19.3.04

CADERNO H - O suplemento do Jornal do Brasil, editado por Hildegard Angel publica neste domingo um editorial de moda, com modelos do estilista italiano Roberto Cavalli, que semana passada esteve no Brasil para inaugurar uma loja da sua marca em São Paulo. A modelo que ilustra o editorial é a pin up carioca Ariadne Coelho. Ela está linda nas fotos. Arrasando no carão, no peitão e no coxão. Levando ao extremo o seu jeito perua de ser.


Para esse número eu fiz um perfil de um artista chamado Nilson Penna, veterano do teatro brasileiro, de 88 anos. Nilson é cenógrafo, figurinista, coreógrafo e artista plástico. Foi amigo de Bidu Sayão e Margot Fonteyn. Trabalhou muitos anos no Theatro Muncipal, criando cenários e figurinos para espetáculos como O Lago dos Cisnes, Hamlet, Peguei um Ita no Norte e dezenas de outros. Conviveu com artistas como Carmen Miranda, Eros Volúsia, Luz del Fuego, Di Cavalcanti, Toscanini, Marceu Marceau, e Cecília Meireles. Assitiu Marilia Pera estreando no teatro aos cinco anos de idade, na peça Medéia, encenada por Henriete Morineau.


Foi muito legal conversar com ele, no seu apartamento na Glória, onde mora com Eduardo Macedo, um jovem bailarino amazonense que ele adotou. Eu ri muito e me deliciei com suas narrativas sobre os bastidores do teatro brasileiro. Suas lembranças da época em que morou em Paris e conviveu com Marceu Marceau e Jean Louis Barraut. As histórias dos bailes de carnaval no teatro João Caetano e no Hotel Glória, onde ele participava dos concursos de fantasias.


Nilson Penna também me contou casos saborosos da fase áurea do Hotel Copacabana Palace. Falando sobre Ibrahim Sued ele me disse: "O Ibrahim quando jovem era um turco muito bonito e bem dotado. Ele fazia muito sucesso na sauna do Copa." Mas esse trecho eu tive que cortar da reportagem.


O Caderno H é um suplemento que tem um tratamento especial da direção do Jornal do Brasil. Tão especial, que a redação do caderno fica no 18 andar, junto com a direção. A redação do H fica entre a sala do presidente Nelson Tanure e a do vice-presidente Ricardo Mayer. Eles são executivos muito chiques. Andam sempre com ternos elegantes e estão sempre bem humorados. O vice Ricardo Mayer é um homem belíssimo. Além deles tem os demais diretores, Paulo Marinho e Chico Peltier. Eles sempre elogiam o nosso trabalho e estão cheios de planos para o jornal.


Os diretores do JB adoram a coluna Gay Society, que escrevo junto com a Hildegard Angel. Eles acham aquilo moderníssimo e quase revolucionário. E além do mais, eles nos estimulam a fazer, criar e inovar. Tanto que, influenciado pela coluna, o jornal tem dado bastante espaço para noticias relacionadas a cultura e ao compartamento gay no Brasil e no exterior. O interessante é que os diretores são todos bofes. E eu adoro isso neles. As atitudes viris. A firmeza. Os ternos bem cortados. As gravatas. A voz máscula. Os sapatos bem engraxados. Adoro bofes!


Preocupado em se manter na vanguarda da imprensa brasileira o JB está preparando novos produtos para a alegria dos seus leitores. Em breve será lançada uma edição mensal do caderno Idéias, em formato de revista. Isso significa que, além da edição semanal do suplemento, uma vez por mes os leitores terão uma versão do Idéias em formato de revista. Também estão programadas reformas gráficas no caderno de Esportes e no Cidade e a criação dos blogs do jornal. E dentro de dez dias, aproximadamente, Heloisa Tolipan estará lançando uma nova ediçãoo da revista GLAM, o suplemento trimestral que ela edita para o jornal.

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