaixo-assinado pedindo a prefeitura o corte das árvores que ficavam em frente ao prédio. Os vizinhos do Posto Seis estão furiosos e estão se organizando para fazer uma manifestação na próxima semana em frente ao Igrejinha só para xingar aquela gente rica e escrota. Porque os moradores do prédio fizeram um abaixo assinado para derrubar as árvores centenárias? O motivo é de cortar o coração...
Como já disse, as árvores eram frondosas. E já que eram frondosas davam muita sombra e até protegiam da chuva. Então, nos últimos tempos, começou a juntar moradores de rua embaixo das árvores. Afinal, com a complacência do prefeito César Maia (aquele que vai passar o reveillon em Nova York), as ruas do Rio estão se transformando em favelas. Moradores de rua tentaram transformar a sombra das árvores em mais uma favela. Os insensíveis moradores do Igrejinha em vez de buscar uma solução para os sem-teto acharam que seria mais prático simplesmente derrubar duas árvores centenárias.
Segundo um sócio do clube dos Marimbas, a Prefeitura tem um serviço chamado Disque Poda, que faz a poda das árvores da cidade. Acho que esse serviço deveria se chamar Disque Foda. Porra! É preciso que haja critério na elaboração desse serviço. A Prefeitura não deveria permitir que uma árvore centenária fosse derrubada por um motivo tão fútil.
O problema é que o Rio de Janeiro é uma cidade sem Prefeitura. O que existe é um pateta corrupto e ladrão fingindo que está governando a cidade. Esse problema de moradores de rua na cidade já virou um caso de polícia. E o canalha do Prefeito em vez de estar trabalhando nisso, vai viajar com a família para Nova York, torrar o dinheiro que ele nos tem roubado todos esses anos.
Com relação aos mendigos, está um salve-se quem puder na cidade. O prédio n. 76 da rua Visconde de Pirajá vivia com a marquise cheia de moradores de rua. O que fez o condomínio? Derrubou a marquise. O prédio número 12 da mesma rua foi mais criativo. Instalou um cano cheio de furos e toda noite eles ligam uma torneira que fica pingando água e afugenta os mendigos. Já que a prefeitura estimula a existência de moradores de rua, os cariocas se viram como podem por uma vida civilizada. Mas, daí, derrubar uma árvore centenária, já é demais.
27.12.05
Murmúrios da tarde
Ontem à tarde, quando o sol morria,
A natureza era um poema santo,
De cada moita a escuridão saía,
De cada gruta rebentava um canto,
Ontem à tarde, quando o sol morria.
Do céu azul na profundeza escura
Brilhava a estrela, como um fruto louro,
E qual a foice, que no chão fulgura,
Mostrava a lua o semicirculo d'ouro,
Do céu azul na profundeza escura.
Larga harmonia embalsamava os ares!
Cantava o ninho — suspirava o lago...
E a verdade pluma dos sutis palmares
Tinha das ondas o murmúrio vago...
Larga harmonia embalsamava os ares.
Era dos seres a harmonia imensa,
Vago concerto de saudade infinda!
"Sol — não me deixes", diz a vaga extensa,
"Aura — não fujas", diz a flor mais linda;
Era dos seres a harmonia imensa!
"Leva-me! leva-me em teu seio amigo"
Dizia às nuvens o choroso orvalho,
"Rola que foges", diz o ninho antigo,
"Leva-me ainda para um novo galho...
Leva-me! leva-me em teu seio amigo."
"Dá-me inda um beijo, antes que a noite venha!
Inda um calor, antes que chegue o frio..."
E mais o musgo se conchega à penha
E mais à penha se conchega o rio...
"Dá-me inda um beijo, antes que a noite venha!"
E tu no entanto no jardim vagavas,
Rosa de amor, celestial Maria...
Ai! como esquiva sobre o chão pisavas,
Ai! como alegre a tua boca ria...
E tu no entanto no jardim vagavas.
Eras a estrela transformada em virgem!
Eras um anjo, que se fez menina!
Tinhas das aves a celeste origem.
Tinhas da luta a palidez divina,
Eras a estrela transformada em virgem!
Flor! Tu chegaste de outra flor mais perto,
Que bela rosa! que fragrância meiga!
Dir-se-ia um riso no jardim aberto,
Dir-se-ia um beijo, que nasceu na veiga...
Flor! Tu chegaste de outra flor mais perto!...
E eu, que escutava o conversar das flores,
Ouvi que a rosa murmurava ardente:
"Colhe-me, ó virgem, — não terei mais dores,
Guarda-me, ó bela, no teu seio quente..."
E eu escutava o conversar das flores.
"Leva-me! leva-me, ó gentil Maria!"
Também então eu murmurei cismando...
"Minh'alma é rosa, que a geada esfria...
Dá-lhe em teus seios um asilo brando...
"Leva-me! leva-me, ó gentil Maria!..."
(Poema de Castro Alves)
Ontem à tarde, quando o sol morria,
A natureza era um poema santo,
De cada moita a escuridão saía,
De cada gruta rebentava um canto,
Ontem à tarde, quando o sol morria.
Do céu azul na profundeza escura
Brilhava a estrela, como um fruto louro,
E qual a foice, que no chão fulgura,
Mostrava a lua o semicirculo d'ouro,
Do céu azul na profundeza escura.
Larga harmonia embalsamava os ares!
Cantava o ninho — suspirava o lago...
E a verdade pluma dos sutis palmares
Tinha das ondas o murmúrio vago...
Larga harmonia embalsamava os ares.
Era dos seres a harmonia imensa,
Vago concerto de saudade infinda!
"Sol — não me deixes", diz a vaga extensa,
"Aura — não fujas", diz a flor mais linda;
Era dos seres a harmonia imensa!
"Leva-me! leva-me em teu seio amigo"
Dizia às nuvens o choroso orvalho,
"Rola que foges", diz o ninho antigo,
"Leva-me ainda para um novo galho...
Leva-me! leva-me em teu seio amigo."
"Dá-me inda um beijo, antes que a noite venha!
Inda um calor, antes que chegue o frio..."
E mais o musgo se conchega à penha
E mais à penha se conchega o rio...
"Dá-me inda um beijo, antes que a noite venha!"
E tu no entanto no jardim vagavas,
Rosa de amor, celestial Maria...
Ai! como esquiva sobre o chão pisavas,
Ai! como alegre a tua boca ria...
E tu no entanto no jardim vagavas.
Eras a estrela transformada em virgem!
Eras um anjo, que se fez menina!
Tinhas das aves a celeste origem.
Tinhas da luta a palidez divina,
Eras a estrela transformada em virgem!
Flor! Tu chegaste de outra flor mais perto,
Que bela rosa! que fragrância meiga!
Dir-se-ia um riso no jardim aberto,
Dir-se-ia um beijo, que nasceu na veiga...
Flor! Tu chegaste de outra flor mais perto!...
E eu, que escutava o conversar das flores,
Ouvi que a rosa murmurava ardente:
"Colhe-me, ó virgem, — não terei mais dores,
Guarda-me, ó bela, no teu seio quente..."
E eu escutava o conversar das flores.
"Leva-me! leva-me, ó gentil Maria!"
Também então eu murmurei cismando...
"Minh'alma é rosa, que a geada esfria...
Dá-lhe em teus seios um asilo brando...
"Leva-me! leva-me, ó gentil Maria!..."
(Poema de Castro Alves)
24.12.05
Vontade de amar
Voa um par de andorinhas fazendo verão
E vem uma vontade de rasgar velhas cartas,
Velhos poemas, velhas contas recebidas
Vontade de mudar de camisa
Por fora e por dentro...
Vontade...
Para que esse pudor de certas palavras?
Vontade de amar, simplesmente.
(Mario Quintana)
FUNDAMENTAL – A dupla Pet Shop Boys lança novo CD em fevereiro. Os meninos, que cantaram no casamento do ano, as bodas de Elton John e David Furnish, divulgaram a lista das músicas que farão parte do CD, que vai se chamar Fundamental.
1. God willing
2. Minimal
3. The Sodom and Gomorrah Show
4. I'm with Stupid
5. Psychological
6. I made my excuses and left
7. Integral
8. Numb
9. Luna Park
10. Casanova in Hell
11. Twentieth Century
12. Indefinite leave to remain
O PIOR DO VERÃO – Sem dúvida alguma aquele quiosque horroroso que construíram em frente ao Copacabana Palace. Aquilo é uma monstruosidade. Uma aberração. Uma violência contra as praias do Rio que será inundada por bares que tiram o direito de ir e vir dos cariocas. Esses quiosques só estão sendo construídos para atender aos interesses comerciais escusos do escritório de arquitetura Índio da Costa, grupo que faz parte da gang do prefeito César Maia, o prefeito que permitiu que as ruas da cidade fossem transformadas em favelas. O canalha do César Maia não consegue manter as praias limpas e permite que as calçadas sejam invadidas por moradores de rua, camelôs e achacadores de turistas. E agora fica loteando a praia, favorecendo seus apadrinhados. O filho da puta do prefeito vai passar o reveillon em Nova York, quando devia ficar trabalhando no reveillon do Rio. Mas o pilantra não trabalha nunca. Fazer política não é trabalhar. César Maia não sabe quais são as atribuições de um prefeito.
Voa um par de andorinhas fazendo verão
E vem uma vontade de rasgar velhas cartas,
Velhos poemas, velhas contas recebidas
Vontade de mudar de camisa
Por fora e por dentro...
Vontade...
Para que esse pudor de certas palavras?
Vontade de amar, simplesmente.
(Mario Quintana)
FUNDAMENTAL – A dupla Pet Shop Boys lança novo CD em fevereiro. Os meninos, que cantaram no casamento do ano, as bodas de Elton John e David Furnish, divulgaram a lista das músicas que farão parte do CD, que vai se chamar Fundamental.
1. God willing
2. Minimal
3. The Sodom and Gomorrah Show
4. I'm with Stupid
5. Psychological
6. I made my excuses and left
7. Integral
8. Numb
9. Luna Park
10. Casanova in Hell
11. Twentieth Century
12. Indefinite leave to remain
O PIOR DO VERÃO – Sem dúvida alguma aquele quiosque horroroso que construíram em frente ao Copacabana Palace. Aquilo é uma monstruosidade. Uma aberração. Uma violência contra as praias do Rio que será inundada por bares que tiram o direito de ir e vir dos cariocas. Esses quiosques só estão sendo construídos para atender aos interesses comerciais escusos do escritório de arquitetura Índio da Costa, grupo que faz parte da gang do prefeito César Maia, o prefeito que permitiu que as ruas da cidade fossem transformadas em favelas. O canalha do César Maia não consegue manter as praias limpas e permite que as calçadas sejam invadidas por moradores de rua, camelôs e achacadores de turistas. E agora fica loteando a praia, favorecendo seus apadrinhados. O filho da puta do prefeito vai passar o reveillon em Nova York, quando devia ficar trabalhando no reveillon do Rio. Mas o pilantra não trabalha nunca. Fazer política não é trabalhar. César Maia não sabe quais são as atribuições de um prefeito.
19.12.05
RÉQUIEM PARA CESARINO COSTA – A redação do JB está de luto com a morte do diagramador Cesarino Costa, funcionário do jornal há muitos anos. Em meados de 2005 ele foi fazer um check up por estar sentindo cansaço e problemas na memória. Achava que era stress, mas a tomografia computadorizada diagnosticou um tumor no cérebro que o matou menos de seis meses depois que descobriu que estava doente. Curiosamente, nesse momento, dois outros diagramadores do jornal estão com tumor no cérebro. Será coincidência? Ou os computadores em que trabalham estão transmitindo algum tipo de radiação maligna?
Cesarino já havia trabalhado em vários setores do JB, mas seus últimos trabalhos foram em dois suplementos: Caderno H e Casa & Design. Ele desenhava as páginas, selecionava fotos e trabalhava o tamanho dos títulos e das legendas. Era paciente com seus colegas e isso é uma qualidade fundamental para quem é diagramador e tem que lidar com a vaidade dos editores.
Nos últimos meses eu tive a oportunidade de conviver bem de perto com Cesarino já que o seu computador ficava bem ao lado do meu, na redação da Casa Brasil. Quando viajei à Paris, nas últimas férias, ele parecia bem, mas comentou que estava fazendo exames pois andava muito cansado e achava que isso era provocado pelo estresse do trabalho. Quando voltei das férias soube que o resultado dos exames não tinha sido nada bom e que ele havia sido internado num hospital. Depois, as noticias que eu recebia, através da família dele, foram ficando cada vez mais tristes.
Na redação era um cara tranqüilo e se interessava pelo trabalho dos colegas. Era Cesarino, um sujeito machão, quem fazia a diagramação da coluna Gay Soçaite, no Caderno H. Nos dias de fechamento do Suplemento ele sempre me perguntava se eu queria botar a foto de algum bofe na coluna. E eu achava muito engraçado o jeito como ele pronunciava a palavra bofe. Antes de trabalhar no JB ele havia sido Fuzileiro Naval, então vivia me contando histórias sensacionais de gays na Marinha. Várias vezes ele me disse: Você devia trabalhar na Marinha. Ali é um paraíso para os gays.
Cesarino Costa foi diagramador da coluna que Danuza Leão assinava no jornal e me contava histórias muito engraçadas sobre os bastidores da sua convivência com a colunista. Ele sempre se referia à Danuza de uma forma muito carinhosa. Aliás, Cesarino sempre me contava casos e curiosidades da história do JB. Ele amava o Jornal, mas tinha muitas mágoas e ressentimentos. Ele conheceu a fase áurea, nos gloriosos tempos do antigo prédio, quando a Condessa ainda era viva e, ao longo dos anos, testemunhou a decadência empresarial do Jornal. Sofria muito com isso. Não se conformava com o desmoronamento gradual que escapava ao seu controle. Afinal, aquele jornal fazia parte da sua vida. Eu não estaria exagerando se dissesse que foi a decadência do JB que o matou aos poucos. Foi a desilusão com a empresa em que trabalhava e a falta de perspectiva profissional que tirou sua vida aos 43 anos.
Ele era muito querido pelos colegas da redação. Hildegard Angel o adorava, assim como Andréa Dutra, Eliane Benício, Andréa Cardoso e Sylvia de Castro. Com Márcia Pereira ele vivia aos tapas e beijos, já que Marcinha adora enlouquecer seus colegas de trabalho e vivia pegando no pé dele. Sua relação só era difícil mesmo com Ana Cláudia, editora do Casa & Design. Ele também era muito querido pelos rapazes da nossa equipe, o fotógrafo Sebastião Marinho e o diagramador Domingos Bebbiano. Nosso colega Robert Lopes, também diagramador, conhece o Cesarino desde a adolescência. Os dois sempre foram muito amigos e o Robert está sofrendo muito com a perda do amigo.
Descanse em paz, Cesarino. Descanse em paz...
A ASSUMIDA – A cantora Ana Carolina está na capa da revista VEJA desta semana. O titulo da matéria é: SOU BI. E DAÍ? Que coisa mais antiga essa história de ser bi. Já em 1972 Elton John provocou polêmica ao se declarar “bissexual como toda estrela”. Sendo assim, a capa da Ana Carolina me pareceu um tanto quanto datada, passe composé. Só seria bacana se a capa tivesse a manchete: SOU LÉSBICA. E DAÍ?
Se Ana Carolina se acha a tal porque é bi, imagina o São Paulo que é tri! - Foi a frase da querida Eneida depois de ler o post acima.
O REI DO RINGUE – O lutador Milton Vieira é uma personalidade do Posto Nove. Atleta da academia Brazilian Top Team, Miltinho acabou de chegar do Japão onde defendeu o Brasil em mais um torneio internacional. Nesses dias que antecedem o natal o jovem samurai treina com sua equipe e curte os amigos no circuito Posto Nove-Baixo Gávea-Lapa. Quem quiser saber mais sobre Milton clique AQUI!
O MUNDO DE MARCIA PELTIER – É muito bacana o site da colunista do JB e apresentadora da TV Record Marcia Peltier. Veja e curta!
O LIVRO É O MELHOR AMIGO DO HOMEM - Adoro ler. Adoro segurar no livro e folhear suas páginas à procura das palavras, das histórias e da sabedoria. Leia abaixo as resenhas de dois livros que li recentemente: A corrida para o abismo, obra-prima de Dominique Ferandez e Matem Giovanni Improtta, romance de Aguinaldo Silva. Os textos foram publicados no Caderno B.
A CORRIDA PARA O ABISMO - A corrida para o abismo é o livro que conta a trajetória de Caravaggio, artista atormentado, que foi um dos maiores pintores de todos os tempos. A vida de Michelangelo Merisi, seu nome de batismo, sempre foi um desafio para historiadores e estudiosos. Afinal, nunca houve registros ou documentos que pudessem servir de pesquisa para narrar a vida desse gênio transgressor que foi tão corajosamente autêntico na sua relação com a arte. O escritor francês Dominique Fernandez, por si só um artista tão inquieto e transgressor quanto Caravaggio, aceitou o desafio de contar a atribulada vida do pintor tomando como ponto de partida os quadros do artista. Fernandez, de 77 anos, é um professor universitário, crítico de arte e profundo conhecedor da pintura italiana que se inspirou nos trabalhos do seu biografado para definir seu caráter, personalidade e trajetória de vida. O resultado desse encontro de gênios é um livro saboroso, culto, cheio de segundas intenções, malícias, tons e semitons como as pinturas do artista retratado. Narrado na primeira pessoa, A corrida para o abismo é uma autobiografia imaginária onde o escritor exercita o seu conhecimento da arte, da cultura e da história da Itália para contar a vida do pintor nascido em 1573 e desaparecido em 1610, que não deixou qualquer tipo de diário ou anotação que pudesse iluminar um único momento de sua existência cotidiana. Observando atentamente a vigorosa obra do artista e relacionando sua arte com o momento histórico em que viveu, o romancista descreve o nascimento, a infância conturbada, a fama, a rebeldia em relação aos valores estabelecidos pela sociedade, a homossexualidade latente e a misteriosa morte aos 38 anos. A magia e o erotismo da sua arte, até então nunca vistos, revolucionou a pintura, derrubando trezentos anos de tradição artística. Fascinada por seu trabalho a Igreja o protege, mas o artista, um marginal de nascença, um violento, um anti-social, despreza as leis. Ele adorava brigar, sendo tão hábil com a espada quanto com o pincel. A mesmo tempo, foi um apaixonado por garotos, principalmente os marginais, os ladrões e os revoltados, que ele transformava, com a sua pintura, em figuras celestiais. Tão apaixonante figura torna-se um personagem perfeito para ser dissecado pelo talento do professor Dominique Fernandez, um bem sucedido autor de romances históricos, estudioso do barroco italiano, que é famoso por ter escrito biografias de artistas homossexuais como Tchaikovski e Pasolini, sendo ele mesmo um homossexual que tornou pública sua opção sexual em 1974.
PRENDAM GIOVANNI IMPROTTA - Muito antes de se tornar um popular autor de telenovelas, Aguinaldo Silva foi um competente romancista que teve o privilégio de publicar seu primeiro livro, Redenção para Jó, aos 16 anos. Agora, mais de uma década depois de ter lançado seu último livro, Lábios que beijei, Aguinaldo reacende a chama da literatura e começa a relançar sua obra literária. O primeiro título da série, Prendam Giovanni Improta, publicado inicialmente em 1986 com o título de O homem que comprou o Rio, registra um amplo painel do universo ficcional favorito do escritor. A zona norte, os excluídos, a favela, os pobres e miseráveis, a promiscuidade entre policiais e bandidos, o mundo do samba e do jogo do bicho, ambientes por onde o autor circulou na sua época de competente repórter policial, são os cenários de sua história. Em Prendam Giovanni Importa, a marca do repórter policial está bem clara, já que o bem elaborado romance é inspirado num caso real, de muita repercussão em 1978, envolvendo um bicheiro carioca, seus capangas e o filho de um locutor de radio. Partindo dos fatos da vida real, Aguinaldo deixou sua imaginação viajar e construiu um romance policial com todos os elementos dos grandes clássicos do gênero, mas que mantêm uma originalidade na narrativa e uma cor brasileira no formato e na linguagem.
Tudo começa na Baixada Fluminense, quando dois corpos são encontrados num valão. Seriam apenas indigentes se a polícia não tivesse descoberto que um dos homens é o filho delinqüente de um veterano ator de novelas, que vivia de pequenos furtos em casas de veraneio em Arraial do Cabo, local onde o poderoso bicheiro Giovanni Improta tem uma discreta casa de praia. No local o bicheiro guarda segredos e documentos que podem comprometer o governador do estado do Rio. A partir daí Aguinaldo Silva tece um emaranhado de tramas tão envolventes que faz com que cada capítulo seja apreciado pelo leitor com uma mistura de terror e êxtase. Com pleno domínio dos elementos que formam o jogo literário, o autor construiu um romance denso, violento e cruel que deixa bem claro que Aguinaldo é muito mais do que um autor de novelas. É um escritor que tem o que dizer, com estilo, personalidade e pleno domínio do texto.
A mudança do titulo original do romance é um recurso fácil de apelo comercial que não invalida de modo algum o precioso conteúdo do livro. Prendam Giovanni Improtta é uma oportunidade do grande público das telenovelas e da nova geração de leitores terem um contato direto com a boa literatura brasileira.
Cesarino já havia trabalhado em vários setores do JB, mas seus últimos trabalhos foram em dois suplementos: Caderno H e Casa & Design. Ele desenhava as páginas, selecionava fotos e trabalhava o tamanho dos títulos e das legendas. Era paciente com seus colegas e isso é uma qualidade fundamental para quem é diagramador e tem que lidar com a vaidade dos editores.
Nos últimos meses eu tive a oportunidade de conviver bem de perto com Cesarino já que o seu computador ficava bem ao lado do meu, na redação da Casa Brasil. Quando viajei à Paris, nas últimas férias, ele parecia bem, mas comentou que estava fazendo exames pois andava muito cansado e achava que isso era provocado pelo estresse do trabalho. Quando voltei das férias soube que o resultado dos exames não tinha sido nada bom e que ele havia sido internado num hospital. Depois, as noticias que eu recebia, através da família dele, foram ficando cada vez mais tristes.
Na redação era um cara tranqüilo e se interessava pelo trabalho dos colegas. Era Cesarino, um sujeito machão, quem fazia a diagramação da coluna Gay Soçaite, no Caderno H. Nos dias de fechamento do Suplemento ele sempre me perguntava se eu queria botar a foto de algum bofe na coluna. E eu achava muito engraçado o jeito como ele pronunciava a palavra bofe. Antes de trabalhar no JB ele havia sido Fuzileiro Naval, então vivia me contando histórias sensacionais de gays na Marinha. Várias vezes ele me disse: Você devia trabalhar na Marinha. Ali é um paraíso para os gays.
Cesarino Costa foi diagramador da coluna que Danuza Leão assinava no jornal e me contava histórias muito engraçadas sobre os bastidores da sua convivência com a colunista. Ele sempre se referia à Danuza de uma forma muito carinhosa. Aliás, Cesarino sempre me contava casos e curiosidades da história do JB. Ele amava o Jornal, mas tinha muitas mágoas e ressentimentos. Ele conheceu a fase áurea, nos gloriosos tempos do antigo prédio, quando a Condessa ainda era viva e, ao longo dos anos, testemunhou a decadência empresarial do Jornal. Sofria muito com isso. Não se conformava com o desmoronamento gradual que escapava ao seu controle. Afinal, aquele jornal fazia parte da sua vida. Eu não estaria exagerando se dissesse que foi a decadência do JB que o matou aos poucos. Foi a desilusão com a empresa em que trabalhava e a falta de perspectiva profissional que tirou sua vida aos 43 anos.
Ele era muito querido pelos colegas da redação. Hildegard Angel o adorava, assim como Andréa Dutra, Eliane Benício, Andréa Cardoso e Sylvia de Castro. Com Márcia Pereira ele vivia aos tapas e beijos, já que Marcinha adora enlouquecer seus colegas de trabalho e vivia pegando no pé dele. Sua relação só era difícil mesmo com Ana Cláudia, editora do Casa & Design. Ele também era muito querido pelos rapazes da nossa equipe, o fotógrafo Sebastião Marinho e o diagramador Domingos Bebbiano. Nosso colega Robert Lopes, também diagramador, conhece o Cesarino desde a adolescência. Os dois sempre foram muito amigos e o Robert está sofrendo muito com a perda do amigo.
Descanse em paz, Cesarino. Descanse em paz...
A ASSUMIDA – A cantora Ana Carolina está na capa da revista VEJA desta semana. O titulo da matéria é: SOU BI. E DAÍ? Que coisa mais antiga essa história de ser bi. Já em 1972 Elton John provocou polêmica ao se declarar “bissexual como toda estrela”. Sendo assim, a capa da Ana Carolina me pareceu um tanto quanto datada, passe composé. Só seria bacana se a capa tivesse a manchete: SOU LÉSBICA. E DAÍ?
Se Ana Carolina se acha a tal porque é bi, imagina o São Paulo que é tri! - Foi a frase da querida Eneida depois de ler o post acima.
O REI DO RINGUE – O lutador Milton Vieira é uma personalidade do Posto Nove. Atleta da academia Brazilian Top Team, Miltinho acabou de chegar do Japão onde defendeu o Brasil em mais um torneio internacional. Nesses dias que antecedem o natal o jovem samurai treina com sua equipe e curte os amigos no circuito Posto Nove-Baixo Gávea-Lapa. Quem quiser saber mais sobre Milton clique AQUI!
O MUNDO DE MARCIA PELTIER – É muito bacana o site da colunista do JB e apresentadora da TV Record Marcia Peltier. Veja e curta!
O LIVRO É O MELHOR AMIGO DO HOMEM - Adoro ler. Adoro segurar no livro e folhear suas páginas à procura das palavras, das histórias e da sabedoria. Leia abaixo as resenhas de dois livros que li recentemente: A corrida para o abismo, obra-prima de Dominique Ferandez e Matem Giovanni Improtta, romance de Aguinaldo Silva. Os textos foram publicados no Caderno B.
A CORRIDA PARA O ABISMO - A corrida para o abismo é o livro que conta a trajetória de Caravaggio, artista atormentado, que foi um dos maiores pintores de todos os tempos. A vida de Michelangelo Merisi, seu nome de batismo, sempre foi um desafio para historiadores e estudiosos. Afinal, nunca houve registros ou documentos que pudessem servir de pesquisa para narrar a vida desse gênio transgressor que foi tão corajosamente autêntico na sua relação com a arte. O escritor francês Dominique Fernandez, por si só um artista tão inquieto e transgressor quanto Caravaggio, aceitou o desafio de contar a atribulada vida do pintor tomando como ponto de partida os quadros do artista. Fernandez, de 77 anos, é um professor universitário, crítico de arte e profundo conhecedor da pintura italiana que se inspirou nos trabalhos do seu biografado para definir seu caráter, personalidade e trajetória de vida. O resultado desse encontro de gênios é um livro saboroso, culto, cheio de segundas intenções, malícias, tons e semitons como as pinturas do artista retratado. Narrado na primeira pessoa, A corrida para o abismo é uma autobiografia imaginária onde o escritor exercita o seu conhecimento da arte, da cultura e da história da Itália para contar a vida do pintor nascido em 1573 e desaparecido em 1610, que não deixou qualquer tipo de diário ou anotação que pudesse iluminar um único momento de sua existência cotidiana. Observando atentamente a vigorosa obra do artista e relacionando sua arte com o momento histórico em que viveu, o romancista descreve o nascimento, a infância conturbada, a fama, a rebeldia em relação aos valores estabelecidos pela sociedade, a homossexualidade latente e a misteriosa morte aos 38 anos. A magia e o erotismo da sua arte, até então nunca vistos, revolucionou a pintura, derrubando trezentos anos de tradição artística. Fascinada por seu trabalho a Igreja o protege, mas o artista, um marginal de nascença, um violento, um anti-social, despreza as leis. Ele adorava brigar, sendo tão hábil com a espada quanto com o pincel. A mesmo tempo, foi um apaixonado por garotos, principalmente os marginais, os ladrões e os revoltados, que ele transformava, com a sua pintura, em figuras celestiais. Tão apaixonante figura torna-se um personagem perfeito para ser dissecado pelo talento do professor Dominique Fernandez, um bem sucedido autor de romances históricos, estudioso do barroco italiano, que é famoso por ter escrito biografias de artistas homossexuais como Tchaikovski e Pasolini, sendo ele mesmo um homossexual que tornou pública sua opção sexual em 1974.
PRENDAM GIOVANNI IMPROTTA - Muito antes de se tornar um popular autor de telenovelas, Aguinaldo Silva foi um competente romancista que teve o privilégio de publicar seu primeiro livro, Redenção para Jó, aos 16 anos. Agora, mais de uma década depois de ter lançado seu último livro, Lábios que beijei, Aguinaldo reacende a chama da literatura e começa a relançar sua obra literária. O primeiro título da série, Prendam Giovanni Improta, publicado inicialmente em 1986 com o título de O homem que comprou o Rio, registra um amplo painel do universo ficcional favorito do escritor. A zona norte, os excluídos, a favela, os pobres e miseráveis, a promiscuidade entre policiais e bandidos, o mundo do samba e do jogo do bicho, ambientes por onde o autor circulou na sua época de competente repórter policial, são os cenários de sua história. Em Prendam Giovanni Importa, a marca do repórter policial está bem clara, já que o bem elaborado romance é inspirado num caso real, de muita repercussão em 1978, envolvendo um bicheiro carioca, seus capangas e o filho de um locutor de radio. Partindo dos fatos da vida real, Aguinaldo deixou sua imaginação viajar e construiu um romance policial com todos os elementos dos grandes clássicos do gênero, mas que mantêm uma originalidade na narrativa e uma cor brasileira no formato e na linguagem.
Tudo começa na Baixada Fluminense, quando dois corpos são encontrados num valão. Seriam apenas indigentes se a polícia não tivesse descoberto que um dos homens é o filho delinqüente de um veterano ator de novelas, que vivia de pequenos furtos em casas de veraneio em Arraial do Cabo, local onde o poderoso bicheiro Giovanni Improta tem uma discreta casa de praia. No local o bicheiro guarda segredos e documentos que podem comprometer o governador do estado do Rio. A partir daí Aguinaldo Silva tece um emaranhado de tramas tão envolventes que faz com que cada capítulo seja apreciado pelo leitor com uma mistura de terror e êxtase. Com pleno domínio dos elementos que formam o jogo literário, o autor construiu um romance denso, violento e cruel que deixa bem claro que Aguinaldo é muito mais do que um autor de novelas. É um escritor que tem o que dizer, com estilo, personalidade e pleno domínio do texto.
A mudança do titulo original do romance é um recurso fácil de apelo comercial que não invalida de modo algum o precioso conteúdo do livro. Prendam Giovanni Improtta é uma oportunidade do grande público das telenovelas e da nova geração de leitores terem um contato direto com a boa literatura brasileira.
17.12.05
DE VOLTA À SELVA – Não é por acaso que o mais festejado símbolo de natal do Rio, a árvore da Lagoa, seja patrocinado pelo Bradesco, o banco que bateu recordes de lucro este ano. Não é por acaso que o segundo mais belo arranjo de natal da cidade é a decoração do Banco de Boston, na esquina da Nossa Senhora da Paz em Ipanema. Definitivamente, o capitalismo se apropriou dos símbolos natalinos. Eu sou católico e fico muito chocado com isso. O natal, para mim, é uma data religiosa, que celebra o nascimento de Cristo e, portanto, é um momento de o homem refletir sobre o sentido da vida. Então eu fico muito perturbado quando percebo como o capitalismo selvagem se apropriou de símbolos religiosos e transformou tudo numa máquina de consumo. Tudo virou negócio. Tudo é marketing. Tudo é uma grande armação. Tudo é jogada. Ai que saco!!!
Feliz natal...
O MELHOR DO NATAL - Jorge Benjor no anúncio da VARIG, cantando aquele velho jingle da companhia aérea. (Olha o Tanure aí, gente!!!)
Estrela brasileira,
No céu azul,
Iluminando de Norte a Sul,
Mensagem de amor e paz,
Nasceu Jesus, chegou o Natal !
Papai Noel voando a jato pelo céu,
Trazendo um Natal de Felicidaaaade,
E um ano novo cheio de Prosperidade,
Varig ! Varig ! Varig !
A MAIS DEBOCHADA - Rita Lee, no seu programa de TV, contando a Constanza Pascolato que vai fazer um bazar com suas roupas e vai batizar de DASLEE...
DE VOLTA À SELVA - O jornalista Augusto Nunes lançou seu livro A Esperança Estilhaçada, na Argumento, dando mais charme a profícua temporada de lançamentos natalinos que já nos deu títulos de autores como Bárbara Heliodora, Ana Cristiana Reis, Aguinaldo Silva, Marcos Troyjo, Márcia Tiburi, Márcia Peltier e Beth Orsini, só para citar alguns. Augusto Nunes é um ícone do jornalismo brasileiro, que atualmente dá um toque de classe ao Jornal do Brasil, com seus artigos certeiros sobre a vida brasileira. A Esperança Estilhaçada é uma coletânea desses artigos que têm como tema recorrente o governo Lula. O autor defende a teoria de que o PT se autodestruiu. Não precisou de inimigos nem da oposição. O próprio partido se encarregou de cavar sua sepultura. Uma teoria defendida com raro talento. Na fila de autógrafos um punhado de jornalistas bacanas. Entre outros, a sempre querida Márcia Peltier, com o Nuzman. Belisa Ribeiro. A analista política Lúcia Hipólito. E personalidades como Ricardo Cravo Albin e Liége Monteiro.
Feliz natal...
O MELHOR DO NATAL - Jorge Benjor no anúncio da VARIG, cantando aquele velho jingle da companhia aérea. (Olha o Tanure aí, gente!!!)
Estrela brasileira,
No céu azul,
Iluminando de Norte a Sul,
Mensagem de amor e paz,
Nasceu Jesus, chegou o Natal !
Papai Noel voando a jato pelo céu,
Trazendo um Natal de Felicidaaaade,
E um ano novo cheio de Prosperidade,
Varig ! Varig ! Varig !
A MAIS DEBOCHADA - Rita Lee, no seu programa de TV, contando a Constanza Pascolato que vai fazer um bazar com suas roupas e vai batizar de DASLEE...
DE VOLTA À SELVA - O jornalista Augusto Nunes lançou seu livro A Esperança Estilhaçada, na Argumento, dando mais charme a profícua temporada de lançamentos natalinos que já nos deu títulos de autores como Bárbara Heliodora, Ana Cristiana Reis, Aguinaldo Silva, Marcos Troyjo, Márcia Tiburi, Márcia Peltier e Beth Orsini, só para citar alguns. Augusto Nunes é um ícone do jornalismo brasileiro, que atualmente dá um toque de classe ao Jornal do Brasil, com seus artigos certeiros sobre a vida brasileira. A Esperança Estilhaçada é uma coletânea desses artigos que têm como tema recorrente o governo Lula. O autor defende a teoria de que o PT se autodestruiu. Não precisou de inimigos nem da oposição. O próprio partido se encarregou de cavar sua sepultura. Uma teoria defendida com raro talento. Na fila de autógrafos um punhado de jornalistas bacanas. Entre outros, a sempre querida Márcia Peltier, com o Nuzman. Belisa Ribeiro. A analista política Lúcia Hipólito. E personalidades como Ricardo Cravo Albin e Liége Monteiro.
13.12.05
FESTA NA FLORESTA – A piscina do Hotel Tropical tem ondas. Ondas enormes. Quase dá para surfar nas ondas provocadas por ar comprimido. Perto da piscina um aquário com tartarugas gigantes, pirarucus e tucunarés. Do outro lado um jardim zoológico. No meio de um imenso bosque jaulas com animais da floresta como macacos, capivaras e pássaros coloridos: araras, papagaios e outras aves. Parte do bosque se debruça sobre a abundância do rio negro, com suas águas serenas e escuras. Da janela do meu quarto eu posso ver o pomar com dezenas de mangueiras carregadas de frutos.
Foi na piscina do Hotel Tropical que encontrei Antônio Calmon. Muito simpático e bem humorado, me deu um abraço assim que me viu. Eu já o tinha visto no dia anterior, por entre a profusão de lutadores que chegavam ao Hotel para o JUNGLE FIGHT. Conversamos bastante, trocamos impressões sobre o Amazonas, sua terra natal. Ele me falou com tranqüilidade dos seus projetos artísticos e de sua visita a Manaus. Da sua emoção ao rever a cidade onde nasceu e do carinho que tinha recebido das pessoas do lugar que o tratavam como um filho que volta à sua velha casa.
Nadamos na piscina de ondas e eu dei boas risadas com as histórias engraçadas que ele me contou. Depois falamos sobre o JUNGLE FIGHT que ele tinha assistido na noite anterior. Os comentários dele foram muito engraçados:
“Eu adorei o JUNGLE FIGHT. Todo o espetáculo é muito divertido. Aquela abertura com os índios. A entrada dos lutadores. As lutas. O evento tem algo de operístico, de marcial. É muito kitsch.”
Nós não nos falávamos há oito anos. Na piscina o Calmon me mostrou suas novas tatuagens. Duas em cada braço. E uma bem grande nas costas, uma figura alada. Foram feitas pelo mesmo cara que fez as tatuagens do Axl Rose e do Kurt Kobain. Ele disse que normalmente suas tatuagens provocavam estranhamento nas pessoas, mas que estava se sentindo super à vontade em meio aos lutadores já que todos também tinham fartas tatuagens por todo o corpo. Na piscina, uma garotinha perguntou se ele também era lutador e Calmon se divertiu muito com isso.
No dia seguinte tomamos um belo café da manhã, saboreando as maravilhas culinárias do Amazonas. À nossa volta lutadores, treinadores e preparadores físicos mandavam ver na comida, com o apetite dos atletas. Wallid Ismail, o organizador do torneio, sentou na nossa mesa e nós conversamos sobre os detalhes e os bastidores da festa. Aproveitamos para elogiar o evento. E Wallid ficou visivelmente orgulhoso.
FESTA NA FLORESTA – A noite de Manaus ferve nos fins de semana. Os “manauaras” são bem animados e gostam de beber “todas” nas dezenas de bares que se espalham por todos os lugares da cidade. Quando a noite cai a cidade adquire um ar de mistério. Parece que em cada esquina uma lenda da floresta ameaça se materializar. A lua exala magia quando refletida no rio. Impressiona as centenas de barcos ancorados no porto que parece não ter fim. Barcos que chegam e barcos que partem. No píer quilos e mais quilos de peixes dando uma angustiante sensação de fartura e excesso. Peixes grandes. Inacreditáveis de tão grandes. Eu olhava os bonitos peixes e imaginava qual daqueles seria o peixe encantado. O boto cor-de-rosa, que nas noites de lua cheia se transforma num homem. A cidade é sensual, no seu ritmo ditado pela correnteza do rio, e no seu calor selvagem que parece conter o bafo da floresta.
MAMUTE. Esse é o nome da boate mais quente de Manaus. É um lugar surpreendente e sofisticado. Uma ampla pista de dança com um bar no centro. A boate é toda decorada com elementos da cultura indiana. Figuras de centenas de elefantes se espalham por todo o lugar. Logo na entrada tem um altar religioso com incenso e figuras esotéricas que nos remete a cultura indiana. No lounge espaçoso, com poltronas confortáveis e luzes coloridas, a gigantesca figura de um Buda chama atenção. É lá na Mamute que a rapaziada mais descolada de Manaus vai curtir o suingue do hip-hop ou balançar o corpo ao som do funk carioca. No meio da noite dois rapazes sobem no balcão do bar que fica na pista de dança e fazem malabares, enquanto na pista grupos de jovens dançam coreografias ensaiadas. Cerveja. cerveja, cerveja...
Adorei Manaus...
Foi na piscina do Hotel Tropical que encontrei Antônio Calmon. Muito simpático e bem humorado, me deu um abraço assim que me viu. Eu já o tinha visto no dia anterior, por entre a profusão de lutadores que chegavam ao Hotel para o JUNGLE FIGHT. Conversamos bastante, trocamos impressões sobre o Amazonas, sua terra natal. Ele me falou com tranqüilidade dos seus projetos artísticos e de sua visita a Manaus. Da sua emoção ao rever a cidade onde nasceu e do carinho que tinha recebido das pessoas do lugar que o tratavam como um filho que volta à sua velha casa.
Nadamos na piscina de ondas e eu dei boas risadas com as histórias engraçadas que ele me contou. Depois falamos sobre o JUNGLE FIGHT que ele tinha assistido na noite anterior. Os comentários dele foram muito engraçados:
“Eu adorei o JUNGLE FIGHT. Todo o espetáculo é muito divertido. Aquela abertura com os índios. A entrada dos lutadores. As lutas. O evento tem algo de operístico, de marcial. É muito kitsch.”
Nós não nos falávamos há oito anos. Na piscina o Calmon me mostrou suas novas tatuagens. Duas em cada braço. E uma bem grande nas costas, uma figura alada. Foram feitas pelo mesmo cara que fez as tatuagens do Axl Rose e do Kurt Kobain. Ele disse que normalmente suas tatuagens provocavam estranhamento nas pessoas, mas que estava se sentindo super à vontade em meio aos lutadores já que todos também tinham fartas tatuagens por todo o corpo. Na piscina, uma garotinha perguntou se ele também era lutador e Calmon se divertiu muito com isso.
No dia seguinte tomamos um belo café da manhã, saboreando as maravilhas culinárias do Amazonas. À nossa volta lutadores, treinadores e preparadores físicos mandavam ver na comida, com o apetite dos atletas. Wallid Ismail, o organizador do torneio, sentou na nossa mesa e nós conversamos sobre os detalhes e os bastidores da festa. Aproveitamos para elogiar o evento. E Wallid ficou visivelmente orgulhoso.
FESTA NA FLORESTA – A noite de Manaus ferve nos fins de semana. Os “manauaras” são bem animados e gostam de beber “todas” nas dezenas de bares que se espalham por todos os lugares da cidade. Quando a noite cai a cidade adquire um ar de mistério. Parece que em cada esquina uma lenda da floresta ameaça se materializar. A lua exala magia quando refletida no rio. Impressiona as centenas de barcos ancorados no porto que parece não ter fim. Barcos que chegam e barcos que partem. No píer quilos e mais quilos de peixes dando uma angustiante sensação de fartura e excesso. Peixes grandes. Inacreditáveis de tão grandes. Eu olhava os bonitos peixes e imaginava qual daqueles seria o peixe encantado. O boto cor-de-rosa, que nas noites de lua cheia se transforma num homem. A cidade é sensual, no seu ritmo ditado pela correnteza do rio, e no seu calor selvagem que parece conter o bafo da floresta.
MAMUTE. Esse é o nome da boate mais quente de Manaus. É um lugar surpreendente e sofisticado. Uma ampla pista de dança com um bar no centro. A boate é toda decorada com elementos da cultura indiana. Figuras de centenas de elefantes se espalham por todo o lugar. Logo na entrada tem um altar religioso com incenso e figuras esotéricas que nos remete a cultura indiana. No lounge espaçoso, com poltronas confortáveis e luzes coloridas, a gigantesca figura de um Buda chama atenção. É lá na Mamute que a rapaziada mais descolada de Manaus vai curtir o suingue do hip-hop ou balançar o corpo ao som do funk carioca. No meio da noite dois rapazes sobem no balcão do bar que fica na pista de dança e fazem malabares, enquanto na pista grupos de jovens dançam coreografias ensaiadas. Cerveja. cerveja, cerveja...
Adorei Manaus...
8.12.05
OS PODERES DO ESPIRITO - Não te desvies do obstáculo, não tentes fugir de tuas dificuldades. Quando encontra uma pedra em seu caminho, o rio nunca volta para trás. Ele a contorna deslizando, brinca com ela como o curandeiro que murmura e encanta o ferimento ou, então, ele salta num feixe de luz. Aprende a dançar com o obstáculo, se queres progredir.
Transforma teus pensamentos em imagens, torna-as vivas, dotadas de emoções, torna-as livres como as águias das montanhas. Assim, elas voarão para onde quiseres, sem levar em conta tempo nem distância.
Tu acordas durante a noite, dormes mal, um mau espírito te agita. Combate-o pelos bons pensamentos, imaginando teu corpo cercado de luz, leve como uma nuvem, carregado num vôo de pássaros dourados. Faze nascer um arco-íris de teu próprio coração.
FESTA NA FLORESTA – O embate entre os lutadores Michael Matrela e Evangelista Cyborg talvez tenha sido o mais completo do Jungle Fight. A luta foi equilibrada e rendeu bons momentos para a platéia, já que ambos os atletas foram guerreiros e deram o melhor de si. Cyborg foi o responsável por um dos momentos mais divertidos do torneio. Quando o apresentador anunciou o seu nome ele simplesmente não entrou no ringue. O apresentador repetiu a chamada e nada do sujeito aparecer. Seu nome foi chamado mais uma vez e nada dele entrar em cena, provocando um inesperado suspense. Depois alguém da produção sussurrou alguma coisa no ouvido do apresentador e ele então explicou o que estava acontecendo. A música que estava tocando para a entrada do atleta não era a que ele tinha escolhido. Quando o apresentador explicou isso, o público imediatamente começou a cantar Ilariê, Ilariê, a música da Xuxa. Foi muito engraçado. Então o DJ tocou a música certa e Cyborg entrou triunfal, vencendo a luta. Depois do torneio Cyborg explicou que é supersticioso e que seu tema musical lhe dava sorte.
Já Edson Draggo venceu a luta com Hélio Dipp, mas saiu vaiado. O gaúcho se entusiasmou e continuou batendo no seu adversário mesmo depois dele ter desmaiado. Draggo só parou de bater quando o juiz o imobilizou. Sua atitude provocou constrangimento entre os lutadores e resultou em vaias da platéia. Depois da luta, quando todos comemoravam no bar do Hotel Tropical Draggo ficou destacado, visivelmente envergonhado. Marcelo Alonso, o todo-poderoso editor da revista Tatame, a bíblia das artes marciais, foi falar com ele, perguntar o que tinha acontecido. Draggo tentou justificar seu descontrole emocional afirmando que Dipp tinha falado mal dele antes da luta. Segundo Draggo, Dipp teria comentado que ele tinha fugido da luta com o Assuério Silva, seu adversário numa luta anterior, que não tinha acontecido por que Draggo havia desistido.
“Eu agora quero pegar o Assuério”, disse Draggo para Marcelo Alonso. Depois, com seu sotaque gaúcho, repetiu várias vezes com convicção: “Eu quero o Assuério! Eu quero o Assuério!” E era tão intensa a sua afirmação que havia algo de sexual naquele desejo de enfrentar o próximo adversário. Logo depois surgiu Carlson Gracie, no lobby do hotel. Ao ver Edson Draggo Carlson se aproximou e foi bem duro com ele. “Se essa luta tivesse sido nos Estados Unidos você teria saído do ringue algemado. Você é um grande lutador, mas não se bate num adversário depois que ele foi nocauteado. Você precisa ter mais equilíbrio emocional. Você estragou a festa com sua atitude.” Com lágrimas nos olhos, Draggo baixou a cabeça.
Carlson Gracie é uma figura. Sua presença no Jungle Fight causou grande excitação entre os lutadores. Afinal, o veterano lutador tem um passado de glória nos ringues. E quando encerrou a carreira de atleta deu inicio a uma bem sucedida carreira de treinador e descobridor de talentos. Ele é um mito para os lutadores que o respeitam e o tratam com a mesma reverência com que os fiéis de uma seita tratam seu mais respeitado guru. A sua academia em Copacabana é um celeiro de reis do ringue, mas, atualmente, Carlson vive em Chicago, administrando a filial de sua academia na América.
Carlson Gracie foi homenageado pelos organizadores do torneio. Recebeu das mãos do senador Artur Virgilio Neto, aquele que chamou o Lula para a porrada, um troféu igual aos concedidos aos lutadores. Foi muito aplaudido pelo público. No dia seguinte, durante o café da manhã, o veterano lutador não conseguia esconder o orgulho pela acolhida carinhosa que teve dos lutadores e do público. Entre uma xícara de café com leite, um suco de cupuaçu e um prato de mingau de aveia, Carlson contou que está levando cinco lutadores de Manaus para treinar em sua academia em Chicago. “O Amazonas é um celeiro de grandes lutadores”, disse.
Marcio Cunha é um desses lutadores. Com vinte anos ele está disposto a largar tudo em Manaus e ir para os Estados Unidos treinar com o mestre Carlson Gracie. Marcio é alto, forte e bonito. Parece um índio com cara de galã. Seus pais moram em Caracas e são donos de uma joalheria. Ele mora em Manaus onde cuida da fazenda da família. Seus pais não aprovam de maneira alguma sua dedicação as artes marciais. E isso já provocou sérias crises familiares. Com os olhos brilhando Marcio assistiu as lutas do Jungle Fight e, com a certeza dos vencedores, garantiu que ainda vai vencer muitos torneios como aquele.
Marcelo Alonso é um dos mais importantes personagens do mundo das artes marciais no Brasil. Ele é fotógrafo e editor da revista Tatame que, com mais de dez anos de existência, registrou em textos e fotos a evolução do jiu-jitsu e do Vale Tudo no país. Alonso é um verdadeiro arquivo vivo sobre o mundo das artes marciais. Sua presença nos torneios é sempre motivo de polêmica entre os lutadores. A todo o momento alguém se aproxima do jornalista para comentar alguma matéria da revista, ou reclamar porque uma declaração não foi publicada, ou fazer alguma provocação a um adversário. Alonso atende a todos com muita diplomacia e se diverte com os bastidores do torneio.
Wallid Ismail é uma revelação como empresário e realizador de eventos. Durante muitos anos ele foi um lutador que sempre trazia a polêmica para os torneios que participava. Depois que descobriu sua vocação para empresário se comporta como um diplomata. “Quando eu era lutador eu tocava o terror. Agora como empresário é diferente. Hoje eu sei ter jogo de cintura e aprendi a engolir sapos”, dizia ele após a quinta edição do Jungle Fight que foi transmitido ao vivo para o Japão e EUA. Enquanto organiza a sexta edição do Jungle Fight, em abril de 2006, Wallid negocia a realização de um torneio semelhante num cassino em Las Vegas, com o apoio dos atores americanos James Caan e Ray Liota. Em seu escritório, no Hotel Tropical, Wallid exibe fotos suas ao lado dos astros do cinema. Numa das fotos James Caan, que atuou em filmes como O poderoso chefão, aparece vestindo uma camiseta do Jungle Fight.
CONTATOS IMEDIATOS – Um lugar místico e acolhedor. Assim é Presidente Figueiredo, uma minúscula cidade perto de Manaus. De caminhonete demoramos uma hora e meia por uma estrada quase deserta que avançava por entre a exuberância da floresta amazônica. Uma energia diferente brotava daquelas matas com suas várias tonalidades da cor verde.
Presidente Figueiredo é um lugar famoso na região por causa do aparecimento de seres extra-terrestres. A presença de aliens no pedaço é algo que faz parte da cultura do lugar que já registrou vários episódios com pessoas que tiveram contatos com disco voadores ou seres de outros planetas. Aliás, o misticismo é algo muito forte na Amazônia. Além das lendas da própria floresta existem as lendas sobre aventuras interplanetárias.
Ellen Honorato, filha do dono do Hotel Ariaú, um resort ecológico cravado sobre palafitas em plena floresta me contou que já viu fenômenos inexplicáveis na região. Ela conta que, por duas vezes, assistiu as águas do rio serem sugadas para o céu. Sem mais nem menos as águas do rio amazonas adquiriram o formato de um tubo e subiram aos céus. Quando isso aconteceu o volume das águas diminuíram. Esse fenômeno já foi observado por várias pessoas que não conseguem explicar o que acontece. Será que extra-terrestres estão sugando as águas do Amazonas? Será que é um fenômeno natural da região, incompreensível para os homens? Ellen me garantiu que fotografou o fenômeno e me convidou para fazer uma visita ao Hotel Ariaú para que eu possa ver as fotos.
Em Presidente Figueiredo eu fiquei todo o tempo à procura de ET´s e disco voadores, mas talvez eu não esteja devidamente preparado para encontra-los, pois eles não apareceram. Em compensação pude vislumbrar a beleza do lugar que possui dezenas de cachoeiras e um lugar mágico chamado Santuário, uma clareira dentro da floresta onde o rio forma várias cachoeiras. Foi uma experiência muito renovadora ficar uma tarde inteira tomando banho de rio, sentido o jorrar de uma cachoeira sobre o corpo. E depois vislumbrar um lindo sol se pôr no meio da floresta.
Já Edson Draggo venceu a luta com Hélio Dipp, mas saiu vaiado. O gaúcho se entusiasmou e continuou batendo no seu adversário mesmo depois dele ter desmaiado. Draggo só parou de bater quando o juiz o imobilizou. Sua atitude provocou constrangimento entre os lutadores e resultou em vaias da platéia. Depois da luta, quando todos comemoravam no bar do Hotel Tropical Draggo ficou destacado, visivelmente envergonhado. Marcelo Alonso, o todo-poderoso editor da revista Tatame, a bíblia das artes marciais, foi falar com ele, perguntar o que tinha acontecido. Draggo tentou justificar seu descontrole emocional afirmando que Dipp tinha falado mal dele antes da luta. Segundo Draggo, Dipp teria comentado que ele tinha fugido da luta com o Assuério Silva, seu adversário numa luta anterior, que não tinha acontecido por que Draggo havia desistido.
“Eu agora quero pegar o Assuério”, disse Draggo para Marcelo Alonso. Depois, com seu sotaque gaúcho, repetiu várias vezes com convicção: “Eu quero o Assuério! Eu quero o Assuério!” E era tão intensa a sua afirmação que havia algo de sexual naquele desejo de enfrentar o próximo adversário. Logo depois surgiu Carlson Gracie, no lobby do hotel. Ao ver Edson Draggo Carlson se aproximou e foi bem duro com ele. “Se essa luta tivesse sido nos Estados Unidos você teria saído do ringue algemado. Você é um grande lutador, mas não se bate num adversário depois que ele foi nocauteado. Você precisa ter mais equilíbrio emocional. Você estragou a festa com sua atitude.” Com lágrimas nos olhos, Draggo baixou a cabeça.
Carlson Gracie é uma figura. Sua presença no Jungle Fight causou grande excitação entre os lutadores. Afinal, o veterano lutador tem um passado de glória nos ringues. E quando encerrou a carreira de atleta deu inicio a uma bem sucedida carreira de treinador e descobridor de talentos. Ele é um mito para os lutadores que o respeitam e o tratam com a mesma reverência com que os fiéis de uma seita tratam seu mais respeitado guru. A sua academia em Copacabana é um celeiro de reis do ringue, mas, atualmente, Carlson vive em Chicago, administrando a filial de sua academia na América.
Carlson Gracie foi homenageado pelos organizadores do torneio. Recebeu das mãos do senador Artur Virgilio Neto, aquele que chamou o Lula para a porrada, um troféu igual aos concedidos aos lutadores. Foi muito aplaudido pelo público. No dia seguinte, durante o café da manhã, o veterano lutador não conseguia esconder o orgulho pela acolhida carinhosa que teve dos lutadores e do público. Entre uma xícara de café com leite, um suco de cupuaçu e um prato de mingau de aveia, Carlson contou que está levando cinco lutadores de Manaus para treinar em sua academia em Chicago. “O Amazonas é um celeiro de grandes lutadores”, disse.
Marcio Cunha é um desses lutadores. Com vinte anos ele está disposto a largar tudo em Manaus e ir para os Estados Unidos treinar com o mestre Carlson Gracie. Marcio é alto, forte e bonito. Parece um índio com cara de galã. Seus pais moram em Caracas e são donos de uma joalheria. Ele mora em Manaus onde cuida da fazenda da família. Seus pais não aprovam de maneira alguma sua dedicação as artes marciais. E isso já provocou sérias crises familiares. Com os olhos brilhando Marcio assistiu as lutas do Jungle Fight e, com a certeza dos vencedores, garantiu que ainda vai vencer muitos torneios como aquele.
Marcelo Alonso é um dos mais importantes personagens do mundo das artes marciais no Brasil. Ele é fotógrafo e editor da revista Tatame que, com mais de dez anos de existência, registrou em textos e fotos a evolução do jiu-jitsu e do Vale Tudo no país. Alonso é um verdadeiro arquivo vivo sobre o mundo das artes marciais. Sua presença nos torneios é sempre motivo de polêmica entre os lutadores. A todo o momento alguém se aproxima do jornalista para comentar alguma matéria da revista, ou reclamar porque uma declaração não foi publicada, ou fazer alguma provocação a um adversário. Alonso atende a todos com muita diplomacia e se diverte com os bastidores do torneio.
Wallid Ismail é uma revelação como empresário e realizador de eventos. Durante muitos anos ele foi um lutador que sempre trazia a polêmica para os torneios que participava. Depois que descobriu sua vocação para empresário se comporta como um diplomata. “Quando eu era lutador eu tocava o terror. Agora como empresário é diferente. Hoje eu sei ter jogo de cintura e aprendi a engolir sapos”, dizia ele após a quinta edição do Jungle Fight que foi transmitido ao vivo para o Japão e EUA. Enquanto organiza a sexta edição do Jungle Fight, em abril de 2006, Wallid negocia a realização de um torneio semelhante num cassino em Las Vegas, com o apoio dos atores americanos James Caan e Ray Liota. Em seu escritório, no Hotel Tropical, Wallid exibe fotos suas ao lado dos astros do cinema. Numa das fotos James Caan, que atuou em filmes como O poderoso chefão, aparece vestindo uma camiseta do Jungle Fight.
CONTATOS IMEDIATOS – Um lugar místico e acolhedor. Assim é Presidente Figueiredo, uma minúscula cidade perto de Manaus. De caminhonete demoramos uma hora e meia por uma estrada quase deserta que avançava por entre a exuberância da floresta amazônica. Uma energia diferente brotava daquelas matas com suas várias tonalidades da cor verde.
Presidente Figueiredo é um lugar famoso na região por causa do aparecimento de seres extra-terrestres. A presença de aliens no pedaço é algo que faz parte da cultura do lugar que já registrou vários episódios com pessoas que tiveram contatos com disco voadores ou seres de outros planetas. Aliás, o misticismo é algo muito forte na Amazônia. Além das lendas da própria floresta existem as lendas sobre aventuras interplanetárias.
Ellen Honorato, filha do dono do Hotel Ariaú, um resort ecológico cravado sobre palafitas em plena floresta me contou que já viu fenômenos inexplicáveis na região. Ela conta que, por duas vezes, assistiu as águas do rio serem sugadas para o céu. Sem mais nem menos as águas do rio amazonas adquiriram o formato de um tubo e subiram aos céus. Quando isso aconteceu o volume das águas diminuíram. Esse fenômeno já foi observado por várias pessoas que não conseguem explicar o que acontece. Será que extra-terrestres estão sugando as águas do Amazonas? Será que é um fenômeno natural da região, incompreensível para os homens? Ellen me garantiu que fotografou o fenômeno e me convidou para fazer uma visita ao Hotel Ariaú para que eu possa ver as fotos.
Em Presidente Figueiredo eu fiquei todo o tempo à procura de ET´s e disco voadores, mas talvez eu não esteja devidamente preparado para encontra-los, pois eles não apareceram. Em compensação pude vislumbrar a beleza do lugar que possui dezenas de cachoeiras e um lugar mágico chamado Santuário, uma clareira dentro da floresta onde o rio forma várias cachoeiras. Foi uma experiência muito renovadora ficar uma tarde inteira tomando banho de rio, sentido o jorrar de uma cachoeira sobre o corpo. E depois vislumbrar um lindo sol se pôr no meio da floresta.
5.12.05
FESTA NA FLORESTA –Durante o Jungle Fight os longos corredores do Hotel Tropical foram testemunhas da manifestação explosiva de muitos sentimentos. Alegrias e tristezas. Orgulho e vergonha. Ternura e fúria. Além de demonstrações explícitas de afeto, amizade, ódio, inveja, companheirismo, fidelidade, orgulho, carinho, paixão e amor. Foi atravessando os longos corredores do Hotel Tropical, em Manaus, durante o Jungle Fight, que aficionados das artes marciais puderam conviver com todos esses sentimentos como personagens atarantados dentro de um filme do Robert Altman.
O torneio em si durou cerca de três horas, no Centro de Convenções do Tropical. Mas esse tipo de evento envolve também o antes, que é a chegada dos atletas, suas equipes e seus treinadores, a pesagem, que é o momento mais sublime, e o depois, que é o dia seguinte, quando já foi definido quem ganhou e quem perdeu e acontece aquela confraternização com os rapazes de braços enfaixados, olhos inchados e corpo coberto de hematomas.
A cada nova competição os torneios de artes marciais no Brasil vêm adquirindo, cada vez mais, um nível profissional que não fica nada a dever aos grandes torneios internacionais. Organizados e bem produzidos, já assimilaram a noção de espetáculo adequada a esse tipo de evento. No caso do Jungle Fight a inclusão de elementos ligados a floresta, com seus mitos, lendas e cenários fizeram a diferença no torneio que teve transmissão internacional ao vivo. Com os recursos do mundo dos espetáculos agregados ao esporte, o Jungle Fight ficou parecendo uma grande ópera realizada em plena floresta amazônica. Algo entre Hollywood e o desfile das escolas de samba.
Os lutadores cientes da sua posição de vedetes do espetáculo faziam a sua parte. As entradas em cena buscavam sempre uma forma original de levantar o público, cada um com sua música apropriada. Havia desde o funk carioca, o rock da Califórnia e o hino da Croácia até a trilha do filme Cristóvão Colombo, feita pelo músico Vangelis. O lutador carioca Alexandre Cacareco surgiu da boca do cacique cenográfico ao som de um autêntico hip hop. Com sua equipe ele atravessou a passarela dançando o ritmo da moda e assim, ganhando a simpatia do público. Parecia que sabia que ia vencer o embate com o adversário Júlio Jamanta.
Júlio Jamanta X Alexandre Cacareco foi uma luta que deu o que falar no torneio. Jamanta e Cacareco pertencem a academias rivais, a Brazilian Top Team e a Chute Box, e isso criou uma expectativa em torno da disputa. Parecia ser uma luta equilibrada mas, com menos de um minuto, Cacareco detonou Jamanta e comemorou imitando o gesto de vitória do seu adversário. A equipe do atleta nocauteado não gostou nada da brincadeira. Corta para o dia seguinte, no café da manhã do Hotel Tropical.
Um elegante salão no primeiro andar, cujas janelas envidraçadas exibem lá fora as árvores frondosas do bosque particular do Hotel. Assim é o lugar onde é servido o café da manhã do Tropical. Com sucos de Cupuaçu e Taperebá, tapiocas, ovos mexidos e uma infinidade de frutas e pãezinhos e bolinhos e guloseimas diversas. Naquela manhã inocentes rapazes tatuados, másculos e viris exibiam com orgulho seus hematomas, seus supercílios inchados, seus ombros ou braços enfaixados. Em torno deles outros atletas, tão másculos quanto viris, discutiam os melhores momentos do bem sucedido torneio da noite anterior. Tudo isso misturado a turistas de vários lugares do mundo que testemunhavam impávidos aquele congresso de fraterna virilidade.
Como num filme de cowboy, tudo mudou quando Alexandre Cacareco adentrou o saloon do café matinal. Sentados numa mesa, os integrantes da equipe de Julio Jamanta eram um pote até aqui de mágoa com o adversário do seu atleta, que ostentava um olho tão inchado que não conseguia nem abrir. Quando Cacareco atravessou o salão, uma voz rancorosa explodiu um “filho-da-puta” num tom de voz tão passional que mudou o clima do breakfast na selva. De imediato um silêncio teatral deu um tom de perplexidade ao ambiente.
Cacareco respondeu alguma coisa e um dos lutadores se levantou da mesa dizendo com firmeza: “Nós vamos resolver isso agora!”, e partiu em direção ao outro já se despindo do casaco enquanto aquele se livrava do relógio respondendo com voz decidida: “Pode vir qualquer um de vocês. Se quiser pode vir até os cinco”. O clima ficou tenso. Da mesa ao lado um grupo de turistas se levantou apressado e saíu de fininho do salão. Foi tudo muito rápido e, quando eles já estavam quase se atracando, a turma do deixa disso conseguiu acalmar os ânimos.
Quando tudo já havia voltado ao normal eu me virei para o Maitre, que ainda parecia boquiaberto com a cena que acabara de assistir. Os gestos largos. As poses viris. As vozes alteradas. Eu me desculpei pelos lutadores. “Eles só estão um pouco nervosos, mas são caras legais”, disse eu, justificando. O Maitre: “Eu quero mais é que eles briguem e quebrem tudo. Depois a gente bota no lugar”. Em mesas bem separadas, Cacareco, Jamanta e suas equipes saboreavam a refeição matinal.
O torneio em si durou cerca de três horas, no Centro de Convenções do Tropical. Mas esse tipo de evento envolve também o antes, que é a chegada dos atletas, suas equipes e seus treinadores, a pesagem, que é o momento mais sublime, e o depois, que é o dia seguinte, quando já foi definido quem ganhou e quem perdeu e acontece aquela confraternização com os rapazes de braços enfaixados, olhos inchados e corpo coberto de hematomas.
A cada nova competição os torneios de artes marciais no Brasil vêm adquirindo, cada vez mais, um nível profissional que não fica nada a dever aos grandes torneios internacionais. Organizados e bem produzidos, já assimilaram a noção de espetáculo adequada a esse tipo de evento. No caso do Jungle Fight a inclusão de elementos ligados a floresta, com seus mitos, lendas e cenários fizeram a diferença no torneio que teve transmissão internacional ao vivo. Com os recursos do mundo dos espetáculos agregados ao esporte, o Jungle Fight ficou parecendo uma grande ópera realizada em plena floresta amazônica. Algo entre Hollywood e o desfile das escolas de samba.
Os lutadores cientes da sua posição de vedetes do espetáculo faziam a sua parte. As entradas em cena buscavam sempre uma forma original de levantar o público, cada um com sua música apropriada. Havia desde o funk carioca, o rock da Califórnia e o hino da Croácia até a trilha do filme Cristóvão Colombo, feita pelo músico Vangelis. O lutador carioca Alexandre Cacareco surgiu da boca do cacique cenográfico ao som de um autêntico hip hop. Com sua equipe ele atravessou a passarela dançando o ritmo da moda e assim, ganhando a simpatia do público. Parecia que sabia que ia vencer o embate com o adversário Júlio Jamanta.
Júlio Jamanta X Alexandre Cacareco foi uma luta que deu o que falar no torneio. Jamanta e Cacareco pertencem a academias rivais, a Brazilian Top Team e a Chute Box, e isso criou uma expectativa em torno da disputa. Parecia ser uma luta equilibrada mas, com menos de um minuto, Cacareco detonou Jamanta e comemorou imitando o gesto de vitória do seu adversário. A equipe do atleta nocauteado não gostou nada da brincadeira. Corta para o dia seguinte, no café da manhã do Hotel Tropical.
Um elegante salão no primeiro andar, cujas janelas envidraçadas exibem lá fora as árvores frondosas do bosque particular do Hotel. Assim é o lugar onde é servido o café da manhã do Tropical. Com sucos de Cupuaçu e Taperebá, tapiocas, ovos mexidos e uma infinidade de frutas e pãezinhos e bolinhos e guloseimas diversas. Naquela manhã inocentes rapazes tatuados, másculos e viris exibiam com orgulho seus hematomas, seus supercílios inchados, seus ombros ou braços enfaixados. Em torno deles outros atletas, tão másculos quanto viris, discutiam os melhores momentos do bem sucedido torneio da noite anterior. Tudo isso misturado a turistas de vários lugares do mundo que testemunhavam impávidos aquele congresso de fraterna virilidade.
Como num filme de cowboy, tudo mudou quando Alexandre Cacareco adentrou o saloon do café matinal. Sentados numa mesa, os integrantes da equipe de Julio Jamanta eram um pote até aqui de mágoa com o adversário do seu atleta, que ostentava um olho tão inchado que não conseguia nem abrir. Quando Cacareco atravessou o salão, uma voz rancorosa explodiu um “filho-da-puta” num tom de voz tão passional que mudou o clima do breakfast na selva. De imediato um silêncio teatral deu um tom de perplexidade ao ambiente.
Cacareco respondeu alguma coisa e um dos lutadores se levantou da mesa dizendo com firmeza: “Nós vamos resolver isso agora!”, e partiu em direção ao outro já se despindo do casaco enquanto aquele se livrava do relógio respondendo com voz decidida: “Pode vir qualquer um de vocês. Se quiser pode vir até os cinco”. O clima ficou tenso. Da mesa ao lado um grupo de turistas se levantou apressado e saíu de fininho do salão. Foi tudo muito rápido e, quando eles já estavam quase se atracando, a turma do deixa disso conseguiu acalmar os ânimos.
Quando tudo já havia voltado ao normal eu me virei para o Maitre, que ainda parecia boquiaberto com a cena que acabara de assistir. Os gestos largos. As poses viris. As vozes alteradas. Eu me desculpei pelos lutadores. “Eles só estão um pouco nervosos, mas são caras legais”, disse eu, justificando. O Maitre: “Eu quero mais é que eles briguem e quebrem tudo. Depois a gente bota no lugar”. Em mesas bem separadas, Cacareco, Jamanta e suas equipes saboreavam a refeição matinal.
1.12.05
O LIVRO É O MELHOR AMIGO DO HOMEM - O universo marginal da Baixada Fluminense chega à literatura pelas mãos de um dos maiores autores de telenovelas do país, Aguinaldo Silva. O escritor visitou o cenário recentemente em sua última criação, ‘Senhora do Destino’, e é justamente da trama que bateu todos os recordes de audiência da Globo que surge o protagonista do livro. O bicheiro Giovanni Improtta é o principal personagem de Prendam Giovanni Improtta, nova versão do romance policial O Homem que Comprou o Rio, lançado originalmente em 1986 e agora revisado e parcialmente reescrito.
Ao contrário do que possa aparecer à primeira vista, não foi o personagem que saltou da tevê para o livro mas justamente o inverso. O romance flagra a trajetória de Giovanni Improtta em uma fase anterior à da novela, quando era “mau feito um pica-pau”, segundo palavras do próprio autor. Em Senhora do Destino o bicheiro já estava em busca da redenção, sendo mais famoso por seus bordões como “felomenal” e “o tempo urge e a Sapucaí é grande” do que propriamente por suas atividades ilegais. No romance, Giovanni Improtta ainda é um poderoso bicheiro com trânsito livre entre políticos e empresários do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense e tem sua história contada a partir de um duplo homicídio.
Personagens com nomes falsos, mas perfeitamente reconhecíveis, e outros com sua identidade verdadeira – entre eles o Presidente Getúlio Vargas – povoam, ao longo dos mais de trinta anos da história brasileira presentes no livro, o universo em que Giovanni, à custa de muita corrupção e violência, acaba por se tornar um rei. Aguinaldo Silva, que se encontrava afastado da literatura desde os anos 90, quando passou a se dedicar exclusivamente às novelas da TV Globo, usa de sua larga experiência como repórter policial para mergulhar nas relações viciosas entre contraventores e políticos, traçando um painel do peculiar universo da Baixada Fluminense.
Aguinaldo estreou na literatura aos 16 anos e tem 13 livros publicados. O lançamento desta nova edição de Prendam Giovanni Improtta (Geração Editorial, 176 páginas, R$ 29,00) é a primeira de uma série de seis livros do autor que serão publicados pela mesma editora, dentre eles o inédito ‘98 Tiros de Audiência’, sobre o mundo das telenovelas e da televisão, que Aguinaldo está concluindo para lançar na Bienal do Livro de São Paulo, em março de 2006.
Na entrevista abaixo, Silva anuncia também que, tão longo termine seu contrato com a TV Globo, em 2010, não vai mais escrever telenovelas. Ele pretende dedicar-se exclusivamente à literatura.
Você andou afastado da literatura (seu último livro, Lábios que Beijei, foi publicado em meados da década de 90). Por quê?
– Por um acidente de percurso. Publiquei meu primeiro romance (Redenção para Job, 1961) aos 16 anos, e por causa dele tornei-me jornalista. Até 1978 eu me dividi entre este e a literatura, mas foi aí que a televisão surgiu em minha vida, e eu escrevi seriados primeiro, depois minisséries e finalmente novelas (‘Roque Santeiro’, ‘Tieta’, ‘Vale Tudo’, ‘Pedra sobre Pedra’, ‘A Indomada’, ‘Porto dos Milagres’ e ‘Senhora do Destino’, entre outras). Estas ocuparam nos últimos anos todo o meu tempo, pelo que a literatura foi deixada de lado. Mas dela restou a nostalgia, que me traz de volta agora. ‘Prendam Giovanni Improtta’ é apenas o primeiro de uma série de livros de minha autoria que a Geração Editorial vai lançar, inclusive um inédito, ‘98 tiros de audiência’, que se passa nos bastidores de uma novela das oito e será lançado no começo do próximo ano.
Este universo da televisão é que vai ser o seu novo território literário?
– Sim e não. Nestes meus 27 anos de televisão, e sempre no mesmo Canal (a Rede Globo), escrevendo quase sempre novelas das oito, não há dúvida de que vivi e tomei conhecimento de muitas histórias, todas devidamente arquivadas no meu inconsciente (e também em cadernos de notas que venho organizando). E elas são suficientes para que eu possa me auto-proclamar um arquivo vivo. Essa experiência toda no universo televisivo pode me render outros livros - além de ‘98 tiros de audiência’ - ou não. De qualquer modo, nesse momento estou empenhado em prosseguir com o mapeamento da violência no Rio de Janeiro e na Baixada: é sobre isso que me interessa escrever agora.
Isso significa que a literatura policial vai continuar prevalecendo em sua literatura?
– É mais ou menos por aí. Antes de me tornar novelista de tevê fui editor e repórter de polícia. Tenho uma longa experiência no assunto e também um alentado arquivo a respeito. Claro que a violência dos tempos em que eu era jornalista – até o final dos anos 70 – não tem nada a ver com o que acontece agora. Mas eu sou um grande leitor de jornais e um atento observador do cotidiano em que vivo, e posso dizer que continuo atualizado quanto ao tema. ‘98 tiros de audiência’, por exemplo, embora se passe nos bastidores da televisão, é a história de um crime – a morte da protagonista de uma novela das oito da qual são suspeitos todos os envolvidos com ela.
E quanto a Giovanni Improtta, personagem que, vivido pelo ator José Wilker, tornou-se um ícone nacional graças à novela: é sua intenção retomá-lo em outro trabalho?
– Não, pelo menos por enquanto. Quando ‘Senhora do Destino’ terminou, surgiu a idéia de fazer um seriado na televisão com episódios semanais, chamado ‘Os Improtta’, que teria Giovanni como protagonista e utilizaria o seu universo e os personagens do seu núcleo na novela. Mas a idéia, por absoluto cansaço meu, não vingou. Agora, com o lançamento do livro, estou aberto a propostas para que ele venha a se tornar uma minissérie. Neste sentido já houve até uma sondagem, mas não do canal de televisão que produziu a novela.
É sua intenção, portanto, dividir-se entre a televisão e a literatura?
- Pelo menos por enquanto. Meu contrato com a Rede Globo vai até 2010, e por conta dele tenho ainda que escrever duas novelas. Até lá eu estarei, sim, dividido entre uma coisa e outra. Depois que o contrato terminar... Minha intenção, pelo menos agora, é não escrever mais novelas. E nesse caso se fechará um círculo e eu voltarei ao ponto do qual nunca deveria ter saído: a literatura.
Ao contrário do que possa aparecer à primeira vista, não foi o personagem que saltou da tevê para o livro mas justamente o inverso. O romance flagra a trajetória de Giovanni Improtta em uma fase anterior à da novela, quando era “mau feito um pica-pau”, segundo palavras do próprio autor. Em Senhora do Destino o bicheiro já estava em busca da redenção, sendo mais famoso por seus bordões como “felomenal” e “o tempo urge e a Sapucaí é grande” do que propriamente por suas atividades ilegais. No romance, Giovanni Improtta ainda é um poderoso bicheiro com trânsito livre entre políticos e empresários do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense e tem sua história contada a partir de um duplo homicídio.
Personagens com nomes falsos, mas perfeitamente reconhecíveis, e outros com sua identidade verdadeira – entre eles o Presidente Getúlio Vargas – povoam, ao longo dos mais de trinta anos da história brasileira presentes no livro, o universo em que Giovanni, à custa de muita corrupção e violência, acaba por se tornar um rei. Aguinaldo Silva, que se encontrava afastado da literatura desde os anos 90, quando passou a se dedicar exclusivamente às novelas da TV Globo, usa de sua larga experiência como repórter policial para mergulhar nas relações viciosas entre contraventores e políticos, traçando um painel do peculiar universo da Baixada Fluminense.
Aguinaldo estreou na literatura aos 16 anos e tem 13 livros publicados. O lançamento desta nova edição de Prendam Giovanni Improtta (Geração Editorial, 176 páginas, R$ 29,00) é a primeira de uma série de seis livros do autor que serão publicados pela mesma editora, dentre eles o inédito ‘98 Tiros de Audiência’, sobre o mundo das telenovelas e da televisão, que Aguinaldo está concluindo para lançar na Bienal do Livro de São Paulo, em março de 2006.
Na entrevista abaixo, Silva anuncia também que, tão longo termine seu contrato com a TV Globo, em 2010, não vai mais escrever telenovelas. Ele pretende dedicar-se exclusivamente à literatura.
Você andou afastado da literatura (seu último livro, Lábios que Beijei, foi publicado em meados da década de 90). Por quê?
– Por um acidente de percurso. Publiquei meu primeiro romance (Redenção para Job, 1961) aos 16 anos, e por causa dele tornei-me jornalista. Até 1978 eu me dividi entre este e a literatura, mas foi aí que a televisão surgiu em minha vida, e eu escrevi seriados primeiro, depois minisséries e finalmente novelas (‘Roque Santeiro’, ‘Tieta’, ‘Vale Tudo’, ‘Pedra sobre Pedra’, ‘A Indomada’, ‘Porto dos Milagres’ e ‘Senhora do Destino’, entre outras). Estas ocuparam nos últimos anos todo o meu tempo, pelo que a literatura foi deixada de lado. Mas dela restou a nostalgia, que me traz de volta agora. ‘Prendam Giovanni Improtta’ é apenas o primeiro de uma série de livros de minha autoria que a Geração Editorial vai lançar, inclusive um inédito, ‘98 tiros de audiência’, que se passa nos bastidores de uma novela das oito e será lançado no começo do próximo ano.
Este universo da televisão é que vai ser o seu novo território literário?
– Sim e não. Nestes meus 27 anos de televisão, e sempre no mesmo Canal (a Rede Globo), escrevendo quase sempre novelas das oito, não há dúvida de que vivi e tomei conhecimento de muitas histórias, todas devidamente arquivadas no meu inconsciente (e também em cadernos de notas que venho organizando). E elas são suficientes para que eu possa me auto-proclamar um arquivo vivo. Essa experiência toda no universo televisivo pode me render outros livros - além de ‘98 tiros de audiência’ - ou não. De qualquer modo, nesse momento estou empenhado em prosseguir com o mapeamento da violência no Rio de Janeiro e na Baixada: é sobre isso que me interessa escrever agora.
Isso significa que a literatura policial vai continuar prevalecendo em sua literatura?
– É mais ou menos por aí. Antes de me tornar novelista de tevê fui editor e repórter de polícia. Tenho uma longa experiência no assunto e também um alentado arquivo a respeito. Claro que a violência dos tempos em que eu era jornalista – até o final dos anos 70 – não tem nada a ver com o que acontece agora. Mas eu sou um grande leitor de jornais e um atento observador do cotidiano em que vivo, e posso dizer que continuo atualizado quanto ao tema. ‘98 tiros de audiência’, por exemplo, embora se passe nos bastidores da televisão, é a história de um crime – a morte da protagonista de uma novela das oito da qual são suspeitos todos os envolvidos com ela.
E quanto a Giovanni Improtta, personagem que, vivido pelo ator José Wilker, tornou-se um ícone nacional graças à novela: é sua intenção retomá-lo em outro trabalho?
– Não, pelo menos por enquanto. Quando ‘Senhora do Destino’ terminou, surgiu a idéia de fazer um seriado na televisão com episódios semanais, chamado ‘Os Improtta’, que teria Giovanni como protagonista e utilizaria o seu universo e os personagens do seu núcleo na novela. Mas a idéia, por absoluto cansaço meu, não vingou. Agora, com o lançamento do livro, estou aberto a propostas para que ele venha a se tornar uma minissérie. Neste sentido já houve até uma sondagem, mas não do canal de televisão que produziu a novela.
É sua intenção, portanto, dividir-se entre a televisão e a literatura?
- Pelo menos por enquanto. Meu contrato com a Rede Globo vai até 2010, e por conta dele tenho ainda que escrever duas novelas. Até lá eu estarei, sim, dividido entre uma coisa e outra. Depois que o contrato terminar... Minha intenção, pelo menos agora, é não escrever mais novelas. E nesse caso se fechará um círculo e eu voltarei ao ponto do qual nunca deveria ter saído: a literatura.
FESTA NA FLORESTA - Quando cheguei a Manaus chovia muito, então não senti de início o famoso calor da cidade. No aeroporto um rapaz todo tatuado chamado Beethoven me esperava. No mesmo vôo um grupo de rapazes fortes com enormes tatuagens nos braços musculosos não deixavam dúvidas: eram lutadores que estavam indo participar do JUNGLE FIGHT, o internacional torneio de Vale Tudo promovido pelo empresário e ex-lutador amazonense Wallid Ismail.
No caminho para o Hotel Tropical, o famoso cinco estrelas da capital amazonense, pude observar a exuberância da vegetação. As árvores pareciam felizes com a chuva torrencial. Beethoven me disse que estava chovendo há vários dias na região e que aquela seca terrível que acontecera no Amazonas já tinha acabado. Eu perguntei se Beethoven era seu nome verdadeiro e ele respondeu que sim. Ele era Beethoven filho, já que seu pai também tinha esse nome e que seu filho era Beethoven Neto.
Quando cheguei no Hotel Tropical fui recebido pelo dono da festa, o próprio Wallid que me abriu os braços e disse: "Você é meu convidado de honra". No lobby encontrei meu camarada o jornalista e fotógrafo Marcelo Alonso, editor da revista TATAME, que tinha vindo fazer a cobertura do torneio. Enquanto eu fazia o check-in chegou a cantora Margareth Menezes, que tinha vindo no mesmo vôo que eu. No mesmo dia ela faria um show às margens do rio Negro, na praia particular do hotel.
No hotel um grande movimento de atletas, lutadores, treinadores e aficcionados de artes marciais. Num dos salões de eventos do hotel foi feita a pesagem dos lutadores. Esse é um dos rituais mais importantes dos torneios de Vale Tudo. A pesagem dos lutadores. Numa balança, em frente a comissão de arbitragem, os lutadores se pesam para poder definir a classificação de cada um. Como cada grama tem importância fundamental eles se pesam nus. O lutador Edson Drako estava com quase um quilo acima do seu peso então, para perder o excesso, ele ficou cinco horas fazendo sauna, já que a luta seria no dia seguinte. Acabou conseguindo ficar no peso ideal.
Manaus parou para assitir a quinta edição do JUNGLE FIGHT, que esse ano teve ares de super produção e reuniu algumas das maiores estrelas do mundo das artes marciais do Brasil, Rússia, Sérvia, Finlândia, Colombia e Dinamarca. O estádio do Hotel Tropical foi tranformado numa gigantesca tribo indigena, graças a cenografia inspirada nos mitos da floresta amazônica. Efeitos especiais, fumaça, raios-laser e iluminação feérica ajudaram a empolgar o público cada vez que um lutador entrava em cena saindo da boca de um cacique gigante que fazia parte do cenário. Belas modelos em minúsculos trajes de india anunciavam os rounds. Foram nove lutas num espetáculo que durou três horas. Na luta mais aplaudida Alexandre Cacareco nocauteou Júlio Jamanta em menos de 1 minuto e foi ovacionado pelo público. Na luta mais polêmica o gaúcho Edson Draggo nocauteou seu conterrâneo Hélio Dipp, que entrou em cena ao som do funk carioca fazendo coreografias que levantaram o público. Como havia uma rivalidade pesoal entre os bofes Draggo continuou batendo em Dipp mesmo depois que ele já tinha desmaiado. O juiz conseguiu segurar o valentão que saiu de cena vaiado pelo público.
O veterano Carlson Gracie, de 73 anos, foi o grande homenageado do JUNGLE FIGHT. Vivendo atualmente em Chicago, onde tem uma academia, ele se dedica a preparar e a treinar jovens lutadores. Foi das mãos do seu ex-pupilo, o Senador Artur Virgilio Neto, que Carlson recebeu o troféu de Honra ao Mérito. O Senador amazonense, que é faixa-preta de jiu-jitsu e já ameaçou bater no presidente Lula, foi ovacionado pelo público quando afirmou com voz emocionada: "Tudo o que aprendi no jiu-jitsu foi Carlson Gracie que me ensinou. Foi esse homem quem me deu a faixa-preta!". Carlson GRacie, por sua vez, revelou que está levando para treinar nos EUA cinco lutadores de Manaus e afirmou: "'O Amazonas é um celeiro de grandes lutadores".
Marcus Antônio di Lucia foi um dos lutadores mais celebrados do JUNGLE FIGHT, onde atuou apenas como árbito. Radicado há mais de 10 anos nos EUA, ele dá aulas de jiu-jitsu para celebridades como Bryan Spears, irmão da Britney Spears, além de Vin Diesel, LL Cool J, Ben Affleck e Guy Richie, o marido da Madonna que, quando está em Los Angeles, sempre vai treinar jiu-jitsu, esporte que adora. "O Guy é um cara super gente fina", diz Marcus que foi para os EUA com uma mão na frente e outra atrás e hoje é dono de uma academia localizada em Beverly Hills, o bairro mais chique da capital do cinema.
A cantora baiana Margareth Menezes foi uma das grandes atrações do JUNGLE FIGHT. Mas, calma leitores, ela não entrou no ringue. É que, um dia antes do torneio, foi organizada uma animada Micareta no Hotel Tropical a fim de promover o evento. Um palco foi montado na praia particular do hotel às margens do rio Negro, onde cerca de 5 mil pesoas se esbaldaram ao som de novos e antigos sucessos da estrela baiana. De dentro do rio Negro mais de uma dezena de iates lotados de foliões ajudaram a deixar a festa ainda mais bonita. Antes de Margareth quem animou a festa foi a banda J Quest.
No caminho para o Hotel Tropical, o famoso cinco estrelas da capital amazonense, pude observar a exuberância da vegetação. As árvores pareciam felizes com a chuva torrencial. Beethoven me disse que estava chovendo há vários dias na região e que aquela seca terrível que acontecera no Amazonas já tinha acabado. Eu perguntei se Beethoven era seu nome verdadeiro e ele respondeu que sim. Ele era Beethoven filho, já que seu pai também tinha esse nome e que seu filho era Beethoven Neto.
Quando cheguei no Hotel Tropical fui recebido pelo dono da festa, o próprio Wallid que me abriu os braços e disse: "Você é meu convidado de honra". No lobby encontrei meu camarada o jornalista e fotógrafo Marcelo Alonso, editor da revista TATAME, que tinha vindo fazer a cobertura do torneio. Enquanto eu fazia o check-in chegou a cantora Margareth Menezes, que tinha vindo no mesmo vôo que eu. No mesmo dia ela faria um show às margens do rio Negro, na praia particular do hotel.
No hotel um grande movimento de atletas, lutadores, treinadores e aficcionados de artes marciais. Num dos salões de eventos do hotel foi feita a pesagem dos lutadores. Esse é um dos rituais mais importantes dos torneios de Vale Tudo. A pesagem dos lutadores. Numa balança, em frente a comissão de arbitragem, os lutadores se pesam para poder definir a classificação de cada um. Como cada grama tem importância fundamental eles se pesam nus. O lutador Edson Drako estava com quase um quilo acima do seu peso então, para perder o excesso, ele ficou cinco horas fazendo sauna, já que a luta seria no dia seguinte. Acabou conseguindo ficar no peso ideal.
Manaus parou para assitir a quinta edição do JUNGLE FIGHT, que esse ano teve ares de super produção e reuniu algumas das maiores estrelas do mundo das artes marciais do Brasil, Rússia, Sérvia, Finlândia, Colombia e Dinamarca. O estádio do Hotel Tropical foi tranformado numa gigantesca tribo indigena, graças a cenografia inspirada nos mitos da floresta amazônica. Efeitos especiais, fumaça, raios-laser e iluminação feérica ajudaram a empolgar o público cada vez que um lutador entrava em cena saindo da boca de um cacique gigante que fazia parte do cenário. Belas modelos em minúsculos trajes de india anunciavam os rounds. Foram nove lutas num espetáculo que durou três horas. Na luta mais aplaudida Alexandre Cacareco nocauteou Júlio Jamanta em menos de 1 minuto e foi ovacionado pelo público. Na luta mais polêmica o gaúcho Edson Draggo nocauteou seu conterrâneo Hélio Dipp, que entrou em cena ao som do funk carioca fazendo coreografias que levantaram o público. Como havia uma rivalidade pesoal entre os bofes Draggo continuou batendo em Dipp mesmo depois que ele já tinha desmaiado. O juiz conseguiu segurar o valentão que saiu de cena vaiado pelo público.
O veterano Carlson Gracie, de 73 anos, foi o grande homenageado do JUNGLE FIGHT. Vivendo atualmente em Chicago, onde tem uma academia, ele se dedica a preparar e a treinar jovens lutadores. Foi das mãos do seu ex-pupilo, o Senador Artur Virgilio Neto, que Carlson recebeu o troféu de Honra ao Mérito. O Senador amazonense, que é faixa-preta de jiu-jitsu e já ameaçou bater no presidente Lula, foi ovacionado pelo público quando afirmou com voz emocionada: "Tudo o que aprendi no jiu-jitsu foi Carlson Gracie que me ensinou. Foi esse homem quem me deu a faixa-preta!". Carlson GRacie, por sua vez, revelou que está levando para treinar nos EUA cinco lutadores de Manaus e afirmou: "'O Amazonas é um celeiro de grandes lutadores".
Marcus Antônio di Lucia foi um dos lutadores mais celebrados do JUNGLE FIGHT, onde atuou apenas como árbito. Radicado há mais de 10 anos nos EUA, ele dá aulas de jiu-jitsu para celebridades como Bryan Spears, irmão da Britney Spears, além de Vin Diesel, LL Cool J, Ben Affleck e Guy Richie, o marido da Madonna que, quando está em Los Angeles, sempre vai treinar jiu-jitsu, esporte que adora. "O Guy é um cara super gente fina", diz Marcus que foi para os EUA com uma mão na frente e outra atrás e hoje é dono de uma academia localizada em Beverly Hills, o bairro mais chique da capital do cinema.
A cantora baiana Margareth Menezes foi uma das grandes atrações do JUNGLE FIGHT. Mas, calma leitores, ela não entrou no ringue. É que, um dia antes do torneio, foi organizada uma animada Micareta no Hotel Tropical a fim de promover o evento. Um palco foi montado na praia particular do hotel às margens do rio Negro, onde cerca de 5 mil pesoas se esbaldaram ao som de novos e antigos sucessos da estrela baiana. De dentro do rio Negro mais de uma dezena de iates lotados de foliões ajudaram a deixar a festa ainda mais bonita. Antes de Margareth quem animou a festa foi a banda J Quest.
Postagens mais vistas
-
G O LDEN GAYS 2010 OS GAYS MAIS IMPORTANTES DE 2010 – Dezembro é o mês das listas. Listas dos melhores do ano nas artes, na p...
-
GOLDEN GAYS 2008 – Assumir pra quê? 2008 foi o ano em que esse negócio de assumir que é gay se tornou um comportamento old fashion . É isso...
-
JÚLIO MACHADO: NU EM NOME DE CRISTO - O público vai se surpreender com o filme "Divino Amor", que estreia este ...
-
A Loba de Rayban falando no celular depois da estréia. Um abraço apertado no sobrinho Gabriel Mattar. Christiane com o marido, o filho o ...
-
O VERÃO 2009 – Que calor! Na Praia de Ipanema os meninos dizem que 2009 terá o verão mais quente da história. Olhando aqueles corpos tinind...