10.4.06

UMA QUESTÃO DE VIDA E SEXO - O jornalista inglês Oscar Moore tornou-se popular em seu país quando, num período de dois anos, entre 1994 e 1996, publicou no jornal The Guardian a coluna semanal PWA, Person with Aids (Pessoa com Aids), onde contava, de maneira sensível, a sua rotina de soropositivo. Ele havia sido editor-chefe do Screen International enquanto publicava artigos em Time Out, I-D, The Mail on Sunday, The Evening Standard e The Times. Só quando morreu, aos 36 anos, é que os ingleses descobriram que o renomado jornalista havia publicado, em 1991, sob o pseudônimo de Alec F. Moran, o romance Uma questão de vida e sexo, que agora está sendo lançado no Brasil pela José Olympio Editora.


Uma questão de vida e sexo é uma história perturbadora, às vezes até lúgubre. A narrativa acompanha a trajetória de Hugo, um anti-herói da classe média londrina com compulsão sexual. Aos 14 anos, o jovem descobre o sexo num banheiro público a caminho da escola e, a partir de então, sua vida adquire um novo sentido, com os banheiros públicos tornando-se sua área de lazer favorita.


Encontros furtivos com homens desconhecidos passam a fazer parte da sua rotina. Como a adolescência de Hugo se passa nos anos 70, seu inusitado cotidiano sexual não chega a lhe oferecer maiores perigos à saúde. Já nos anos 80, com o surgimento da Aids, sexo furtivo com estranhos passa a ser uma atividade arriscada. Ainda assim, o protagonista não consegue reprimir sua personalidade erotizada e, mesmo sabendo dos riscos, continua a alimentar o seu desejo através de uma lenta jornada rumo à perdição.


Para Hugo, era o sexo que dava sentido à sua vida. Era através do sexo que ele se expressava, se comunicava com o mundo, se rebelava e se posicionava politicamente. E foi assim, simplesmente dando sentido à sua vida, que ele acabou contraindo a doença que o fez mergulhar num mundo de sombras, dor e sofrimento.


A mãe de Hugo tinha um temperamento brutal e mão pesada. Acreditava em disciplina, boas maneiras, excelência e trabalho duro. Também acreditava em saúde, educação, vitaminas e em atividades ao ar livre. Hugo cresceu sendo espancado e intimidado pela mãe, mas, mesmo assim, vivia relativamente feliz e saudável.


Contudo, também cresceu com um complexo por ser exótico. No curso secundário,por se descobriu apaixonado Sam, seu melhor amigo na sala de aula. Mas, quando revelou sua paixão, Sam ficou chocado e deixou de falar com ele. A única mulher com quem se entendeu foi a bela Cynthia, uma namorada por quem sentiu paixão e ternura, mas nenhum desejo sexual.


A semelhança da trajetória do personagem Hugo com a vida do autor Oscar Moore mostra o quanto de autobiográfico é esse romance doloroso e pungente. A narrativa crua provoca um certo desconforto no leitor, já que o autor é incisivo ao redigir o seu testemunho de como a vida pode ser dura com algumas pessoas. Uma questão de vida e sexo é um livro que conta uma história triste, mas de impacto.


(Resenha publicada no Caderno B, do Jornal do Brasil)








CONTROLE REMOTO - O que se pode ver na TV? Nos últimos dias tivemos bons momentos e outros momentos nem tão bons. Reginaldo Rossi no Programa do Jô deu um show de humor e timming. Assim como Sônia Braga, que é sempre divertida e situada. Adorei quando ela se referiu a Hillary Clinton como "nossa Hillary" e sugeriu que a esposa do Bill deve ser a próxima presidente dos EUA. Será, Soninha?


A série de programas do Chico Buarque no canal Multishow também está bombando no Ibope da minha casa. Tem cenas incríveis de Chico em Paris. Depoimentos divertidos. Cenas dele, belíssimo, quando era mais jovem. E música da melhor qualidade, é claro. Num dos programas ele aparece cantando o hino do Polytheama, seu time de futebol. É demais...


Eu adoraria dizer que odeio o programa da Fernanda Young, mas não consigo. Acho tudo meio irritante, mas é muito engraçado. Principalmente aqueles números musicais bregas que aparecem no final. E, convenhamos, ela não tem medo do ridículo. Então, palmas para ela. O pior programa da TV é aquele Ponto G, onde a Penélope Nova tenta imitar Sue Johanson e dá conselhos sobre sexo ao telespectador. Aquela Penélope é uma chata. Ela não tem a menor naturalidade com o sexo, fala absurdo para as pessoas, é moralista, careta... Uma vaca tatuada!!!


A MTV tem estado ótima mostrando videoclipes depois da meia noite. Passa clipes incríveis e eu adoro assistir videoclipes. Também gosto de ver uns pedaços do Beija Sapo. Mas, a melhor coisa da nova programação da MTV, são as apresentadoras Kenya e Keyla Boaventura. São duas gatinhas maluquetes, adolescentes, histérias e hilárias, que apresentam o Disque MTV. Elas são fofas. Muito fofas...


Nenhum comentário:

Madonna vem aí...

 

Postagens mais vistas