18.10.03

Eu fui dar em Budapeste... – É com esta frase, cheia de tão profundo conceito existencial, que Chico Buarque começa o seu livro Budapeste. O nosso querido Chico sempre foi um alquimista das palavras, um mago da arte de escrever, um sujeito que sempre soube usar e abusar das letras, como já vimos em tantas e tantas canções. No livro Budapeste Chico Buarque demonstra ao seu público que soube apurar e depurar, ao longo dos anos, a sua capacidade de lidar com as palavras e fazer delas motivo de prazer para os seus fãs. Mais do que nunca o letrista expõe, para deleite do seu público, a sua capacidade narrativa, o seu talento de provocar paixão e felicidade a todos os que lêem seus escritos.


No site de Chico Buarque você pode saber tudo sobre ele. Pode ouvi-lo lendo um trecho de Budapeste. E ter acesso a todas as letras de suas músicas. Letras como a da música Sem Fantasia, uma canção apaixonada que fez parte da trilha da peça Roda Viva. Por trás de uma música de protesto, o que se ouve é o lirismo de uma inusitada canção de amor, carregada de sentimento e sensualidade.


Sem Fantasia (Chico Buarque)


Vem, meu menino vadio
Vem, sem mentir pra você
Vem, mas vem sem fantasia
Que da noite pro dia
Você não vai crescer
Vem, por favor não evites
Meu amor, meus convites
Minha dor, meus apelos
Vou te envolver nos cabelos
Vem perder-te em meus braços
Pelo amor de Deus
Vem que eu te quero fraco
Vem que eu te quero tolo
Vem que eu te quero todo meu


Ah, eu quero te dizer
Que o instante de te ver
Custou tanto penar
Não vou me arrepender
Só vim te convencer
Que eu vim pra não morrer
De tanto te esperar
Eu quero te contar
Das chuvas que apanhei
Das noites que varei
No escuro a te buscar
Eu quero te mostrar
As marcas que ganhei
Nas lutas contra o rei
Nas discussões com Deus
E agora que cheguei
Eu quero a recompensa
Eu quero a prenda imensa
Dos carinhos teus

Madonna vem aí...

 

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