24.5.06

DEVE SER BOM SER VOCÊ - O jornalista Sidney Rezende promoveu animada e concorrida festa no Salão Tropical do Hotel Othon, para divulgar o lançamento do seu site
SIDNEY REZENDE.COM Com seu estilo sempre alto astral e bem humorado, o apresentador da Globonews e âncora da radio CBN fez uma breve apresentação do site e, em seguida, convidou um grupo de seresteiros para tocar o repertório de Dilermando Reis, para deleite dos seus convidados que incluía, entre outros, o secretário Wagner Victer, o deputado Carlos Minc, Marina W e Leilane Neubarth que driblaram a chuva que caía na cidade e foram prestigiar a festa.


Cercado da família, dos amigos de toda a vida e de admiradores que o chamavam de Comendador Sidney Rezende, já que recebeu a comenda Pedro Ernesto da Câmara de Vereadores, Sidney parecia uma criança no dia de sua festa de aniversário. Alegre, feliz, com o rosto iluminado. Será o amor? Comentavam no salão. É que além de lançar o site, ele aproveitou a ocasião para apresentar aos amigos sua nova paixão, a namorada Lígia, que tem nome de musa de Tom Jobim.







MIRIAM LEITÃO – Quem também estreou na Internet foi outra fera do jornalismo, a pitonisa da economia brasileira Miriam Leitão, a mulher mais elegante da imprensa brasileira. Seu blog foi lançado ontem no site do jornal O Globo. Vale a pena ser visitado.








O SHOW DEVE CONTINUAR – O plágio de João Emanuel Carneiro continua sendo o assunto mais comentado nos efervescentes corredores do Projac. Agora já se sabe a motivação do plágio: João Emanuel queria mesmo sacanear Waltinho Sales, detonando o próximo projeto do cineasta através de sua novela. Essa é a justificativa que circula entre assessores do Octávio Florisbal, que consideram a justificativa mais lógica, já que todo mundo sabe que o autor de Cobras e Lagartos é um excelente roteirista e não precisava roubar a idéia de ninguém. A não ser que ele tivesse um bom motivo para isso. E o motivo é digno de uma vingança típica de um vilão de telenovelas.


É o seguinte: João Emanuel queria transformar a história do filme Central do Brasil numa telenovela. Como foi roteirista do filme dirigido por Walter Sales se achava no direito de adaptar a história para a TV, já que ele tem a ambição e a obsessão de se transformar num novo mago da novela das oito. Algo muito maior do que Agnaldo Silva ou Gilberto Braga. O diretor Walter Sales, um apaixonado pelo cinema, quis preservar o seu filme de ser transformado num pastiche global e vetou a idéia. Central do Brasil como telenovela? Jamais...


João Emanuel ficou furioso. Sentiu-se boicotado por Sales na sua ambição de se tornar um dos grandes da Globo. E resolveu bombardear o próximo projeto do diretor, trazendo para a sua novela a trama principal do roteiro do filme. Com isso ele acreditava que ia destruir as pretensões de Walter Sales com relação a sua próxima produção. O que João Emanuel não contava é que Walter Sales iria aos jornais, denunciando o plágio e acionando advogados para um processo. O vingativo novelista achava que, como Waltinho faz a linha bom moço, e é sempre muito discreto, ele ia enfiar a viola no saco e arquivar o projeto. Enganou-se redondamente. A produção está em andamento e o público já está ansioso para ver a versão cinematográfica da fábula do motoboy que toca música clássica.


Essa é uma ótima história sobre os bastidores da produção cultural brasileira. Envolve ambição, traição, rancor, paixão, orgulho ferido e duas indicações ao Oscar. Mas não acredito que os personagens da novela possam prejudicar o futuro filme. Afinal, quando a nova produção de Mr. Sales estrear a novela já terá acabado há muito tempo. Ao mesmo tempo, esse imbróglio só serviu para divulgar o filme que, afinal de contas, ainda nem começou a ser filmado. Quanto à novela Cobras e Lagartos, está melhor a cada dia...






AS OBRAS-PRIMAS QUE POUCOS LERAM – Estou lendo um livro apaixonante. As obras-primas que poucos leram é uma coletânea de artigos sobre literatura que foram publicadas pela antiga revista Manchete. A obra, em dois volumes, foi organizada por Heloisa Seixas e publicada pela Record. Foram mais de duzentos artigos durante cinco anos, tratando de obras-primas da literatura nos mais diversos gêneros. Os artigos, densos, profundos, foram escritos por Ledo Ivo, Otto Maria Carpeaux, Paulo Mendes Campos, Carlos Heitor Cony, R. Magalhães Júnior, Antônio Houaiss, Josué Montello, Roberto Muggiati, Viana Moog, Raul Giudicelli, Ruy Castro, Joel Silveira e José Guilherme Mendes.


É curioso que uma revista de informação sem maiores pretensões como a Manchete, tenha publicado textos de tamanha qualidade editorial ou, por que não dizer, literária. Os textos, publicados entre 1972 e 1977, são enormes para os padrões do jornalismo de hoje. Foi como se a revista Caras resolvesse dedicar oito páginas inteiras de sua edição semanal para publicar exclusivamente textos de intelectuais renomados sobre clássicos da literatura. Seria isso possível, hoje em dia? Nos anos 70 era possível. Entre fotos de personalidades das colunas sociais e reportagens sobre os grandes bailes de carnaval da época a Manchete publicava artigos brilhantes da elite intelectual brasileira.


O livro é genial. Cada escritor escreve sobre um livro famoso, oferecendo ao leitor considerações sobre a vida do autor, a época e as condições em que foi escrito, assim como sua importância para a literatura. Ledo Ivo arrasa escrevendo sobre Angústia, de Graciliano Ramos e sobre Pedra Bonita de José Lins do Rego; Otto Maria Carpeaux mergulha em livros como O castelo, de Kafka, Dom Quixote, de Cervantes, A condição humana, de André Mauraux, Bubu de Montparnasse, de Charles-Louis Philippe, Morte em Veneza, de Thomas Mann e O acontecimento, de Tchekov. Os artigos de Paulo Mendes Campos são comoventes. O coração da Treva, de Joseph Conrad, Orlando de Virginia Woolf e Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust, são alguns dos livros comentados pelo grande cronista mineiro. É digno de aplausos o texto de Roberto Muggiati sobre o clássico O sol também se levanta, de Ernest Hemingway...


A revista do Globo poderia relançar essa coleção, convocando intelectuais de hoje em dia a escreverem sobre os clássicos da literatura. Do ponto de vista editorial é uma excelente idéia. Mas será que uma revista fútil e superficial como aquela seria capaz de dedicar oito páginas a um texto sobre literatura? Isso é coisa do passado. Os departamentos de marketing dos grandes jornais e revistas sempre dizem, em suas pesquisas, que o público quer textos cada vez menores e com muitas fotos. Meu Deus! Será que estamos desaprendendo a ler?


O texto sobre o livro Angústia, de Graciliano Ramos, é arguto, inteligente e prazeiroso. Ledo Ivo, o autor, conheceu bem Graciliano e soube transcrever para o leitor como a personalidade e a trajetória do escritor tiveram influência na sua literatura. Veja a seguir trechos da resenha.


Quando eu lhe falava em Alagoas, ele, apertando um cigarro Selma (com cortiça) entre os dedos longos, dizia-me: “Aquilo daria um bom golfo”. Desejava que um cataclismo fizesse afundar todo o estado e navios navegassem sobre comarcas desaparecidas. Odiava também os vanguardistas e modernistas que, a seu ver, eram todos uns homossexuais. E, estes, ele os considerava seres perversos e repelentes. Todas as vezes que, na Livraria José Olympio, então na rua do Ouvidor, certo crítico de artes plásticas lhe apertava a mão, ele, disfarçadamente, terminava indo à pia para lavá-la. “Não sei onde ele andou pegando”, dizia, justificando o gesto.


Freqüentador, durante certo tempo, de seu pequeno inferno literário, fui dos primeiros leitores de muitos de seus textos hoje clássicos. Recolhi mais de uma de suas confidências. Para Graciliano Ramos, a literatura brasileira era muito chinfrim. Respeitava Machado de Assis, mas em certas horas o chamava de “negro metido a inglês”. Sertanejo sanguíneo e bem apessoado, aparentando saúde e vigor apesar da tuberculose que o roía, o romancista era muito cioso de sua branquidade, e tinha preconceitos raciais. São numerosas, em sua obra, as alusões depreciativas a mulatos ou aos nordestinos amarelinhos. O oficial que o prende é “escuro, cafuz ou mulato”. A mestiçagem era uma referência obrigatória, quando aludia a confrades que não estimava. E, em contrapartida, são brancas as personagens dignas do seu amor.


Madonna vem aí...

 

Postagens mais vistas