25.6.07

CAFÉ SOCIETY – O escritor Zeca Fonseca foi uma das presenças ilustres da animada festa de aniversário de Graça Motta, no seu apartamento no Leblon. Zeca acabou de lançar O adorador um saboroso e denso romance de ação que está dando o que falar. O livro tem uma linguagem envolvente, com uma narrativa crua carregada de emoção e erotismo. Zeca demonstrou estar muito feliz com o lançamento do seu livro. O seu semblante sereno e seu sorriso fácil traduziam a personalidade de quem estava se sentindo realizado. Falante e bem humorado ele me confessou que a literatura é a sua definitva paixão. Fotógrafo profissional ele atualmente só pensa em escrever. Hoje o teclado do computador lhe atrai mais do que o visor da câmera.

Zeca Fonseca foi meu colega dos bons tempos da PUC. Ele era o rapaz mais bonito da Universidade. Lindo. Parecia um modelo latino, um galã de fotonovelas. E nos chamava a atenção por que freqüentava as aulas com umas roupas bem surradas, sem nenhum compromisso com moda ou elegância. Mas aquela displicência no vestir fazia parte do seu charme irresistível. Outra coisa que nós adorávamos no Zeca é que ele era namorado da Rita, a garota mais bonita do curso. Ela era linda (aliás, é linda até hoje). Sempre elegante e charmosa Rita parecia a Ali Mc Graw no filme Love Story. E a galera do curso de Comunicação adorava o casal. Eles eram nossos ídolos. Formavam um casal bonito, tinham estilo próprio e pareciam feitos um para o outro. Andavam sempre juntos e tinham uma atitude de apaixonados que comovia e encantava seus colegas de curso.

Raramente eu vejo a Rita Marques. Mas toda vez que eu leio o seu crédito nos programas jornalísticos (ela trabalha no Cedoc, o centro de documentação da Globo) eu me lembro do seu sorriso, do seu charme e dos seus longos cabelos alegrando os pilotis da PUC. A última vez que a vi foi no show do Toni Platão. Nos falamos rapidamente, mas ela me deu um abraço afetuoso e falou com entusiasmo: “Adoro Toni Platão”.

As pessoas têm mania de me perguntar se o meu livro é autobiográfico, mas isso não tem nada a ver”, me disse Zeca com firmeza, enquanto bebia uma singela Coca-cola. Eu não lhe disse nada, mas ao ler o livro eu também fiquei pensando o quanto aquela poderia ser a sua história. O protagonista do romance é um homem que foi abandonado pela mulher que amava perdidamente e, a partir de então, ele se torna cruel com as outras mulheres que cruzam o seu caminho, oferecendo-lhes apenas sexo e nenhum amor. “Meu livro é totalmente ficcional. As situaçãoes e as emoções dos personagens surgiram da minha imaginação”.

A Graça me disse que vai sair uma sopa daqui a pouco”, comentou Zeca enquanto falava sobre o seu prazer de escrever. Ele me pareceu estar, realmente, realizado com a publicação do livro. Eu fiquei com a impressão de que O adorador não era apenas o lançamento de um simples produto cultural. Para ele a publicação do livro significava um renascimento. Uma volta ao planeta terra depois de ter viajado por perigosas galáxias desconhecidas. Como se ele estivesse mergulhado num pântano profundo e que agora, só agora, com a publicação do livro, tivesse voltado à tona e pudesse respirar aliviado. Isso estava estampado no seu rosto, no seu sorriso e na firmeza das suas palavras quando falava do livro. Publicar O adorador significa para ele a oportunidade de gritar para o mundo e para os céus: Eu sobrevivi. E esse grito de sobrevivência era dado com um sorriso no rosto e lágrimas nos olhos.

Graça Motta é muito cuidadosa com seus convidados e logo o garçom nos serviu uma deliciosa sopa de abóbora em elegantes canecas de louça. “Isso aqui tá tão quente que eu acho que vou acabar tirando o casaco”, disse o bravo Zeca tomando um grande gole do caldo fumegante. Enquanto isso ele citava um autor famoso que, ao ser questionado por um jornalista sobre o que era preciso para ser um bom escritor respondeu: é preciso sofrer, sofrer e sofrer. Eu não tenho a menor dúvida: o Zeca foi um cara que sofreu muito.

Displicente e relaxado ele me contou algumas passagens bem dramáticas de sua vida, que me deixaram bem impressionado. “Mas, por favor, não vai publicar isso no teu blog não. Olha lá!”, me disse ele preocupado. Eu já admirava o Zeca Fonseca como fotógrafo e como um ícone dos bons tempos do curso de jornalismo da PUC. Mas, depois da nossa conversa na festa da Graça, eu descobri que ele tinha se transformado num escritor de verdade. Não era alguém que havia publicado seu livro por ser bem relacionado no mercado editorial. Nada disso. O adorador é o resultado de um processo doloroso e sofrido. Foi como se ele tivesse precisado ser chicoteado e crucificado por uma multidão em fúria antes de conseguir subir aos céus e encontrar a serenidade e o equilíbrio nos braços da literatura. E sua realização como escritor estava estampada na expressão serena e feliz do seu rosto quando falava do seu livro como se fosse um filho querido que tivesse acabado de nascer.






CAFÉ SOCIETY - Com a minha câmera digital fiz fotos bem bacanas do aniversário de Graça, que nós, os mais íntimos, só chamamos de Baby Grace. Como afirmou Zeca Fonseca Graça é uma excelente anfitriã e cuidou muito bem dos seus convidados: bebidinhas, comidinhas, boa música, bom papo e o aconchego do seu apartamento na rua João Lira. Silvia Pfeifer estava lá. Linda, como sempre. Eu fiz uma ótima foto dela com Dr. Nelson, o pai da Graça, figura muito querida. Aliás, os pais da Graça, Nelson e Cecília Motta, são personalidades raras da vida carioca.

Silvia Pfeifer e Graça são amigas de longa data. Foi Graça, na época em que trabalhava como produtora de elenco, quem transformou a então modelo Silvia Pfeifer em atriz. Silvia saiu um pouco mais cedo pois teve que ir na festa da Luciana Conde. Depois chegou nosso querido amigo Alexandre Agra, com a namorada, uma jovem bonita e elegante. Alexandre é um sujeito adorável, bom caráter, gentil, educado. É um privilégio para os amigos poderem conviver com ele. Cazuza o adorava. Babita Mendonça, figurinista do cinema e da TV também estava lá, divertindo a todos com seu bom humor.. O ator boa praça Eduardo Lago, que fazia o Bira na novela Páginas da Vida, também exibiu o seu charme no aniversário de Baby Grace.

Xuxa Lopes, uma das minhas atrizes favoritas, também foi dar um beijo em Baby Grace, sua amiga desde à época do colégio. Ano passado Xuxa Lopes atuou no filme Últimas Palavras dirigido por Graça Motta e que está em fase de montagem. Aliás, toda a equipe do filme estava no aniversário da diretora.

Euclydes Marinho estava bem divertido. Nos contou do filme que terminou e que vai lançar no início do ano que vem. Falou da adaptação do romance Dom Casmurro que está escrevendo para ser filmado por Luiz Fernando Carvalho. Numa determinada hora, todo mundo conversando sobre casamentos que não dão certo, relacionamentos que não funcionam, Euclydes falou: “A vida é assim mesmo. Tem uma hora que as coisas começam a dar defeito. Marido dá defeito. Mulher dá defeito...” Ele fez uma pausa, olhou para mim e perguntou: “Bofe também não dá defeito, Waldir?” Eu respondi: “Claro Euclydes. Bofe dá tanto defeito que vive na assistência técnica”.

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