17.6.07

CIDADE NUA – O prefeito César Maia autorizou os motoristas de táxi a cobrar Bandeira 2 durante o Pan. Em nome desse Pan César Maia está cometendo uma série de atrocidades contra o Rio e seus habitantes. A última, mas não menos importante atrocidade, foi autorizar a cobrança de Bandeira 2 durante os jogos. Por que ele vai penalizar a população por causa disso? Por que os cariocas vão pagar mais caro pelos táxis durante as competições?

O prefeito do Rio tem uma relação muito estreita com os motoristas de táxi. A cidade está completamente loteada pelos taxistas, que privatizam áreas públicas transformando ruas e esquinas em pontos de táxis. Ninguém mais tem onde estacionar ou parar seu carro, pois o prefeito cedeu as vias públicas aos taxistas.

Semana passada eu peguei um táxi para ir ao Fashion Rio. O motorista, Luiz Carlos, era um sujeito simpático, ex-jogador de futebol, charmoso, com cara de galã de subúrbio. Eu logo simpatizei com o rapaz, pois, quando entrei no táxi, ele me disse que detestava taxistas. “É o pior tipo de gente que existe. Sou taxista, meu pai é taxista, meu tio é taxista, mas eu não suporto taxistas. São todos desonestos e metidos a malandros”, disse. É que quando eu fiz sinal para ele parar um outro taxista tentou passar na frente.

Começamos a conversar durante o trajeto para a Marina da Glória e eu comentei que a cidade estava cheia de pontos de táxi. Luiz Carlos me deu uma versão inusitada sobre os privilégios dos taxistas na cidade. “O César Maia é dono de uma frota de mais de cem táxis. Estão todos em nome de laranjas, mas o verdadeiro dono é ele”. Fiquei boquiaberto com a revelação. O bonitão da Penha não se cansava de detonar o prefeito do Rio. Ele me disse que tinha comprado seu táxi com o maior sacrifício enquanto estava em vigor uma lei que obrigava o motorista a ser o próprio dono do carro. O sindicato queria evitar o caso de taxistas que são explorados e obrigados a pagar diária a empresários donos de frotas táxis. Pois bem. Segundo André Luiz o prefeito do Rio derrubou essa lei em troca de vários táxis que lhes foram doados por empresários interessados em dominar o setor com suas frotas. É mole, ou quer mais?

Um dos assuntos favoritos nas rodas de conversa dos cariocas são os casos de corrupção envolvendo o nefasto César. Em cada esquina da cidade alguém conta uma história sórdida envolvendo o prefeito. Semanas atrás, na praia de Ipanema, um bem sucedido empresário carioca, que havia sido meu colega no curso de jornalismo da PUC, comentou que estava chocado com as tramóias do César Maia nas obras que envolvem o Pan. O rapaz, que é muito bem relacionado nos meios empresariais e no mundo das finanças, comentou que ele tinha deixado para fazer todas as obras de última hora, pois assim fica mais fácil organizar o desvio de verbas e o superfaturamento das empreiteiras aliadas.

Num requintado jantar na casa de um arquiteto no Jardim Botânico um jovem empresário disse que tentou abrir um quiosque na Lagoa e, como tinha acesso, procurou Rodrigo Maia, o filho do prefeito, e perguntou se ele poderia conseguir uma autorização para a abertura do tal quiosque. O nobre Deputado Federal disse que conseguiria sim, a autorização, desde que lhe fosse paga a módica quantia de quarenta mil reais.

Dentro de três semanas vai começar o Pan. E só agora obras importantes começaram a serem feitas na zona sul. Os postos de salvamento estão sendo reformados a toque de caixa. O mesmo acontecendo com a pista da avenida Atlântica que está sendo recapeada. Por que esses serviços não foram realizados no ano passado, por exemplo? Por que só agora, em cima da hora, é que estão sendo feitos?

César Maia merece ser fuzilado.





MUITO BARULHO POR NADA – Em seus primeiros seis meses de governo o Sergio Cabral Filho ainda não disse a que veio. Ele é muito expansivo, simpático, banca o bem intencionado, mas, até agora, não melhorou em nada a história do Rio. Ele se preocupa muito em fazer política. Faz questão de ter uma boa relação com o prefeito do Rio, mas, o que significa essa boa relação? Fazer vista grossa a roubalheira do prefeito? Compactuar com a desordem social capitaneada pela prefeitura? Ele seria melhor governador se fosse mais crítico com o que está acontecendo na cidade.

Outra coisa: ele não se mostra seguro na administração das questões relativas a Segurança Pública. Há quarenta dias que a polícia leva uma surra de traficantes que não permitem a entrada dos homens da lei na Favela do Alemão. Quarenta dias? É a desmoralização total. Isso é uma afronta a sociedade.

Desde que foi eleito que Cabral pleitea a presença das Forças Armadas para ter tentar controlar a nossa guerra civil. Mas, ao mesmo tempo, ele não consegue fazer com que essa pretensão evolua para um fato concreto. O governador se vangloria de sua boa relação com o presidente Lula, mas essa “relação maravilhosa” entre os dois não resultou em nenhuma vantagem para o Rio, pelo menos no que diz respeito a segurança.

Outra coisa: Sergio Cabral quer os militares “ajudando” na segurança pública. Ora bolas. Já que ele está convocando as Forças Armadas, ele tem que entregar a adminsitração da segurança pública para os militares. Ele não pode querer que os militares fiquem subordinados a polícia. Isso não tem cabimento. A polícia é que tem que ficar subordinada aos militares. Parece que esse é o X da questão. O pai do Sergio Cabral foi preso político na época da ditadura. E os políticos brasileiros que sofreram traumas durante a ditadura têm dificuldades em lidar com as Forças Armadas.

Enquanto isso o Rio de Janeiro sofre com uma guerra civil...


Madonna vem aí...

 

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