12.7.03

OS MACHÕES MORAM EM PERNAMBUCO O machismo é uma praga horrorosa que brota em qualquer jardim. Em todos os lugares, esse aspecto sombrio da alma masculina, surge em maior ou menor escala. Mas em Pernambuco o machismo simplesmente jorra aos borbotões. A sociedade pernambucana é extremamente machista. É uma coisa doente e perversa como algo que está entranhado num DNA. O homem pernambucano se acha no direito de ser mais machão que os outros machões, entendem? E o jeito favorito que eles encontram de exercitar seu machismo é sendo canalha com as mulheres.


Paradoxalmente, ou não, Pernambuco é um estado infestado de homossexuais. (Desculpem a palavra “infestado”). Desde sempre Recife teve uma vida gay muito animada. Talvez até, como conseqüência do machismo. O fato é que o babado sempre foi forte na terra de Alceu Valença. Por outro lado, tem um dado curioso: o machão pernambucano adora comer veado. Ou melhor, “frango”, como se diz no estado. Desde que seja na encolha. O machão pernambucano é um sujeito que acha que pode tudo e a mulher não pode nada. E se ela reclamar ele enche de porrada. Ou então de tiro!


É durante o carnaval que o machão pernambucano gosta de exibir o verso da medalha. Uma das maiores tradições do carnaval do Recife é o desfile do bloco As Virgens de Olinda, onde milhares de rapazes saem vestidos de mulher. Mas não são travestis ou homossexuais, como nos desfiles de carnaval do Rio ou São Paulo. São homens mesmo. Rapazes. Bofes. Alguns levam as esposas ou namoradas para o desfile. Todos se vestem de mulher e enchem a cara. Ficam bêbedos e fazem gracinha com outros rapazes. Pegam nos paus. Etc. O que acontece depois, só os deuses do carnaval é quem sabe.


As Virgens de Olinda é apenas o mais famoso desses blocos. Existem outros espalhados pela cidade. Em cada bairro tem um bloco nesse estilo. As Catraias de Boa Viagem. As Donzelas do Espinheiro. As Quengas do Pina. As Piranhas de Casa Amarela. As Vadias do Derbi. Os machões pernambucanos não vivem sem um bloco carnavalesco em que possam soltar a franga. Mas é preciso muito cuidado com ele. Depois que o porre acaba o sujeito pode se tornar muito violento, na intenção de defender ou recuperar a masculinidade perdida no carnaval.

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