13.11.04

BEBEL NA PRAIA - Dia de sol em Ipanema. Um calor exultante espalhando um clima sensual sobre a cidade. A água refrescante provocando arrepios de prazer a cada mergulho. E corpos, corpos e corpos. Corpos incríveis. Corpos bronzeados. Verdadeiros parques de diversões em forma de ser humano. Tatuagens. Suor. Nuvens esparsas. Céu azul. Sungões e biquinis. Baseados e Guaraplus. Salva-vidas. Areia quente. Uma incrível paisagem. Caminho distraído pensando na beleza da vida, quando alguém me chama. É Bebel Gilberto.


A cantora aproveitou a beleza do dia de sol para descansar na areia da praia. Ficamos conversando a tarde inteira. Eu quero voltar para Nova York bronzeada. Bebel estava muito feliz com o resultado do show e com a recepção do público e da imprensa. Mas, estava feliz mesmo por estar no Rio, perto da família e dos amigos. Mostrou uma marca roxa na perna e um arranhão. Isso foi resultado da queda que eu levei na entrada do primeiro show. Bel contou que recebeu muitas flores, cartões e telefonemas carinhosos de pessoas que ela nunca esperava. Disse que a Carolina Ferraz ligou para ela e deixou um recado super carinhoso na secretária eletrônica. Bebel eu adorei te ver cantando. Não é verdade que eu fui embora no meio do teu show. Precisamos nos encontrar. (Um jornal mal informado publicou que Carolina tinha ido embora no meio do show.)


Bebel me contou mil estórias da turnê que fez pela Europa e EUA. Do nervosismo no Olímpia de Paris. Do sucesso do show na Bélgica. Do prêmio que recebeu em Londres, com direito a um incrível tapete vermelho. Aliás, ela estava muito orgulhosa de ter recebido o prêmio, mesmo concorrendo com nomes como Cesária Èvora e Youssou N'Dour. Quando foi cantar em Portugal, por coincidência, ficou hospedada no mesmo hotel em que estavam Miguel Falabella e Regina Duarte. Prontamente Bebel pegou dois CD´s colocou uma dedicatória para o Miguel (Miguel te adoro...) e outra para Regina (Para Regina com todo o meu carinho...) Depois pediu para que um funcionário do hotel entregasse o CD para cada um deles. Pois bem. No dia que estava indo embora encontrou com a Regina no saguão e perguntou: Você recebeu meu CD? Regina deu uma risada e disse: Claro que recebi. Um CD em que estava escrito Miguel te adoro... O funcionário havia trocado os CDs. Tinha que ser em Portugal... Em Buenos Ayres ela se apresentou antres do show do Pet Shop Boys e contou que a platéia estava cheia de gays. Ela então disse ao público: meu coração é gay. Foi aplaudidíssima!


Conversamos um tempão. Mil estórias. Até que chegou a prima dela, Silvinha, que é um doce de pessoa. Fazia tempo que a gente não se via e ela foi super amorosa. Disse que eu estava mais bonito e eu fiquei todo bobo. Na hora de mergulhar Silvinha não quis molhar o cabelo porque estava usando um aplique. Eu perguntei porque e ela contou que o cabelo longo é uma exigência do papel que vai fazer na próxima novela das oito, América, de Glória Perez. Ela estava bem empolgada com o papel e disse que a sinopse da novela é incrível e que a estória é bem original.


Foi então que apareceu a atriz Malu Valle e uma amiga. Malu é a atriz que interpreta a amiga da Nazaré, na novela Senhora do Destino. Nós aproveitamos a deixa e começamos a falar da novela. Bebel então nos disse que morre de saudades das novelas do Brasil, que nunca mais tinha assistido novela. Nós então começamos a contar a trama de Senhora do Destino, dando bastante ênfase ao personagem da Renata Sorrah e rimos muito lembrando das maldades do personagem. E da atuação magistral da Renata.


Segunda-feira Bebel volta para Nova York, onde faz show na sexta no Town Hall. Depois segue para uma temporada na Austrália, Tailândia, volta para a Europa para um show beneficente. E no natal estará de volta o Rio para curtir o verão.




ROBERTO & LILI – É lindo o livro que Lili Marinho escreveu sobre o seu romance com o jornalista Roberto Marinho. É belo e comovente. A partir do romance do casal ela faz um retrospecto de sua vida, contando fatos, reviravoltas, sentimentos e tragédias pessoais. Uma coisa que chama a atenção no livro é a sua relação conturbada com o pai, na infância e adolescência. O pai de Lili era um homem de rígidos valores morais e muito perturbado pela guerra. Certa vez ele deu um tapa na filha adolescente quando a encontra na rua folheando uma revista. Noutra ocasião, quando a jovem e bela Lili completou quinze anos quis de presente um lindo sapato que tinha visto numa vitrine. O homem fez um escândalo, dizendo que aquele sapato era de moça coquete e deu para ela um sapato feio, diferente do que ela gostaria. Lili ficou tão traumatizada que insinua no seu relato que hoje ela tem mais sapatos do que Imelda Marcos.


Outra coisa comovente no livro é a narrativa do seu sofrimento com a morte do filho Horacinho, num acidente de carro, aos 26 anos. É pungente a descrição da dor por conta da ausência do ente querido. Mas, o evento principal do livro é o namoro e o casamento com o Midas das comunicações. O jogo de seduções, os climas, as cenas de amor. É tudo tão bonito e cheio de glamour. O livro é bem escrito. Além disso, a autora se revela uma pessoa que tem o que dizer em termos de amor, paixão e vida. Tudo isso faz de Roberto & Lili uma pequena jóia da literatura brasileira. Um livro que certamente vai dar um tom de glamour e romantismo ao próximo verão.


TRECHOS DO LIVRO ROBERTO & LILI


Tinha 20 anos quando nosso caminhos se cruzaram em 1941, numa recepção no Copacabana Palace. Aquele que começavam a chamar de Dtr. Roberto assumira o comando do jornal O Globo por ocasião da moret de seu pai, em 1925. Com 36 anos, solteiro convicto, era copbiçado, um ótimo partido! Diziam ser louco poresportes, notadamente o mergulho submarino e os saltos de obstáculos a cavalo. Seu jornal era ainda recente: o pai, Irineu, o criara apenas um ano antes de falecer e Roberto já então fizera conhecida sua capacidade de trabalho, sua determinação.
Se não me engano, ele já tinha o olhar intenso e direto, animado por olhos de um bonito marrom, realçados pelo mesmo sutil sorriso, meio irônico, meio charmoso, que conheci mais tarde.
O Globo, base do atual império, era, nos anos 40, apenas mais um jornal carioca. Roberto Marinho, um jornalista reconhecido como tantos outros grandes nomes, dentre os quais Horácio de Carvalho, meu marido, também jornalista e proprietário de um jornal, na época bastante popular – o Diário Carioca. A década precedente à Segunda Guerra Mundial e os três ou quatro anos que a sucederam foram agitados pela imprensa escrita e pelo triunfo do rádio.



Presenciei aqui a morte de sonhos, assim como presenciei o nascimento de outros, como fênix de suas cinzas. O povo, a gente do Brasil, enfrenta sempre duros golpes, como a hiperinflação, as desvalorizações da moeda, as malversações e os confiscos, reagindo com calma, por vezes com resignação, sem revolta. Mas, por um milagre que só ocorre aqui, as vitimas de ontem não lamentam a sorte. Pelo contrário, retomam com energia a confiança em melhores dias, tantas vezes improváveis, mas real e promissora. Não existiu no Brasil uma verdadeira revolução como na França, nem mesmo a idéia de uma verdadeira a revolta! Será pela necessidade de lutar pela sobrevivência? Não! Apenas pela certeza de que a felicidade é possível, que devemos conquista-la e que isso será conseguido em breve.




FALUJA NÃO MERECE SOFRER – No Jornal Nacional assisto cenas de terror no Iraque. O exército americano bombardeia impiedosamente a cidade de Faluja. O poderio militar americano usado com toda a sua força contra a cidade sitiada. Um show de maldade e covardia. Um genocídio sendo cometido e o resto do mundo assistindo de braços cruzados. Nem daqui a mil anos os americanos serão perdoados por tamanha crueldade. Numa das cenas mais cruéis mostradas na TV, soldados americanos apontam fuzis para prisioneiros iraquianos ajoelhados e algemados. Os gringos perguntam aos prisioneiros: “porque vocês estão nos atacando? Porque vocês ficam atirando em nós?” Pois é. Se o prisioneiro Iraquiano soubesse falar inglês diria que está atacando os americanos porque eles invadiram seu país, matando famílias, crianças e mulheres grávidas. Acha pouco?

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