5.8.05

NAVEGAR É PRECISO – As fotos da última viagem de Amyr Klink à Antártica foram editadas num belo álbum da editora Desiderata. As imagens são incríveis. Paisagens geladas, pingüins, focas e a solidão festiva dos navegadores. O fotógrafo Gustavo Stephan captou imagens que transmitem uma surpreendente alegria. Alegria da natureza. Dos animais. E dos aventureiros audazes que ficaram mais de sessenta dias viajando entre o mar e o céu.


Foi no Iate Clube do Rio de Janeiro a festa de lançamento de Dias na Antártica, o belíssimo livro de fotos de Gustavo Stephan. Mas, mais do que o lançamento do livro, a festa foi um tributo ao navegador solitário Amyr Klink, um dos maiores aventureiros modernos do Brasil e do mundo.


A festa teve o patrocínio da Loja de Inverno, uma rede de butiques que vende roupas para quem vai viajar para lugares muito frios. Gorros, cachecóis, toucas, protetores de orelha, meias, agasalhos, casacos... Sendo assim, o salão do Iate Clube foi todo decorado com gelo e neve cenográficos, num ambiente com o ar condicionado bem frio, enquanto um telão exibia as fotos da expedição a Antártica. Ao mesmo tempo, modelos desfilavam pelo salão usando roupas de frio e garçons solícitos serviam petiscos e prosecco.


No terraço lá fora, um clima tropical, uma noite estrelada e a inacreditável vista da Baía da Guanabara. O navegador, muito assediado pelos seus fãs e admiradores, é a simpatia em pessoa. Conta casos. Tem senso de humor e uma fina ironia. Ele contou como construiu seu barco com um tipo de bambu ecologicamente correto e fez crítica a derrubada da floresta amazônica.


Nossa querida Cora Ronai estava lá, com uma elegante blusa vermelha. A doce Cora me contou de sua festa de aniversário, domingo último, promovida por duas garotas que eram leitoras do seu blog e se tornaram suas amigas. Foi ótimo encontrar com ela e botar o papo em dia. Não nos víamos desde o desfile da Salinas, no Fashion Rio, num cenário em que havia milhares de bananas. Depois do desfile Cora ficou fazendo fotos do cenário com seu celular. Eu perguntei pelas fotos e ela me falou do seu projeto de publicar um livro só de fotos feitas com celulares.








O ÚLTIMO TANGO EM PARIS – Um dos melhores programas que fiz em Paris foi assistir Marilia Pêra na peça Mademoiselle Chanel. A cidade foi o cenário perfeito para assistir ao espetáculo. Afinal, a peça é sobre uma das mais ilustres personagens da cultura francesa. E foi uma sessão especial para convidados da Maison Chanel e da revista Elle. Na saída a incrível surpresa de me defrontar com a torre Eiffel toda iluminada.


A peça é uma seqüência de acertos memoráveis. A direção perfeita de Jorge Takla. O texto brilhante de Maria Adelaide Amaral. E a atuação magnífica da Marilia Pêra. Realmente, essa mulher é um gênio. Cada vez que eu vejo uma peça com ela saio do teatro boquiaberto. Quando fez Maria Callas no teatro ela esteve perfeita. Quando fez Carmen Miranda, esteve perfeita. Quando fez Dalva de Oliveira, esteve perfeita. Ela sabe tudo de teatro. E dá um show interpretando Mademoiselle Chanel...


Eu cheguei no teatro cedo, pois nesse dia estava chuviscando e isso antecipou o final do meu passeio pela avenue Champs Elysées. Enquanto aguardava o início da peça fiquei tomando um vinho tinto no bar do teatro. Logo depois chegou um rapaz boa pinta, louro, cabelo cortado e uns olhos incrivelmente verdes. Ele me olhou. Eu olhei para ele. Tomei um gole do vinho. Ele me olhou. Eu olhei para ele. Trocamos algumas palavras e mais alguns olhares e logo tocou o sinal para começar a peça. Eu fui para o meu lugar, ele foi para o dele.


A peça começou. Foi incrível poder admirar a performance de Marilia Pêra. Um show de teatro. Dei gargalhadas. Aplaudi bastante no final. Cumprimentei o diretor. E ao saír do teatro levei um susto ao ver a torre Eiffel. Só depois vi o rapaz loiro parado na porta do teatro me esperando. Perguntou se eu tinha gostado do espetáculo e nós começamos a conversar sobre a peça, sobre Chanel, sobre a atuação de Marilia Pêra. Ele falava em português com um leve sotaque e me contou que era belga, mas estava morando em Paris. E que já tinha estudado português em Portugal e que já tinha visitado o Brasil e que era apaixonado pelo meu país.


Nós ficamos conversando e nos estudando na porta do teatro, quando a atriz Marilia Pêra passou. Logo fomos falar com ela. Dar parabéns pela magnífica atuação. Ela foi muito simpática conosco. Nos disse que nunca tinha sido tão aplaudida como nessa sua temporada em Paris. E como estava um pouco frio ela falava protegendo a garganta com a mão e isso dava a atriz um autêntico ar de diva. O belga, que agora eu já sabia chamar-se Louis, fez uma foto minha ao lado da Marília. Depois ela seguiu para o hotel e nós seguimos em direção a torre lindamente iluminada. Fizemos fotos naquele cenário romântico até que o belga me convidou para um drinque.


Fomos num bar que ele conhecia, no Quartier Latin, mas, quando chegamos lá, estava muito cheio. E ele me perguntou se eu não queria tomar aquele drinque no seu apartamento que ficava ali mesmo, naquela quadra. Um apart-hotel em frente ao rio Sena, bem perto da Pont Neuf. Entramos por um salão suntuoso, depois por um corredor enorme onde pegamos um elevador até chegarmos ao apartamento de Louis, no quarto andar. Era um apartamento amplo, agradável. Depois de abrir uma garrafa de vindo ele colocou um CD: Maria Bethânia cantando Vinicius.


Eu fiquei surpreso com a música e, mais surpreso fiquei quando vi, na mesa ao lado do sofá, um exemplar do livro Verdade Tropical, de Caetano Veloso traduzido para o francês. Folheei o livro e perguntei porque ele se interessava tanto pelo Brasil. O moço de olhos verdes respondeu que não sabia explicar. Que desde muito jovem percebeu que tinha uma identificação muito forte com o Brasil. Gostava da música, do som das palavras faladas em português. E que ele estava adorando o Ano do Brasil na França, pois assim podia ter mais acesso a manifestações culturais do Brasil, como a peça Mademoiselle Chanel, que foi apresentada em português com legendas em francês.


O vinho era delicioso e o apartamento do rapaz era calmo e tranqüilo. Havia pouca iluminação embalando a voz de Maria Bethânia. Louis me contou que era executivo de uma empresa de contabilidade com filiais em vários países da Europa. Quando a garrafa de vinho já estava no fim eu fui ao banheiro e perguntei ao meu anfitrião se poderia tomar um banho na sua banheira. Havia uma banheira enorme no banheiro. O belga que amava o Brasil começou a encher a banheira com uma água bem morna. Eu tirei a roupa e mergulhei sentindo a carícia da água morna sobre o meu corpo.


Louis ficou me olhando dentro d´água. Depois tirou sua própria roupa e eu vi que ele já estava de pau duro. Então, quando o loirinho foi entrar na banheira, avancei sobre o pau dele e comecei a chupá-lo. Glup, glup, glup... Foi incrível!Depois o moço que veio da Bélgica se jogou na banheira e ficamos tomando banho juntos. Bélgica e Brasil. Trocando beijos apaixonados. Já que ele gostava tanto do Brasil eu tinha decidido deixar o belga ainda mais apaixonado pelo meu país. E foi assim, com o espírito cívico de quem vai a uma Copa do Mundo que, minutos depois, eu me atirei de bruços sobre a ampla cama de casal que havia no quarto de Louis.


Eu estava deitado sobre a cama macia no quarto iluminado apenas pela luz que vinha da rua. A luz que vinha de Paris. Foi então que senti o peso do corpo dele sobre mim, sua barba fazendo cócegas no meu pescoço. Sua pele macia acariciando a minha. Sua boca sussurrando coisas. Logo depois os dedos do loirinho me besuntaram com algo cremoso e gelado. Eu fiquei me sentindo a própria Maria Schneider naquela famosa cena com Marlon Brando, no filme O último tango em Paris. Só quando eu já estava dando para ele é que percebi que, da janela do seu quarto, era possível ver as torres da Catedral de Notre Dame.


Dormimos nus e abraçados. Antes de pegar no sono ele me olhou embevecido e disse: Foi uma noite tipicamente brasileira. No dia seguinte quando acordei ele me trouxe café na cama. Un petit dejeuner. Quando me serviu uma caneca de café foi logo avisando: “Na minha casa até o café é brasileiro”. Senti vontade de gritar: “Chega! Pare com isso! Eu não vim a Paris para ficar ouvindo loas ao Brasil. Chamem a Isabelle Adjani!” Mas eu preferi simplesmente dar um beijo na boca do rapaz.






Se eu fosse homossexual me casaria amanhã, só para foder com a igreja. (Javier Bardem, depois da aprovação da lei que autoriza casamento entre homossexuais na Espanha)


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