16.8.03

ROBERT EVANS: O FILME DO ANO - Finalmente entrou em cartaz o filme O Show Não Pode Parar, que eu tive a oportunidade de assistir na última Mostra Unibanco de Cinema. O Show Não Pode Parar é uma biografia do grande produtor de cinema, o chefão de Hollywood Robert Evans, o homem que viabilizou a realização de clássicos como O Bebê de Rosemary, Chinatown, Love Story e O poderoso Chefão, só para citar meus favoritos. Narrado pelo biografado, o filme é uma viagem maravilhosa aos bastidores da indústria do cinema, contada por quem viveu esse universo desde à sua glória até a sua mais baixa decadência.


Os anos setenta foram gloriosos para o cinema, tanto o americano quanto o europeu. A influência dos Beatles, do movimento hippie, da cultura pop. Foi uma época em que arte era valorizada em detrimento do conceito de indústria cultural. Foi nesse mundo mágico em transformação que floresceu a carreira do produtor Robert Evans. Na sua cinebiografia ele conta a sua relação com os grandes estúdios e como decidiu ser um produtor independente.


O documentário é todo ilustrado com cenas dos filmes produzidos por ele, e também por cenas de bastidores, fotos, imagens da época, como por exemplo, as imagens da estréia do filme O Poderoso Chefão, em Nova York, a chegada das estrelas, os repórteres, os fãs, etc. Tudo ao som do hit Crocodile Rock de Elton John.


Mr. Evans conta como conheceu Ali MacGraw, se apaixonou por ela e como a moça o convenceu a comprar os direitos do best seller de Erich Segall. O homem conta a dificuldade que teve em convencer os chefões de Hollywood a investirem no filme que para eles era apenas uma boba estória de amor. E confessa que só se propôs a realizar a produção porque estava apaixonado pela atriz que queria ser a mocinha do filme. Love Story foi um dos maiores sucessos de bilheterias dos anos 70.


Mr. Evans fala muito bem de Roman Polanski. Elogia o profissionalismo e a competência do diretor polonês. Assim como a sua fidelidade como amigo. Mr. Evans produziu os dois maiores sucessos de Polanski. O Bebê de Rosemary e Chinatown. São deliciosos os comentários sobre os bastidores de filmagem desses dois clássicos. O genial produtor conta como convenceu Mia Farrow a continuar no filme quando a destrambelhada decidiu abandonar a produção por pressão do seu então marido Frank Sinatra, que a queria em casa cozinhando para ele. Robert Evans simplesmente levou-a a uma sala de projeção, mostrou algumas cenas de O Bebê de Rosemary e disse a mulher: “Mia, você vai ganhar um Oscar!” A atriz preferiu se separar de Sinatra e continuar no filme.


O que destruiu a carreira de Robert Evans foi a cocaína. Nos seventies já cheirava-se muito. Noitadas no Studio 54, regadas a muito pó. Farras. Orgias. Mr. Evans parece ter ficado muito abalado depois que foi abandonado por Ali MacGraw, que o trocou pelo gostosão Steve McQueen. No inicio da década de 80 seu nome foi encontrado na agenda de um traficante encontrado morto em Los Angeles. Ele não tinha nada a ver com a história, nem estava na cidade na ocasião do crime. Mas a imprensa fez uma festa pelo fato do seu nome constar da agenda da vítima. O escândalo fez com que ele encontrasse dificuldades em realizar novos projetos.


Quem gosta de cinema não pode perder esse filme.

Madonna vem aí...

 

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