12.3.03

HOUVE UMA VEZ O HORÁRIO NOBRE – Existiu uma época em que a TV Globo tinha uma coisa que eles chamavam de horário nobre. Um horário dedicado a shows e espetáculos produzidos pelos mais talentosos artistas do show business nacional. Mas isso foi na época do Boni, quando a Globo tinha uma cabeça pensante que orientava sua programação com talento e competência. Hoje, como a emissora não passa de uma empresa acéfala, que vive das glórias do passado, os telespectadores tem que se contentar com essa coisa indigente e grosseira chamada Big Brother Brasil. O programa é um culto à mediocridade. Um espetáculo que se dedica a transformar pessoas medíocres em celebridades. Quanto menos o sujeito tiver a dizer, quanto mais fútil e vazio ele for, mais chances tem de se sobressair neste festival de inutilidades.


Um dos grandes dramas da vida moderna é que nós estamos vivendo numa época onde as pessoas topam qualquer negócio por dinheiro. Não importa ética, moral ou princípios. O importante é que se ganhe dinheiro. Vale desde assaltar um banco. Seqüestrar um publicitário. Posar nu mesmo que você não tenha corpo para isso. Botar uma barraca de camelô na principal avenida da cidade, mesmo que seja proibido. Clonar cartões de crédito. Não importam os meios. O que vale é o fim, desde que esse fim seja a carteira cheia de dinheiro. E o Big Brother Brasil é um programa de TV que celebra esse tipo de raciocínio. Aquelas pessoas sem conteúdo estão ali para arrumar uma grana. Não importa que elas sejam sem talento, medíocres ou vazias. O dinheiro que elas vão ganhar é mais importante do que qualquer coisa que elas possam ter para dizer aos telespectadores. E o BBB valoriza esse culto ao nada, como um grande acontecimento. E pensar que quando eu era criança a atração do horário nobre da Globo era o Elis Especial.

Madonna vem aí...

 

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