16.5.04

O CACHACEIRO E O PILANTRA – No fim de semana recebi algumas cartas fazendo comentários sobre este blog. Dentre as cartas (será que eu posso chamar e-mails de cartas?) duas me chamaram atenção, particularmente. São cartas de fãs do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Sim, leitores. Ele tem fãs. Criticam a maneira como costumo me referir ao antigo chefe da nação. A primeira é de um leitor de Fortaleza chamado João Mello. E diz o seguinte:


Caro Waldir, Recentemente, tomei conhecimento do seu blog e tenho acompanhado seus textos. O visual é bonito, as frases destacadas idem e contém informações diversas de um mundo multicolorido. Considero que você está no caminho certo e seria até interessante que você tivesse mais tempo de escrever diariamente. Gosto bastante do Rio de Janeiro e você deve, com certeza, ter muitas estórias "divertidas" a contar... Normalmente não gosto quando você comenta sobre FHC. Morei em Brasília quatro anos, tive algum contato com pessoas ligadas ao mesmo e realmente política é um assunto muito complicado. O que me preocupa e chama a atenção são certos termos que você utiliza para denominar FHC. Ainda não conheço você pessoalmente, mas acredito que sejas uma pessoa polida e educada. Não acho que tratarias, de frente, outra pessoa com falta de educação. Até entendo que você não suporte FHC e outros, mas utilize argumentos técnicos (e para isso posso até subsidiá-lo), mas não palavras usadas por desocupados na praia... Hoje, por exemplo, acho que o termo utilizado para o Lula poderá lhe causar problemas. Please, altere. Você é bem melhor do que tudo isso. Um momento, alguém se acha ofendido e aí virá problema. Atualmente moro em Fortaleza. Qualquer coisa que precisares por aqui, conta comigo. A cidade não é o Rio de Janeiro, mas é muito quente. Calor do sol, claro. Abraço, João.


A segunda carta é de um importante colunista social de Londrina, no Paraná. Beto Woicikieviz é uma espécie de Ibrahim Sued pós-moderno. Sua coluna na internet é a mais cultuada e temida da cidade. Sua língua ferina deixa Londrina com os cabelos em pé. Além de falar de personagens da cidade, Beto W, como ele costuma assinar, publica fotos sensacionais de bofinhos adolescentes. Na edição que está no ar, ele apresenta Lucas Pinheiro, um fofo skatista de quinze anos. O menino é um pedaço de mau caminho. Beto W é inteligente, bem humorado, mordaz e ferino. Seu único defeito é ser fã de FHC. A seguir, a carta:


Caríssimo Waldir Leite - Sou leitor da sua coluna e do seu blog. Vira e mexe vc está metendo o pau no FHC, coitado!! Na notinha do dia 14 vc o chama de pilantra. Enqto justifica a incompetência do Lula e lamenta o comportamento emergente do presidente noveau riche. Esperava mais do Lula e de toda essa cambada falastrona do PT que se apossou do poder, e haja poder para acomodar tanto petista pobre e incompetente. Na minha pequenez acho que os 8 anos de FHC foram os melhores dos últimos pelo menos 50 anos... hum?!! Beijos, adoro qdo vc escreve sobre os bofes, fala também dos bofinhos, teens são interessantíssimos, e da vida vida gay em sociedade. Divergencias políticas à parte, sucesso sempre. - Beto W.


Quanto a Fernando Henrique Cardoso, quanto mais passa o tempo, mais eu tenho raiva dele. Cada vez que o Lula faz uma cagada. Cada vez que eu tomo consciência que o PT é uma mentira, eu fico com mais ódio do sujeito. FHC fez muito mal ao Brasil. Governou para as elites. Promoveu a concentração de renda. Usou o seu cargo de Presidente para se promover no exterior. Mas, de todos os males que causou ao Brasil, o pior deles foi, exatamente, o de ter permitido que o país fosse entregue ao PT. FHC desapontou tanto os cidadãos brasileiros, com seu governo de mentiras, que eles acabaram se envolvendo numa aventura que só está nos causando mais decepções. Morte a Fernando Henrique!




Caetano Veloso, como sempre, tem razão. O Brasil precisa se livrar dessa gente. O Brasil precisa se livrar de Lula e FHC. E mostrar que o país é muito maior que tudo isso que essa corja representa.




CACHACEIRO, segundo o dicionário, é sinônimo de bêbado, pau-d’água, embriagado, alcoólatra e fabricante de cachaça.




CACHAÇA É COISA FINA – Na última edição da revista Programa, suplemento do Jornal do Brasil, há uma grande reportagem de capa sobre a cachaça, essa paixão nacional. Na reportagem, assinada pela jornalista Rita Capell, o leitor fica sabendo que muitas mulheres preferem beber uma cachacinha a um chope. E que não existe mais preconceito com relação a essa típica bebida brasileira, hoje consumida nos bares e restaurantes mais chiques do país. A reportagem ganhou reforço com um artigo assinado pelo editor do JB, Marcus Barros Pinto, que se auto-denomina um “cachacier”, ou seja, um estudioso da cachaça. Leia o texto de Marcus Barros Pinto a seguir:


Cachaça não é bebida forte. Forte é quem sabe bebê-la. Afinal, um drinque com teor alcoólico de 40/45 graus não é para consumo irresponsável.A elevação de alguns rótulos a prateleiras mais nobres amplia um hábito que se restringe a poucos. Há quem aprecie conhaques, armagnacs ou calvados e jamais tenha se aproximado de um cálice “da boa”. Não sabem o que perdem. Aos novatos, palavra de cachacier – variação nacional do sommelier: é preciso diferenciar as cachaças.


Assim como há o garrafão de Sangue de Boi e Romanée-Conti entre os vinhos, há as cachaças industrializadas e as artesanais. Entre estas estão as iguarias. Produzidas em alambiques de pequeno porte, de tiragem anual limitada, começam a ganhar selos equivalentes ao AOC francês ou o DOC italiano (selo de garantia de origem). Os mineiros saíram na frente, mas há boas garrafas no Nordeste, Espírito Santo e, mais recentemente, no interior de São Paulo.


Há quem prefira a “branquinha”, mas o bom bebedor deve optar pelas envelhecidas em barris de carvalho, jequitibá ou garapa amarela. Outra vantagem é o preço. Uma garrafa de Maria da Cruz, produzida na fazenda Cantagalo, de Pedras de Maria da Cruz, no norte de Minas Gerais, custa em média R$ 15. A fazenda é do vice-presidente José Alencar e a cachaça, uma das mais saborosas do país.


Outras dicas? Vale Verde, Velha Aroeira, Isaura, Salva Geraes, Reserva do Gerente ou Lenda Mineira, todas AOC-MG. O copo deve ser padrão licor. Não se deve pedir choro ao garçon – a borda do copo é o limite – e, diante disso sugerir a quem comete a heresia de colar fita dosadora na garrafa que se abstenha de tal inutilidade. Saúde e moderação!

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