30.8.04

26.8.04

CRIMES NA SOCIEDADE – A vida mundana da alta sociedade de Nova York é o tema do livro Crimes na sociedade, da escritora Jane Stanton Hitchcock, que a editora Record acaba de lançar. É um divertido romance policial cheio de personagens ricos e poderosos, ambientado nos salões sofisticados da big apple e nas mansões luxuosas dos Hamptons. É pura diversão para o leitor. Dondocas, milionários, playboys, arrivistas e colunistas sociais disputando um jogo de intrigas, falsidades, interesses e traições.

Jô Slater, a protagonista, é uma socialite de ponta da vida social novaiorquina, muito bem casada com um milionário vinte anos mais velho. Um certo verão ela resolve hospedar uma amiga na sua elegante mansão de Southampton, com a gigantesca piscina e cheia de quadros de grandes artistas. Antes do fim do verão a sra. Slater descobre que a amiga está tendo um caso com o marido. Ao ser flagrado pela esposa nos braços da amante, na sauna da mansão, o homem tem um ataque cardíaco e morre. Dias antes o marido rico tinha feito um testamento em que deixava toda a sua fortuna para a amante. A sra. Slater decide se vingar, bolando um plano para eliminar a ex-amiga.

Toda essa história é narrada como fofocas de uma coluna social, por entre jantares, coquetéis, reuniões de negócios, restaurantes caros, clubes fechados, jóias, grifes, obras de arte e cenários suntuosos. É uma boa distração e a autora possui uma excelente narrativa. Recomendo também Alguém espia nas trevas, de Mary Higgins Clarke. Aqui a autora investe mais no suspense contando a história de um seqüestro e de uma tentativa de explosão da Grand Central Station, em Nova York. Depois que comecei a ler, não consegui mais largar o livro.





DEZ INCRIVEIS LIVROS POLICIAIS:

1-Águas Profundas, de Patrícia Highsmith
2-O Assassinato de Roger Akroyd, Agatha Christie
3-O garoto que seguiu Ripley, Patrícia Highsmith
4-A forma da água, de Mario Camilleri
5-Vastas emoções e pensamentos imperfeitos, de Rubem Fonseca
6-Em carne viva, de Ruth Rendell
8-Morte no seminário, de P D James
9-Amor para sempre, de Ian McEwan
10-Sempre Caro, de Marcello Fois

LITERATURA MODERNA - A editora Landmark está lançando uma ótima coletânea de contos do Oscar Wilde, em edição bilíngue com a tradução para o português e o original inglês. São treze contos, entre eles O Fantasma de Canterville, O Pescador e sua Alma e O Crime de Lorde Arthur Savile. São histórias curtas produzidas durante o período mais feliz, e menos turbulento, da vida de Wilde. Nascido em outubro de 1854 na cidade de Dublin, Wilde viveu na efervescente Londres vitoriana freqüentando círculos de escritores, atores e figuras de destaque da época. Nessas reuniões, ele aproveitava para demonstrar seu talento não só como escritor mas também como intérprete, lendo em voz alta os contos que produzia, com a entonação, a ênfase e a dicção próprias dos atores. Exímio contador de histórias, encantava os ingleses com suas ironias, a precisão formal dos textos e, claro, com a própria presença. Os que tiveram o privilégio de ouvi-lo diziam que a voz cadenciada, bem modulada, a interpretação dramática e o carisma peculiar de Wilde eram simplesmente irresistíveis, cativando a atenção do público seleto que se reunia para assistí-lo.




Frases de FERNANDO GABEIRA em entrevista à Folha de São Paulo.


Não sinto que o Brasil tenha dado um passo adiante com a vitória de Lula. Em muitos campos, sinto até um retrocesso.


A presidência para o Lula é uma ascensão material. Ele desfruta de recursos e possibilidades materiais muito maiores do que quando estava na oposição.


Existe hoje a absolutização do desenvolvimento econômico e o fetiche matemático. Qualquer questionamento ético é contra o crescimento econômico.


Existe uma vontade do PT de se perpetuar no poder. Ficou muito claro que, ao chegarem ao governo, eles descobriram, deslumbrados, que o mais importante é ficar no governo e secundário o que será feito com o país.



23.8.04




Sejamos como o sol que não visa nenhuma recompensa, nenhum elogio, não espera lucros nem fama, simplesmente brilha!

FRASES:


Quem adivinharia que a grande droga dos anos 2000 seria inocente e legalizada? - Sebastião Maciel, sobre o ORKUT




Por que brigar tanto assim com a Mãe Natureza, se ela mesma nos fez imperfeitos e periclitantes? Jango Rodrigues, escritor




FORÇA & SAÚDE - Alexandre Xoxota é um dos grandes jogadores de futebol de praia de Copacabana. Astro do Força & Saúde, tradicional time da rua República do Perú. Muito querido pelos amigos, graças a sua personalidade e ao seu carater. Um cara que eu aprendi a admirar e a querer bem. Bonito, simpático e boa praça. Além disso, um empresário bem sucedido, dono de duas lojas de infomática. Comprei meu atual computador na loja dele. Alexandre fez questão de levar meu computador pessoalmente e ele mesmo montou o equipamento com o maior carinho, deixando claro que aquele cliente teria um tratamento especial.


Há três meses Alexandre começou a sentir dores de cabeça. Passou mal no trabalho. A esposa, Luana, com quem tem um filho de dois anos, o levou ao médico. Uma tomografia computadorizada deu o diagnóstico: tumor no cérebro. Uma reviravolta na vida do nosso querido Alexandre. (O "Xoxota" é apelido do futebol.) Dez dias depois ele foi operado. Os médicos conseguiram retirar o tumor, a operação foi bem sucedida. Agora ele está passando pela segunda fase do tratamento: a quimioterapia.


Sexta-feira fomos visitá-lo. Eu, André e Camila. Adoro meu amigos e foi triste ver o sofrimento que ele e sua família estão passando. Acredito que ele logo vai ficar bom. Nessa fase do tratamento o importante é ter paciência. Conversamos um longo tempo e ele me pareceu muito bem, apesar de magro e careca. Alexandre contou, com voz firme e serena, todo o drama que passou: a cirurgia, os riscos, os medos. Sua mãe, que estava conosco na sala, ficou emocionada com as palavras do filho e começou a chorar.


Enquanto falava, eu o olhava e me perguntava: por que logo ele? Um sujeito tão bom. Tão correto. Tão cheio de vida. Um rapaz tão bonito. O filhindo dele, de apenas dois anos, brincava na sala e isso me deixava ainda mais comovido. Uma criança linda, sorridente e de cabelos loiros. Nós íamos sempre ao Maracanã. Eu, ele e André. Alexandre nos pegava com sua caminhonete e íamos a todos os jogos do Fluminense, apesar dele torcer pelo Botafogo.


Levei três livros de presente para Alexandre: uma biografia do Ayrton Senna, o policial Alguém Espia nas Trevas, de Mary Higgins Clark e O Fascínio, romance de Tabajara Ruas. Combinanmos de jantar no Outback. Na despedida trocamos um abraço forte e ele me disse, com os olhos molhados, que tinha ficado muito comovido com a visita.

19.8.04




Quando se perde riqueza, nada se perde; quando se perde saúde, perde-se muito; quando se perde o caráter, perde-se tudo.

NOS TATAMES DA VIDA - Vibrei muito com a medalha de bronze que o atleta Flavio Canto conquistou em Atenas. É que, dois meses antes de começar a Olimpiada, eu tive a oportunidade de entrevistá-lo para uma reportagem que foi publicada no Caderno H, suplemento dominical do Jornal do Brasil. Consegui seu telefone com o Marcelo Alonso, editor da revista Tatame. Quando liguei o Flavio foi super simpático e combinamos de fazer a entrevista no pier da Barra da Tijuca. Conversamos durante uma hora aproximadamente, no intervalo entre os treinos. Depois fomos fotografar no Pier e as fotos ficaram bem bacanas. Durante a entrevista ele me disse que estava apreensivo pois, na semana seguinte, iria viajar para a França, com a equipe de judô e o seu pai iria fazer uma operação no coração.


A editora do Caderno H, Hildegard Angel, gostou das fotos e da reportagem e decidiu colocar a matéria na capa. De todas as matérias que eu fiz para o jornal foi a que fez mais sucesso. As mulheres adoraram. Ficaram todas loucas por aquele rapaz bonito de porte tão elegante, que tinha saído na capa do suplemento. Logo em seguida eu encontrei com o Ezequiel Neves, em Ipanema e ele foi logo dizendo: "Que bofe é aquele que você entrevistou? Aquilo é um homem para duzentos talheres." Depois ele me disse que tinha colocado a foto da capa na entrada da sua cozinha. "Agora toda vez que vou beber água eu olho para ele."


Flavio Canto viu a reportagem em Paris, na sala vip do aeroporto, quando estava voltando para o Brasil. Quando chegou ele me ligou para comentar o resultado da entrevista. Contou que incialmente tinha ficado envergonhado quando viu a foto enorme na capa do jornal mas, depois, acostumou e disse humilde: "Eu não sou aquilo tudo que você falou não." Então eu perguntei como estava o pai dele. Então ele contou que estava me ligando do hospital, que o pai tinha sido operado naquela manhã e tudo tinha corrido bem. Tres dias depois ele novamente viajou para Tóquio e eu só vim saber novamente dele assistindo suas lutas na TV. Foram lutas muito dignas e ele esteve bem todo o tempo. Fiquei muito orgulhoso com a sua vitória e feliz por tido a oportunidade de entrevistá-lo antes de Atenas. Leia a seguir o texto da entrevista.









O SAMURAI VAI A ATENAS - Há pouco considerado por uma comissão internacional de escritores como o melhor livro de todos os tempos, Dom Quixote, de Miguel Cervantes, é o livro favorito do atleta Flavio Canto. É a literatura que ajuda o campeão de judô a relaxar da tensão, nesses dias que antecedem a sua participação nas Olimpíadas de Atenas. Disciplinado, ele treina todos os dias e cuida da sua preparação física. Mas, para ele, a preparação fisica não é suficiente. Ele não esquece do preparo espiritual.
- O judô, como toda arte marcial, prega o equilibrio e a harmonia. Ao mesmo tempo em que eu procuro me aprimorar tecnicamente, eu busco me aperfeiçoar como pessoa. De tudo que o judô me ensinou, o mais importante é que eu aprendi a cair. A maneira como o atleta cai é muito importante para quem pratica judô. E esse aprendizado eu trouxe para minha vida pessoal. Hoje em dia, quando a vida me derruba, eu procuro saber cair para poder conseguir me levantar.


Flavio Vianna de Ulhôa Canto nasceu em 16 de abril de 1975, em Oxford, na Inglaterra, onde seu pai fazia mestrado. O judô só entrou na sua vida aos 14 anos, por influência do irmão que já praticava o esporte. Quando ganhou sua primeira medalha num campeonato amador, o professor lhe disse que um dia ele iria participar de uma olimpíada.
- O judô exercita a coordenação motora, os músculos do peito, costas e pernas. E também a parte cardiovascular. Além disso é muito importante para o equilíbrio da mente, pois estimula a disciplina e o respeito pelo adversário.


Uma das grandes paixões do atleta é o mar. Foi essa paixão que acabou fazendo dele um surfista, esporte que pratica até hoje.
- Através do surfe eu encontrei a harmonia entre a minha mente, meu corpo e meu espírito. O surfe é um esporte que é praticado junto com a natureza e as manifestações da natureza são manifestações divinas. Então surfar, para mim, é estar ao lado de Deus. Fico o tempo inteiro sonhando com meus momentos dentro d'água, numa praia paradisíaca, com ondas perfeitas. As ondas do mar me dão tranquilidade e paz.


Apesar de não ser católico praticante, Flavio Canto tem Jesus Cristo como seu maior ídolo, pois acredita na filosofia crista de "amar o próximo como a si mesmo". Foi isso que o levou a participar do REAÇÃO, um projeto social que desenvolve na favela da Rocinha, onde ele dá aulas de judô para 120 alunos. Além disso, existe uma unidade do projeto em Jacarepaguá, com a participação de 500 garotos. Flavio Canto é advogado, formado pela Universidade Gama Filho, namorado da jornalista Bianca Rothier e um veterano das olimpíadas. Em Atlanta, ficou em sétimo lugar. Em Sydney participou como reserva. A experiência é sua aliada na competição, junto com o preparo fisico e técnico e a meditação transcendental.
- A meditação é uma prática diária na qual consigo me elevar espiritualmente, busco compreender os aspectos duros da vida e me concentro nos meus objetivos. Além disso a meditação faz com que eu possa execitar a concentração e isso é fundamental na hora do combate.


O atleta tem um temperamento calmo e tranquilo e um espirito zen que transparece na beleza do seu rosto, na elegância do seu porte e na sua atitude diante da vida. Tem orgulho da sua família, da cidade em que vive e do seu País.
- O Brasil está numa situação muito ruim. Basta andar na rua para vermos que os problemas sociais se acumulam. Eu gosto muito do Lula, tenho admiração por ele mas acho que está faltando ousadia ao seu governo. Precisamos urgentemente de uma melhor distribuição de renda.


Antes de viajar para Athenas, Flavio vai participar de torneios na França, em Portugal e na China.
- O que eu mais gosto na minha profissão é a possibilidade viajar. Recentemente estive nas Ilhas Margaridas, na Venezuela e em lugares como a Rússia, Japão, Espanha e Austrália.
Flavio Canto pede ao povo brasileiro que faça pensamento positivo para que o Brasil possa trazer muitas medalhas da Grécia. E recomenda aos jovens de sua geração que leiam bastante.
- Acho que a juventude brasileira fica muito em frente a TV assistindo programas que nada lhes acrescenta. Leiam um bom livro. Leiam Machado de Assis, Cervantes, Vargas Lhosa, Fernando Moraes, Marcio de Souza. O livro é o melhor amigo do homem. Falou o Samurai!

16.8.04




Um político pensa na próxima eleição; um estadista, na próxima geração.

MARCELO ARAR 45000 - O empresário carioca Marcelo Arar, que ficou rico e famoso promovendo algumas das mais animadas festas da cidade, está concorrendo a uma vaga de vereador nas próximas eleições. Para agitar sua campanha, ele promoveu animada rave na Fundição Progresso na noite de sábado. Se nas eleições ele conseguir a mesma performance de público que conseguiu na festa, já está eleito. Todo mundo estava lá. O beautiful people carioca, que frequenta as festas do Arar desde sempre, compareceu em grande estilo. Só gente bonita. Moças maravilhosas. E rapazes incriveis. A galera do posto 9. Turmas de praia do Country, do Castelinho, do Arpoador, do Pepê e da República do Perú. Eram várias pistas de dança, tocando ritmos diferentes. Hip hop, techno, funk e micareta. Lá dentro uma multidão chacoalhava o corpo, bebia, cantava e paquerava. Aliás, a pegação estava correndo solta no salão. Tremendo clima de carnaval.



VAIAS PARA A AMÉRICA - O melhor momento da Olimpiada de Atenas, até agora, foram as vaias para a delegação americana, na cerimônia de abertura. A voz do povo é a voz de Deus. Da mesma forma foi comovente ver o público aplaudindo fervorosamente a pequena delegação do Iraque. No desfile das delegações, quem mais me surprendeu foi o atleta que carregava a bandeira do Chipre. Quem é aquele atleta? Ou melhor, quem é aquele bofe? Belíssimo, belíssimo, belíssimo...


Outra coisa que me chamou a atenção, durante o desfile das delegações, foram os inúmeros atletas que desfilaram falando no celular. Eu achei aquilo uma tremenda falta de consideração. Como alguém pode desfilar na abertura de uma olimpíada falando no celular? Afinal, é um momento de apresentação dos atletas, uma festa, um evento que está sendo transmitido para o mundo inteiro. Imagino que, quem estava ali, deveria estar curtindo aquele momento. Vivenciar aquilo e só depois ligar para, seja lá quem for, e contar o que houve. Mas, o deslumbramento do ser humano não tem limite.


O fato é que não existe uma ética para o uso do celular. As pessoas usam à vontade, em qualquer lugar, em qualquer hora. E esquecem o aparelho ligado no teatro e no cinema. Quando fui assistir ao ballet Onegin, com músicas de Tchaikovski, um telefone celular tocou no meio do espetáculo. E o idiota, dono do aparelho, demorou a desligar. Detesto celular. 


SERÁ QUE ELE É? - A comunidade gay internacional está de olho no nadador Ian Thorpe, representante da Austrália na Olimpiada. Tudo por que, antes de partir para a Grécia, o atleta foi vitima de rumores em seu país, que afirmavam que ele era gay. O boato foi tanto que o campeão olímpico, ganhador de três medalhas de ouro em Sidney, teve que vir a público negar o fato. "As pessoas afirmam que eu sou gay porque eu não sou o estereótipo do macho australiano. Sou articulado, culto, gosto de jóias e moda. Mas não sou gay." Então tá, Ian!




COLLATERAL - Tom Cruise tem recebido ótimas críticas pelo vilão que interpreta em seu novo filme Collateral, dirigido por MIchael Mann. Em clima de Mad Max, o filme é um thriller onde Tom interpreta Vincent, um assassino profissional encarregado de matar uma importante testemunha. Na estréia, semana passada em Nova York, o ator foi alvo de rumores e fofocas. Tudo porque, assim que as luzes do cinema se apagaram, Tom Cruise mudou de lugar e foi sentar ao lado de um rapaz bonitão que é seu personal trainer. O assunto foi noticiado na famosa coluna Page Six do jornal New York Post e na coluna de Michael Musto, no Village Voice. Mesmo já tendo se casado três vezes, os colunistas americanos não deixam de levantar suspeitas sobre a vida sexual de Cruise.

11.8.04




O ponto de encontro entre a criação artística e a vida vivida talvez esteja naquele espaço privilegiado que é o sonho.

O OSCAR DA IMPRENSA - Saiu a lista dos indicados ao oscar do jornalismo. Reconhecer o desempenho do jornalista pelo conjunto do seu trabalho em determinado período, em vez de avaliar um trabalho específico. Essa é a proposta inovadora do Prêmio Comunique-se de Jornalismo e Comunicação Empresarial, que também se diferencia pela forma com que os finalistas e vencedores são eleitos: através dos votos dos próprios jornalistas que freqüentam o portal Comunique-se.


Cora Ronai, Sidney Rezende, Gilberto Scofield, Miriam Leitão, Isabel de Luca, Artur Xexeo, Dora Kramer e Hildegard Angel são alguns dos indicados. A cerimônia de entrega será realizada no dia 14 de setembro, na capital paulista, numa festa que vai reunir a nata do jornalismo brasileiro. No ano passado a festa de entrega dos prêmios foi no Tom Brasil e, entre os vencedores, estavam César Tralli, Élio Gáspari, Carlos Nascimento, Luis Nassif e Tino Marcos.


Cora Ronai, que concorre na categoria de jornalista de tecnologia, já ganhou o meu voto. Nenhum outro jornalista no Brasil sabe mais sobre novas tecnologias que Mrs. Ronai. Votei no Sidney Rezende na categoria Apresentador/Âncora de rádio. Ele é um veterano do jornalismo radiofônico e merece ser premiado. Miriam Leitão concorre em três categorias: colunista de noticia, jornalista de economia em mídia eletrônica e jornalista de economia em mídia impressa. Ela ganhou meu voto nas categorias colunista de noticia e economia em midia impressa. Apesar de adorar o programa dela na Globo News preferi votar no Joelmir Beting para a categoria jornalista de economia em mídia eletrônica.


Meu querido Gilberto Scofield concorre na categoria de melhor correspodente brasileiro no exterior em mídia impressa. Gilberto está há três meses em Pequim e suas reportagens sobre a China têm feito um sucesso incrível. Será uma injustiça se ele não ganhar, apesar de concorrer com Ariel Palácios, Helena Celestino e Cláudia Trevisan. Artur Xexeo ganhou o meu voto na categoria jornalismo cultural por causa da sua reportagem sobre Antony Steffen, publicado no Segundo Caderno poucos dias antes da morte do ator.


Lúcia Guimarães, do Manhatan Connection, ganhou meu voto na categoria jornalismo cultural em mídia eletrônica. Lúcia é genial. Uma diva do jornalismo. Suas reportagens são brilhantes. Sabe ser culta sem ser esnobe. Bóris Casoy é o meu eleito na categoria apresentador de noticiário de TV. Mas por pouco meu voto ia para William Bonner que é lindo e elegante. Mas preferi votar no Bóris só porque ele é gay. Na categoria executivo de veículo de comunicação meu voto foi para Carlos Henrique Schroder. E a minha coleguinha do JB, Belisa Ribeiro, também recebeu meu voto na categoria colunista de noticia.


Este ano foi criado um prêmio para a categoria "colunista social". A categoria foi criada em virtude da polêmica que houve no ano passado, quando o editor chefe, Rodolfo Fernandes, decidiu abolir o colunismo social do jornal O Globo, alegando que esse tipo de jornalismo estava superado. O jornal do doutor Roberto Marinho, que sempre publicou os mais representativos colunistas sociais do Brasil (Ibrahim Sued, Nina Chavs, Zózimo e Hildegard Angel), quebrou uma tradição jornalistica que ele mesmo criou e simplesmente aboliu o colunismo social de suas páginas. O curioso é que, o último evento social a qual doutor Roberto participou foi noticiado apenas pela coluna da Marcia Peltier, no JB, e totalmente ignorado pelo seu próprio jornal. Os organizadores do prêmio Comunique-se discordam do editor Rodolfo Fernandes (indicado na categoria Executivo de Veículo de Comunicação) e acreditam que o colunismo social ainda têm importante papel na estrutura da imprensa brasileira. Por isso criaram uma categoria para premiar o melhor colunista social. Aliás, a única categoria em que o jornal O Globo não tem nenhum representante. Concorrem ao prêmio Hildegard Angel, Lu Lacerda, Cesar Giobbi, Joyce Pascovitch, Marcia Peltier e Amaury Júnior.

10.8.04




O mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela crítica.



CINEMA É MELHOR DIVERSÃO - Um prazer diferente assistir ao dvd do filme O Leopardo, de Luchino Visconti. Um tipo de filme duma época em que o cinema era essencialmente uma forma de manifestação artística. Há algo de erudito e operístico em cada cena, em cada diálogo, em cada movimento. O requinte e a sofisticação brota de cada sequência. E o requinte não é apenas visual. É, principalmente, intelectual. Depois das três horas e meia de filme, o espectador fica com a sensação de ter lido uma enciclopédia inteira sobre as contradições da condição humana. O Leopardo é uma adaptação do único romance do pensador italiano Tomaso di Lampedusa, que narra os últimos dias de vida do aristocrata Fabrizio Salina, um príncipe que recusa-se a ver a decadência de sua classe, anunciada pelas convulções sociais em pleno século 19, lideradas por Garibaldi, numa Sicília dominada por clãs familiares, que acabam levando a Italia à unificação.


O livro foi publicado em 1958 (o filme é de 1963) e tornou-se celebre por causa da filosofia política do seu protagonista que defendia a tese de que Tudo deve mudar para que as coisas continuem do mesmo jeito. Esse pensamento político vem refletindo a história de várias nações ao longo dos anos. Inclusive do Brasil onde essa máxima nunca esteve tão presente. Tudo deve mudar para que as coisas continuem do mesmo jeito, parece ser o princípio político que norteia o governo do PT, assim como aconteceu com o governo FHC. E O Leopardo, independente de sua extraordinária beleza é também uma obra que nos leva a reflexão.


Luchino Visconti é um aristocrata do cinema. Seus filmes se caracterizam por um refinamento estético e intelectual. Quem já teve a oportunidade de assistir clássicos como Morte em Veneza, O Inocente, Os Deuses Malditos e Rocco e Seus Irmãos sabe muito bem disso. E as principais caracteristicas de Visconti se revelam com toda a força em O Leopardo. Exímio diretor de atores, ele consegue performances consagradoras em sua obra-prima. Burt Lancaster está fantástico como o príncipe Fabrizio. Claudia Cardinali encanta com seu carisma e delicadeza. E Alain Delon ilumina a tela com sua beleza perturbadora. Vale destacar ainda a participação de Pierre Clementi, ainda adolescente, que interpreta um pequeno papel como um dos filhos do protagonista. Seis anos depois ele iria ser o astro de Teorema, do polêmico Pasolini, outro grande do cinema italiano.


Giuliano Gemma , que se tornou uma espécie de ator-simbolo dos faroestes italianos, também faz uma pequena participação no filme, interpretando o revolucionário Garibaldi. É uma participação pequena. Apenas três sequências. Mas, o suficiente para injetar beleza e sensualidade na história. Numa das sequências Giuliano aparece cantando uma ária de verdi, vestindo um uniforme militar vermelho. Belíssimo, belíssimo, belíssimo... Foi sua terceira atuação no cinema. Dois anos depois ele seria o protagonista do faroeste Um dólar furado e se tornaria um simbolo do cinema dos anos 60 atuando em vários filmes vivendo o personagem Ringo.


4.8.04




A felicidade é um bem que se multiplica ao ser dividido.

DIREITA VOLVER - A extrema-direita no Brasil já tem sua bíblia: é o site integralista MÍDIA SEM MÁSCARA um verdadeiro compêndio do moderno pensamento fascista. É o que há de mais sórdido e vil em termos de raciocínio. São fãs de George Bush e acham que tudo de ruim que acontece no mundo é culpa dos homossexuais. Acusam a imprensa brasileira de estar repleta de esquerdistas do PT. Ora vejam só. Esquerdista e PT, hoje em dia, são como azeite e vinagre. Vale a pena visitar o site por duas razões: primeiro, para saber como pensa o inimigo; segundo, para dar gargalhadas já que os textos são tão absurdos, que parecem ter sido redigidos pelo pessoal do Casseta & Planeta. Sabem quem é o editor do site fascistóide: Olavo de Carvalho. Ai que meda!




QUEDA DE BRAÇO - Militantes do movimento gay invadiram a Assembléia Legislativa esta quarta-feira para protestar contra a governadora Rosinha Garotinho, que não quer conceder beneficios previdenciários a companheiros de funcionários públicos homossexuais, em virtude de suas convicções religiosas. "O estado é laico", gritavam os indignados. Ao mesmo tempo o povo GLS comemorava o sucesso da parada gay realizada em São Gonçalo. Segundo Claudio Nascimento, moradores de pelo menos dez municipios solicitaram ao Grupo Arco-Íris apoio para realizações de passeatas em suas cidades. No próximo ano, além de Rio e São Gonçalo serão realizadas passeatas gays em Caxias, Niterói, Friburgo, Parati, Campos, Macaé, Belford Roxo, Nilópolis, Petrópolis e Búzios. "Somos como Zagalo e a Rosinha vai ter que nos engolir", diz Cláudio Nascimento




BRYAN SINGER - Bryan Singer, o bem sucedido diretor de cinema é judeu e gay. Quando dirigiu a versão cinematográfica do gibi X-MEN surpreendeu os críticos ao mostrar os personagens do filme como vítimas do preconceito por serem seres mutantes. Os dois filmes da série foram campeões de bilheteria. Agora Bryan Singer será o diretor de uma nova versão de Superman e, para isso, teve que abandonar o projeto do X-MEN 3. Fãs dos quadrinhos estão exaltados sem saber se ficam alegres pela volta do Superman ou se choram pela saída de Bryan Singer da saga dos X-MEN. Na internet circula uma carta de Wolverine, o heróis dos X-MEN, para Superman onde ele diz: "Caro Superman, pensei que nós eramos amigos. Ou pelo menos colegas profissinais." Leia a seguir a carta de um super-herói para outro.


Dear Superman, I thought we were friends. Or at least professional colleagues with a healthy respect of each other's powers--and boundaries. Imagine my shock then when I cracked opened the Hollywood trades Monday morning here at Xavier Mansion, and read that my director--my director--had become your director. "Supe's on with 'X' Man," Variety said. "Singer Gives Superman 'X'-Ray Vision," the Hollywood Reporter countered. So, you've stolen Bryan Singer. You know at least when Mystique tries to stab me in the back she jumps up in the air first and does a couple of fancy somersaults so I have time to prepare my claws. But you--you conniving Kryptonian--you pretend you're all about truth, justice and the American way, when all you're really about is getting back on the big screen anyway, anyhow.


The papers say Singer inked the deal with Warner Bros. on Friday. Variety says he'll probably bring screenwriters Michael Dougherty and Dan Harris along, too. (Oh, did I say "screenwriters"? I meant "my screenwriters." Mike and Dan helped write X2--maybe you caught that flick while you were busy not getting your stupid movie made.) With Singer committing to you, the Reporter says his planned Logan's Run remake is now in "a gray zone"--big deal. And Variety says he probably won't have time for X-Men 3--very, very big deal, dude. Fox has penciled in May 5, 2006, as the release date for X-Men 3. I know you're unfamiliar with the concept, but a release date is WHEN A MOVIE'S SUPPOSED TO COME OUT!


How is my movie supposed to come out without a director? Oh, sure, Fox'll find somebody else. But somebody else won't be Bryan Singer. The man who plotted out and directed our first two movies (combined domestic gross: $372.2 million). The man who recognized a hero with furry sideburns could too be a leading man. The man who knows who Keyser Soze is. In a way, I don't know why I'm getting all worked up. So, Bryan's hooking up with you. So, he claims his "interest in [you] dates back many, many years." So, he professes to love the original Richard Donner Superman movie. So, he says, "it is time for [you] to fly again."


So, what? Superman, you are like the messed-up hot chick who can't keep a guy. Sure, Bryan's enamored with you--now. At one time, so was McG. So was Brett Ratner. So was Tim Burton. Even Michael Bay was rumored to have given you a look. Got quite a collection of ex-suitors there, don't you? (Say, do you keep their pictures on a wall in the Fortress of Solitude--maybe next to your Lois Lane shrine?--you nutball stalker.) Oh, I know, poor Kal-Hell, it's not your fault. It's Warners'. It was the studio that pulled the plug on Burton. It was the studio that wouldn't okay Ratner's choice to play you (then soap star Matthew Bomer). And it was the studio that insisted on shooting in Australia when McG wanted to shoot in New York. Boo-hoo. Somebody get me a Kleenex.


But what I'll really be bawling about is how people fall for your woe-is-me, I'm-a-cursed-superhero act. I don't care if BatBale gets more press. I don't care if Halle Berry's Catwoman getup gets more downloads. I don't care if you don't have a locked-in producer, a locked-in star or a locked-in screenplay. We should all be cursed with a $200 million budget and a road-tested comic-book director. I hear Warners is still going to try to get your tired buns of steel off the ground for a shoot late this year. Might want to renew your Crunch membership, friend. By my tally, you haven't been out of the Barcalounger in 17 years. Gee, I realize now this letter may be sounding a tad bitter. Forgive me. I was going for really, really bitter. Give my regards to Bryan. If you ever actually meet him.
[Expletive deleted] you,
Wolverine


2.8.04




Pense profundamente. Fale gentilmente. Ame bastante. Ria freqüentemente. Trabalhe com afinco. Dê com generosidade. Pague pontualmente. Ore fervorosamente. E seja bom.

MUITO BARULHO POR NADA - Um sucesso o lançamento da revista do jornal O Globo. Na zona sul do Rio, em todos os lugares, só se viam as pessoas com a revista na mão. A campanha publicitária e o poder de fogo do jornal souberam dar impulso ao lançamento da revista, que teve ares de grande acontecimento cultural. Pena que tenham feito tanto barulho por nada. A exemplo do número zero, que circulou antes do lançamento oficial, a revista não apresenta novidade nenhuma. Não existe na revista nada que o Globo já não oferecesse ao seu público. Essa foi a principál queixa dos leitores. O novo suplemento do Globo é apenas uma versão, em formato de revista, do finado caderno da família.


A matéria de capa, sobre a classe média brasileira, ficaria muito bem num desses encartes especiais que volta-e-meia o jornal publica. Essa preocupação dos editores em associar o novo suplemento à familia brasileira ficou excessivo e repetitivo. Esse modelo de publicações para toda a família já está muito gasto no mercado editorial brasileiro. Já temos Veja, Época, Isto É, Domingo. Acho que a família brasileira classe média merece algo mais inteligente e sofisticado. Esse modelo tatibitati e acadêmico já se esgotou há muito tempo.


É incrível como o jornalismo NÂO aprende com Madonna e não consegue se reinventar. Ninguém consegue mais criar nada apenas repetir o que já existe. A revista do Globo pegou pesado no tom excessivamente familiar. Está tudo no seu devido lugar. Os valores familiares consagrados em seus altares. Não existe um pecadinho sequer. Nada fora do lugar. Ora bolas! A família classe média, público alvo da revista, também gosta de um pouco de contestação. Um pouco de transgressão não vai fazer mal a ninguém.


O design gráfico é bonito. O papel é gostoso de folhear. E Beth Orsini, Tania Neves, Paulo Coelho, Antonio Marinho e Artur Xexeo fizeram o seu feijão-com-arroz bem temperadinho. O melhor mesmo do primeiro número foram as fotos de Marizilda Crupe na reportagem "Com a cabeça nas nuvens". O problema é a caretice sem limites do editor Rodolfo Fernandes. o diretor de redação do Globo até que se esforça, mas ele não passa de um burocrata do jornalismo. Foi a limitação dele, como jornalista, que transformou a revista do Globo numa grande frustração.




TEATRO QUASE SEMPRE - O espetáculo A prece da donzela, de Nicky Silver, encerrou sua temporada no Sesc-Copacabana cultuado pela platéia GLS do Rio, que delirou com Paul, o cínico e pervertido homossexual interpretado por Angelo Paes Leme. Com um humor sofisticado e uma línguagem rebuscada, o texto discute de forma explícita as contradições da condição homossexual na vida moderna centrado no triângulo amoroso formado por Paul, Taylor (Pedro Brício) e Cynthia (Deise Manttuano). Gilberto Gawronski, o diretor da peça, também atua como ator e faz o público rir interpretando uma bicha absurdinha. Mas é Bianca Byington quem, numa atuação digna de prêmio, rouba a cena como Libby, uma bêbada irônica que serve de contraponto aos demais personagens. Quem não viu A prece da donzela não precisa cortar os pulsos. O espetáculo volta à cena dia 12 de Agosto no horário nobre do pretigioso palco do Teatro dos Quatro.

Madonna vem aí...

 

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