6.11.03

FESTA NA FLORESTA - O lançamento do livro infantil VOVÔ VIU A BRUXA, A ANDORINHA, O LEÃO E OUTROS BICHOS DA FLORESTA, do advogado Nelson Cândido Motta foi o acontecimento literário do ano. Pelo autor, personagem querido da sociedade carioca. E pelo livro, que é uma reunião de fábulas que o escritor inventou para fazer ninar os seus filhos, netos e bisnetos. Mais do que divertir, Nelson Motta busca, com suas histórias, ensinar as crianças os príncipios nobres que regem a convivência humana. Através de suas fábulas Nelsão (como ele é carinhosamente conhecido) ensina as crianças o valor do perdão, da generosidade, da compreensão e da tolerância com os semelhantes.


Para se ter uma idéia, na fábula O Pavão e a Tartaruga, o personagem do pavão é gay. Certamente, é a primeira vez na história da literatura infantil que aparece um personagem gay. Mas o vovô-autor sempre foi um homem moderno e esclarecido. Sua casa sempre foi frequentada por artistas e intelectuais. Na época da bossa-nova, eram organizados saraus em sua casa, com a participação de artistas como Jonhny Alf, Marcos Valle e João Donato. Nelson Motta é pai do jornalista-escritor-compositor Nelsinho Motta, da publicitária Graça Motta e da empresária Cecília Motta.


A festa de lançamento do livro foi uma ferveção. Na fila dos autógrafos amigos e familiares eram clicados pelos fotógrafos da Caras e da Quem. Estavam lá, entre outros, Técio Lins e Silva, Cecilia Assef, Léa Millon, Leonardo Cantidiano, Serginho Amado, Silvana Gontijo (mulher do publicitário Lula Vieira) e Silvia Marques de Azevedo, mãe da Marisa Monte, que foi comprar livros para o neto Mano Wladimir, filho da Marisa e Dora, filha da Leticia Monte. No meu exemplar ele escreveu: "Para Waldir, velho amigo, com o abraço do Nelson."


Do clã dos Motta estavam presentes as filhas Graça e Maria Cecília (Nelsinho não pôde ir pois está viajando), as netas Fernanda, Joana, Esperança, Nina, Tati e os netos Frederico e Pedro Motta Gueiros, casado com a jornalista Patrícia Andrade, além dos bisnetos Joaquim e Antonia, Isabel e Luisa, Maria e Clara, Laura e Pedro.


A estrela Marilia Pêra, apesar de ter recebido o livro com antecedência, fez questão de ficar na fila só para prestigiar o ex-sogro, de quem é muito amiga. Alegre e bem humorada, ela estava feliz com a felicidade de Nelsão em ver tantos amigos e familiares reunidos. La Pêra contava que está adorando interpretar Madame Clecy na adaptação para o cinema do clássico Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues. E que logo após as filmagens começará os ensaios da peça Coco Chanel, onde vai interpretar a grande dama da moda francesa, dirigida por Jorge Takla, que mandou fazer os figurinos na Maison Chanel em Paris.


Nelson Motta ficou muito emocionado com a presença do pessoal do Banco do Providência, que foi comprar o livro para os netos. Para quem não sabe, foi a pedido de Dom Hélder Câmara, amigo da família, que o advogado Nelson Motta redigiu os estatutos do Banco da Providência, que foi fundado na residência dos Motta, na época em que moravam na rua Paissandú.


Quem reinou absoluta no evento foi dona Cecília Motta, que todos chamam carinhosamente de XIXA. Ela estava linda, com um modelito preto chiquérrimo e um elegante colar de pérolas. Xixa irradiava felicidade com o lançamento do livro do marido. Ano que vem eles estarão completando sessenta anos de casados. Ela vibrava com a presença dos familiares e amigos e com o carinho da amiga Marilia Pera, que lhe cobria de beijos, abraços e carinhos. Depois da noite de autógrafos, todos se reuniram no Café Severino, que fica na própria Livraria Argumento, para comemorar em grande estilo o sucesso do livro.



TRECHOS DA FÁBULA "O PAVÃO E A TARTARUGA"


Já foi dito, em outra história, que o pavão era o costureiro da floresta. Tinha montado um ateliê de corte e costura, muito chique e elegante, numa clareira iluminada, localizada bem no meio da mata. Como tinha muitos fregueses, contratou vários bichos para ajudá-lo no trabalho. Os cisnes, os avestruzes, os faisões e os galos faziam os enfeites de plumagens para os bichos que só usavam roupas de penas. As aranhas-caranguejeiras teciam as golas de rendas. As raposas, as chinchilas e os visons forneciam os casacos de pele. Toda essa gente trabalhava para o pavão.


Um dia a casa dele foi assaltada por dois macacos que levaram as frutas, dois travesseiros de marcela e um lindo anel de vidro verde que o pavão só usava nos dias de festa. Este episódio fez com que o pavão passasse a viver muito preocupado. Empregou um lobo e um ganso como vigia da casa e três cachorros como seus guarda-costas. Mesmo assim não vivia sossegado... Já nem tinha gosto de se enfeitar, de desfilar no carnaval, de dançar no baile dos veados. Foi ficando triste e macambúzio...


O pavão recebeu num domingo a visita do peru, que era seu primo e seu amigo. Conversaram muito. O pavão falou das suas tristezas:
- Veja você, primo peru, em que situação eu fiquei. Nunca imaginei que, pelo fato de virar uma estrela da alta costura, teria de enfrentar tantas chateações. O sucesso é bom, mas tem um preço. E a riqueza, então, nem é bom falar!... É uma fonte de preocupações e de aborrecimentos. Vivo desconfiado, cheio de medos, cuidando do meu dinheiro e dos meus negócios, e nem tenho mais tempo, nem cabeça, para vestir minha beleza e curtir os meus dias de folga.
O peru ficou com muita pena do pavão. Chegou até a soluçar. Glu, glu, glu, glu...



Madonna vem aí...

 

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