7.7.07

VIÚVAS DE FHC – Sempre que eu critico FHC ou falo mal do seu governo leitores desse blog protestam. Você foi muito injusto com o Fernando Henrique, é a crítica que mais tenho recebido nos últimos dias por causa do texto FHC no Celeiro, publicado logo abaixo. Waal. O ex-presidente tem suas viúvas. E são viúvas apaixonadas e fervorosas, que o defendem com veemência. Eu votei no Fernando Henrique na primeira eleição e, desde o primeiro mandato, para mim, foi uma decepção. Acho que ele governou igual a um político nordestino. Mas muita gente gosta dele. Acham que foi um grande presidente. Um estadista que fez muito pelo Brasil, que tudo de bom que acontece hoje no país é resultado do que foi plantado no governo dele. Não vejo as coisas dessa forma, mas respeito (muito) a opinião dos meus leitores. Acho que tudo o que ele fez de bom e correto, foi sua obrigação ter feito. Foi muito bem pago por isso.

Eu acho engraçado. As pessoas se queixam do Lula e elogiam FHC. Eu acho que eles são as duas faces da mesma moeda. Cada um, à sua maneira, se acha um imperador. E por falar em Lula, o seu índice de popularidade continua altíssimo. A maioria da população continua achando que ele está fazendo um bom governo. Mesmo tendo trinta e seis ministérios para dar despesas ao contribuinte. Esse último Ministério, criado apenas para dar emprego ao Mangabeira Unger e mais uma corja de apaniguados, é um absurdo.

Parece que nada derruba Lula. Acho que o brasileiro se identifica com a figura dele. Com aquele seu jeitão de pobre que se deu bem na vida. Às vezes eu acho que as pessoas ignoram sua má performance como presidente porque não querem se decepcionar. Não querem ter mais esta frustração. Preferem ser felizes na ilusão. Não querem deixar morrer aquele sonho antigo do país ter um grande presidente vindo do povo. Qua qua ra qua qua...




DIARIO DA CORTE – Waal... Já está nas livrarias O afeto que se encerra, livro de memórias de Paulo Francis, lançado originalmente em 1980, quando o jornalista tinha 50 anos. É uma publicação da Editora Francis... Não é a glória para um escritor? Ter uma editora com o seu próprio nome? O logotipo é uma foto do Francis em que ele está parecido com Alfred Hitchcock. Fazem parte do catálogo da Editora Francis livros de Mino Carta, João Gilberto Noll, Roberto Freire e Michael Moore.




A MALDIÇÃO DE EDGAR – Nesses tempos pré-Pan leio sem parar dois livros. Um chama-se Má companhia, divertido livro de espionagem internacional de Jack Higgins. O outro é A maldição de Edgar, biografia romanceada de John Edgar Hoover, o homem que durante 50 anos foi chefe do FBI. Nesse período ele ditou rígidas regras morais, foi intolerante, preconceituoso e promoveu muita intriga nos bastidores da política americana. No entanto, por trás do tirano miserável existia um falso moralista. O livro é narrado por Clyde Tolson, que foi secretário particular e amante de Hoover. Leia um trecho a seguir:




Roosevelt é um elefante sentado, mas pelo menos tem classe, uma certa finesse aristocrática. Existe uma vantagem incontestável em não se ter pernas: o centro de gravidade é mais embaixo, a gente tem mais equilíbrio. É algo que Kennedy deveria cogitar. Ele não passa de um novo-rico com suco de cenoura fervendo, abençoado pelo papa. Nunca tivemos um presidente católico e estou disposto a apostar, se o futuro quiser me guardar onde estou, que nunca teremos. Está tão fora de cogitação quanto uma mulher, um judeu, um índio ou um negro. Mas o povo é capaz de tamanhas maluquices que é preciso uma autoridade moral como a nossa para evitar que essas infantilidades se transformem em drama. Além disso, estou persuadido de uma coisa: a primeira decisão que ele tomaria, como presidente, seria nos enxotar. E isso, meu caro Clyde, a simples evocação dessa possibilidade me é insuportável. Não sei se me engano, mas acho que o orgulho desmedido de Joe fez com que ele cometesse um grave erro. Ontem ainda, eu me perguntava como Roosevelt pudera enviar esse irlandês grosseirão para representá-lo na corte da Inglaterra. Agora me parece evidente que ele não só se livra da agitação que Kennedy criava à sua volta, mas, além disso, o outro vai estar bem longe quando começarem as intrigas para as presidenciais. Ele não deveria ter ido. Foi deportado com toda a elegância do mundo.

Edgar interrompeu-se por um tempo no avanço de seu pensamento. Depois, como se voltasse de muito longe:

- Além disso, tenho uma séria deficiência para me apresentar nas presidenciais. Kennedy tem como mulher a insuportável Rose, com sua voz esganiçada. Roosevelt tem essa esquerdista meio lésbica por esposa. E eu, quem eu tomaria como primeira-dama? Você, Clyde?

Depois começou a rir com a exuberância de um homem que descobre que tem humor.


Baseado meu amor...

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