16.1.07

GENTE FINA É OUTRA COISA – O melhor da festa de aniversário do promotor do Ministério Público Marcio Mothé foi a luxuosa presença de Maria Bethânia. A cantora é madrinha das pequenas Nina e Júlia, as filhas de Mothé e fez questão de prestigiar seu compadre. Totalmente à vontade, vestindo jeans, camiseta e sandálias havaianas, a cantora saboreou a feijoada sem desgrudar um instante das afilhadas. Sambou com a bateria da Grande Rio e puxou o parabéns pra você de braços dados com o pai do aniversariante. Totalmente família. Mais tarde, quando o samba acabou, entrou o DJ tocando o som trance típico das raves. A música techno ecoou por todos os cantos do aprazível sítio onde foi realizada a festa. Preocupado com os ouvidos sensíveis de Bethânia, uma diva da requintada MPB, Marcio foi pedir desculpas pelo som que estava tocando. A artista não entendeu o porquê. Pára com isso. Eu estou adorando essa música, disse.

O sítio em Vargem Grande onde Marcio comemorou seu aniversário é um lugar perfeito para um almoço dominical entre amigos. A exuberância do verde da paisagem oferece descanso para a mente. Tanto nas montanhas como nos jardins a presença da natureza se faz presente de forma harmônica e serena. Há tranquilidade no lago com cisnes e marrecos. E trilhas na mata para quem quer privacidade com a natureza. Foi nesse ambiente bucólico que Marcio reuniu as pessoas importantes de sua vida: os pais, as filhas, os amigos de longa data e colegas de trabalho como juízes, advogados e policiais. Também havia uma enorme quantidade de simpáticas barbies. No bar os rapazes que serviam os drinques faziam malabarismos com as garrafas e shows pirotécnicos soprando labaredas de fogo. Um arraso.

Quem estava na festa era a delegada Monique Vidal. Muito simpática com seus exuberantes cabelos loiros, Monique foi com o marido, o lutador de vale tudo Gustavo Ximú e com os filhos Laura e Gustavo Júnior. Musa do escritor Nelsinho Motta a delegada me contou que costuma trocar e-mails com o autor do livro Bandidos e Mocinhas. O Nelsinho é uma figura, me disse ela sorridente. Gustavo Ximú é um lutador conhecido no circuito internacional de lutas, com vitórias importantes no Japão e em Las Vegas. Por causa disso sempre é convidado para ministrar seminários em academias no exterior. Recentemente chegou do Hawai onde participou de treinamentos em várias ilhas do arquipélago. Em fevereiro Ximú vai participar, aqui no Rio, da seletiva para o campeonato de Abu Dhabi, o lendário torneio de lutas promovido pelo sheik dos Emirados Árabes. E em março o atleta já tem agendada mais uma luta no Japão. Ele vive lutando no exterior e me deixa aqui sozinha, disse a delegada apaixonada, fazendo um carinho no bonitão.

Denise Romano é uma das grandes amigas do Marcio. Ela é uma personagem dos bastidores da indústria do disco no Brasil. Trabalhou muitos anos na gravadora EMI-Odeon e agora é gerente do setor de música clássica da gravadora Universal. É queridinha dos vários artistas com quem já trabalhou, de Marisa Monte aos Paralamas do Sucesso. Maria Bethânia adora a Denise e só a chama de Minha Dê. O presente de Denise para Marcio? Todos os CD´s da Bethânia. Quando chegou na feijoada com sua irmã Lílian, uma adorável ex-bailarina da TV Globo que hoje é produtora de eventos, Denise foi logo contando aos amigos que estava exausta. Eu saí do ensaio da Mangueira às cinco da manhã. Sambei a noite inteira. Madame Romano, que sempre foi Salgueiro de carteirinha, contou que esse ano o melhor ensaio entre as escolas do Rio é o da Mangueira. Curiosamente, a galera do Posto Seis me falou a mesma coisa.

Marcelo Arar, o empresário da noite carioca, também foi prestigiar a feijoada de Marcio Mothé. Ele é um rapaz talentoso e tem uma identificação muito grande com a juventude carioca da zona sul que costuma prestigiar suas festas e eventos. Neste verão de 2007 Arar está organizando quatro festas por semana na cidade. Um samba de raiz todas as terças, na Nuth. Baile funk às quintas no Pátio Lounge. Noites de hip hop às sextas na Six. E uma mais que animada noitada de samba com black music todos os domingos no Pátio Lounge. Em comum em todas as festas as pessoas mais bonitas da cidade. Em 2008 Marcelo Arar vai se candidatar a vereador.

Fui à festa do Marcio com o jornalista José Viterbo, um bom amigo com quem trabalhei nas revistas Sui Generis e Homens. Viterbo é uma figura e fazia divertidos comentários sobre os figurinos das barbies. Todas elas estão usando bermudas de grife e tênis importado. Esse é o figurino básico de uma típica barbie carioca, dizia ele destilando veneno. No carro Viterbo botou pra tocar o ótimo CD do grupo inglês Scissor Sisters que tem uma faixa em homenagem a uma prática sexual chamada golden shower. No refrão da música a banda não se cansa de repetir: Queremos mais limonada, queremos mais limonada...

Caipirinha, caipirinha, caipirinha...






TURISTAS NO RIO – Um cidadão carioca pegou um táxi em Copacabana e seguiu em direção a Lagoa. O táxi entrou na rua Antonio Parreiras e seguiu pela Barão da Torre. Quando o carro passou na esquina da Teixeira de Melo, ali na subida da favela, foi parado por policiais que ficam na cabine que foi instalada pela PM para tentar dar um pouco de ordem no pedaço. Pois bem. Um dos policiais se aproximou do motorista do táxi e perguntou se o passageiro era gringo, turista. Como o motorista disse que não o tira mandou o táxi seguir em frente. Ora bolas! Por qual razão o policial queria saber se o passageiro era gringo? Para dar boas vindas a cidade? De modo algum. Se o passageiro fosse “gringo” ele certamente ia dar um jeito de extorquir o coitado. O fato é que os turistas que vêm ao Rio, quando não são assaltados por bandidos, são assaltados por policiais.

Quando eu estava em Paris nas comemorações do Ano do Brasil na França conheci um belga e ficamos amigos. Ele adorava o Brasil e ficou me paquerando só por que eu era brasileiro. Conversamos muito. Ele falava português pois já tinha morado em Portugal e me falou com encanto da sua temporada no Rio de Janeiro no verão anterior. Num dado momento Louis me contou uma história bizarra. Certa vez estava se dirigindo até a Farme de Amoedo. Queria ir até o bar Bofetada tomar um chope e paquerar. Quando estava vindo de Copacabana se atrapalhou e, em vez de entrar na Farme, onde fica o Bofetada, entrou na Teixeira de Melo e só na entrada da favela percebeu que estava na rua errada.

Quando dobrou a Barão da Torre foi abordado por um policial que o acusou de ter ido a favela comprar droga. Ele negou e explicou que tinha apenas entrado na rua errada. O policial insistiu que Louis tinha ido comprar droga e que ele tinha que pagar para ele senão seria levado para a delegacia. E, antes que Louis esboçasse qualquer reação, o policial enfiou a mão no bolso dele, pegou sua carteira, tirou todo o dinheiro, devolveu a carteira vazia e depois o mandou ir embora. Quando o belga me contou isso eu fiquei tão constrangido e envergonhado que eu me senti na obrigação de transar com ele apenas para compensar a sacanagem que a policia brasileira tinha feito com o cara.

No carnaval de 2006 um turista israelense chamado Abrahão foi obrigado a dar dez reais para um policial que o abordou quando ele se dirigia ao baile funk de Rio das Pedras. Abe, como ele gostava de ser chamado, um garotão boa pinta de 20 anos, adorou o Posto 9 e logo fez amizades com garotas, rapazes e salva-vidas. Você parece um carioca, eu dizia para ele quando o encontrava na praia todo bronzeado. Foi lá no Posto 9 que falaram para ele do baile funk de Rio das Pedras. Ele quis conhecer o lugar e foi de táxi com dois outros turistas. No caminho para o baile foram parados por policiais que fizeram a mesma alegação. Diziam que eles tinham ido comprar droga e que seriam presos caso não pagassem dez reais cada um. A policia daqui é totalmente diferente da polícia de Israel, me disse ele chocado com a atitude dos PMs cariocas que se corrompem por dez reais.

Não podemos esquecer também o caso dos jornalistas japoneses que, ano passado, vieram cobrir o mundial de jiu-jitsu para uma das mais importantes revistas de artes marciais do Japão. Quando voltavam para o hotel foram parados por um camburão. Os policiais pediram os passaportes e, como eles tinham deixado os documentos no hotel, alegaram que teriam que levá-los preso, a não ser que pagassem uma propina para eles. Assustados os japoneses ofereceram duzentos reais. Você tem mais dinheiro, disse o policial pegando a carteira do jornalista e levando todas as cédulas, num total de quase quinhentos reais. Apesar de ter havido uma denúncia e do caso ter sido noticiado pelo jornal O Globo nada foi apurado e os PMs continuam nas ruas roubando mais turistas.

Socorro Sérgio Cabral!


Madonna vem aí...

 

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