28.7.03

OS REIS DO TATAME - Foi uma maratona incrível. Durante quatro dias os maiores nomes do jiu-jitsu do Brasil e de outros países estiveram reunidos no Tijuca Tênis Clube, para o VIII Mundial. Foi uma luta atrás da outra. O evento começava às nove da manhã e acabava às nove da noite. Parecia o filme A Noite dos Desesperados, que apresentava uma maratona de dança que não acabava nunca.


No último dia só lutou os feras. Faixas marrom e preta. O estádio lotado vibrava a cada vitória, a cada golpe mais elaborado, a cada demonstração de força. Um show sensacional de garra, força e energia. As últimas lutas foram dignas do filme Gladiador. Foram lutas disputadas pelos melhores lutadores. Os mais fortes, valentes e destemidos. E também os mais bonitos.


A melhor luta da noite foi a que reuniu os feras Eric Wanderley e Roberto Poli. Desde cedo eu acompanhei as diversas lutas em que eles participaram, derrotando os habilidosos adversários. Torcendo sempre pela vitória deles. Quando chegou na final os dois tiveram que se enfrentar. Meu coração ficou dividido. Por qual dos dois eu deveria torcer? Dilema maior só no filme A Escolha de Sofia.


Eric Wanderley estava belíssimo no seu quimono azul. Ele está bem mais forte que no ano passado. Seu ar enigmático e seu porte elegante se destacavam no tatame. Roberto Poli parecia um touro envolto num quimono branco. Seu semblante sereno demonstrava tranqüilidade e segurança. Seus olhos verdes, belos como esmeraldas, exalavam doçura quando ele sorria para agradecer os aplausos da platéia.


Quando o juiz fez um sinal para começar a luta eles começaram a se encarar, cada um estudando com atenção os movimentos do outro. De repente, com uma rapidez impressionante, os dois já estavam rolando no tatame, os músculos rígidos, as pernas entrelaçadas, os corpos se tocando num combate abrasador. O corpo de um se enroscando no do outro, com grande conhecimento de causa. Gestos rápidos e precisos. Força. Energia. Veias dilatadas. Suor. Músculos vibrando. Respiração ofegante. Tesão. Furor. Paixão.


Toca um sinal e acaba a luta. Os dois ficam de pé ante a ovação da platéia. Aplausos e gritos das torcidas. Ansiedade e apreensão. Os rostos vermelhos e suados aguardam a decisão do juiz, que levanta o braço de Eric Wanderley saudando-o campeão. Roberto Poli sorri conformado. Os lutadores se abraçam com carinho. Depois Eric Wanderley corre para a sua torcida e se joga sobre eles. Roberto Poli com a tranqüilidade de um autêntico samurai caminha pelo estádio altivo e sereno. Foi a luta do ano.

Madonna vem aí...

 

Postagens mais vistas