29.6.04

UMA NOITE COM PAULO ZULU – A noite de segunda-feira no Fashion Rio foi dele: Paulo Zulu, o Deus das passarelas. Dois anos depois o astro volta a desfilar na cidade, vestindo a coleção primavera-verão da Sandpiper. E sua entrada na passarela foi triunfal. Chapéu, lenço amarrado na cabeça, uma argola na orelha, colares prateados em volta do pescoço, usando roupas incríveis e um par de botas coloridas. Parecia um pirata. Uma miragem fantástica. Belo. Belíssimo. Como era de se esperar, foi ovacionado pela audiência.


No jornal em que trabalho, recebi a incumbência de cobrir a volta de Paulo Zulu ao Fashion Rio. Vejam queridos, que trabalho chato que eu tenho. Que coisa insuportável, cansativa e monótona. Sendo assim, recebi carta branca da TNT, a assessoria de imprensa da Sandpiper, para circular nos bastidores do desfile, assistir ao ensaio e, o melhor de tudo, ter acesso ao camarim.


Duas horas antes do desfile, no camarim da Sandpiper, era difícil dizer qual o rapaz mais bonito. O elenco era sensacional. Uns bofes fantásticos. Caras, olhos, bocas, braços, pernas e sorrisos. Parecia que eu estava no meio de um videoclipe dirigido pelo Bruce Weber. As roupas e os acessórios já preparados nos cabides. Cabeleireiros faziam tranças em alguns garotos e arrumavam a cabeleira das moças. Um maquiador passava delineador em volta dos olhos dos rapazes. Uma moça servia canapés naturais e saladas de frutas. Havia uma excitação no ar, mas o clima era bem tranqüilo.


No meio do agito, sentado no chão, quietinho num canto do camarim está Paulo Zulu. Pergunto se podemos fotografá-lo ele diz que sim e nos atende solícito, cheio de boa vontade. Fazemos várias fotos e ele diz que está muito contente por estar de volta ao Fashion-Rio, que aceitou desfilar pela Sandpiper porque se identifica muito com a moda criada pelo Napoleão Fonyat. Quando pergunto se ele vai ficar algum tempo no Rio (Ele mora em Santa Catarina) ele diz que não. Que veio num dia e vai voltar no outro. “Eu estou com duas crianças em casa. Uma de um ano e quatro meses e outra com vinte dias. Não posso deixar minha mulher sozinha”.


André Resende, o Zé Carioca é outro bonitão da moda brasileira que participou do desfile da Sandpiper. Muito simpático, ele conversa com todos até que é chamado pelo maquiador. Fotografamos Zé Carioca passando o delineador. Foi então que chegou o Felipe Dylon. Minutos depois apareceu o Napoleão Fonyat, fumando um charuto, avisando que queria todo mundo pronto para o ensaio.


Com um microfone na mão o diretor de cena orientava toda a equipe. Dizia que a luz tinha que acender quando estivesse em determinado trecho da música, então dois dançarinos de street dance entravam na passarela dando cambalhotas e só então Paulo Zulu entrava em cena. O mito das passarelas repetiu várias vezes a abertura do desfile, fazendo perguntas, dando sugestões. Depois ensaiaram o final do desfile, quando todo o elenco deveria entrar ao mesmo tempo. Napoleão participava de tudo, sem nenhum nervosismo ou ansiedade, demonstrando estar muito feliz.


Deu tudo certo no desfile. A tenda estava superlotada. Jornalistas, editores de moda, modelos, personalidades, uma multidão de fotógrafos. Dava para sentir o nervosismo da platéia quando Zulu entrou em cena logo após os acrobatas. Em seguida rapazes e moças exibiram com muita classe a exótica coleção primavera-verão da Sandpiper. Da mesma forma como abriu o desfile, Zulu também foi o último a desfilar. Sua saída de cena foi saudada com uma ovação digna dos grandes ídolos populares.


Depois do desfile o camarim ficou lotado de gente que foi cumprimentar o astro das passarelas. Simpático e educado ele atendia todo mundo. Fazia fotos com fãs e conversava com repórteres e artistas. Eu perguntei o que ele tinha sentido durante o desfile. Zulu respondeu que estava sentindo falta do calor do público do Rio e que tinha gostado muito do elenco que tinha desfilado com ele. Que eram todos modelos bem preparados e profissionais. Depois emendou, falando sobre a ovação no final do desfile: “O final foi bem bacana. Deu para sentir que eu ainda tenho um prestigiozinho com o público”.


Na parede do camarim, havia um mural com várias fotos dos modelos que participaram do desfile. Eram polaroides dos modelos, do jeito que cada um tinha entrado em cena. Quando estavam todos prontos, um fotógrafo fez as fotos para que o estilista pudesse vê-los fotografados antes de começar o desfile. Depois as fotos foram colocadas no mural. Quando estava indo embora Paulo Zulu pegou sua foto no mural, perguntou a produtora se poderia ficar com aquela foto e justificou: “Eu quero levar para minha mulher. Ela vai ficar amarradona!” – disse ele, com os olhos brilhando.

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