3.10.06

VOTO FÚTIL – Como existe o voto útil, nessa eleição inventei o voto fútil. Foi fútil o critério por mim adotado na escolha do meu candidato a deputado estadual. Votei no delegado Fernando Moraes, da Divisão Anti-Sequestro da Policia Civil, só por que acho ele gostoso. Pena que o tira charmoso não foi eleito. Mas o Álvaro Lins foi. Então, viva a polícia. De resto, votei no Gabeira e em Denisão. Dei bobeira no voto para o Senado. Votei no Sirkis apenas por que as pesquisas diziam que Jandira Feghali já estava eleita. Queria dar uma força para o PV. Mas fiquei chateado por ela não ter sido eleita. No mais, o segundo turno para Presidente foi o que de melhor poderia ter acontecido ao país. Fez Lula descer do salto alto. Ainda há pouco ele apareceu na TV, todo bonzinho, dizendo que a campanha precisa de mais debate. Então tá, excelência.

A presença de Collor no Senado vai lembrar de forma mais clara ao país que por muito menos ele recebeu um impeachment. E esse é o lado bom da coisa. Se é que a coisa tem um lado bom. A ironia das ironias é o caçador de marajás substituir Heloisa Helena. Nem Gilberto Braga seria capaz de tramar tal reviravolta. A vitória de Paulo Maluf em São Paulo foi a maior de todas as vergonhas. Que tipo de sociologia conseguiria explicar esse absurdo? E Clodovéia? A bicha foi eleita e sua primeira preocupação foi saber como são os móveis do seu gabinete. Está no ar uma nova temporada do Zorra Total. Chupa essa manga!

Marina Magessi, a inspetora da Policia Civil, seguiu o conselho do garçom da Plataforma que, no aniversário de Luciana de Moraes lhe disse: A senhora devia concorrer a alguma coisa. Pois bem. A protegida de Flora Gil, que já foi estrela de um documentário dirigido por Graça Motta, concorreu a Deputada Federal pelo PPS e foi eleita com 55.031 votos. Nada mal para uma instant celebrity.

No segundo turno serei obrigado a votar no Geraldo Alckmin. Espero não me arrepender como já aconteceu nas eleições de Collor e FHC. Em Lula eu já votei e foi mais uma decepção. Esperava mudança e atitude do governo dele. Mas o presidente petista governa muito parecido com Fernando Henrique. Além disso ele mandou colocar aquela estrela do PT no jardim do palácio. Então, fora Lula! O chato no Geraldo Alckmin é ter que aturar Tasso Jereissati, presidente do PSDB, falando em apurar irregularidades do governo Lula. Ora bolas. Jereissati é um gangster do Ceará. Qualquer petista ladrão é um santinho diante dele. Nos oito anos do governo FHC ele comandou uma verdadeira organização criminosa no nordeste e agora vem posar de bom moço. Não foi por acaso que ele foi derrotado no Ceará. E o Ciro Gomes? Agora é que ele vai ficar metido.

O porteiro do meu prédio votou na Heloisa Helena no primeiro turno e agora garantiu que vota no Alckmin. Segundo ele, o Lula já ganhou demais. Minha empregada, entretanto, é radical na sua escolha: só vota em Lula. Na opinião dela qualquer um que for eleito vai roubar e se meter em corrupção. Então ela prefere votar no Lula que, mesmo que roube ou seja corrupto, pelo menos é um homem do povo. São palavras dela, não minhas. É impressionante a quantidade de eleitores que usam esse tipo de argumento condescendente. Em Brasília eleitores miseráveis ostentavam uma placa onde se lia: Ladrão por ladrão, voto no Lulão. Então tá, plebe rude.

Analistas políticos já apontam o segundo turno como uma disputa entre a esquerda e a direita. Qua qua ra qua qua, diria Elis Regina naquela antiga canção. É impressionante como jornalistas e pessoas ditas inteligentes usam esse tipo de expressão para classificar orientações políticas. Esse conceito de direita e esquerda se perdeu no tempo e não traduz o que é o verdadeiro panorama da política brasileira. Tenho vontade de rir quando alguém classifica o governo Lula como um governo de esquerda. Qua qua ra qua qua...

Se for para seguir esse padrão setentista (relativo aos anos 70) do que é esquerda ou direita, o governo Lula deve ser classificado como um governo de direita. Ou talvez de extrema direita. Não seria exagero dizer que é um governo de extremíssima direitíssima. A eleição para o segundo turno não é uma disputa entre a esquerda e a direita. De forma alguma. É a disputa entre duas perigosas facções criminosas pelo controle da favela chamada Brasil.


Madonna vem aí...

 

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