26.1.08

UMA LÁGRIMA PARA HEATH LEDGER - Evoé. Quando assisti O segredo de Brokeback Mountain pela primeira vez fiquei muito impressionado com o filme e com seus personagens. Havia ali uma compreensão do mundo masculino, que me pareceu totalmente inédita. Um olhar original sobre as relações humanas. Fiquei muito tocado pelo filme. Saí do cinema me sentindo mais sábio, mais informado sobre o comportamento masculino. Sobre a alma humana. Acho que fiquei sabendo mais sobre mim e sobre os outros homens.

Muita gente não gostou de Brokeback. Alguns críticos falaram mal do filme, dando a impressão que eles não gostaram da forma como foram retratados nas telas. Quando o assisti pela segunda vez, numa sessão promovida pelos meus queridos André Ramos e Bruno Chateubriand, no Roxy, ouvi comentários desabonadores de alguns espectadores. Um sujeito saiu do cinema dizendo que aquele filme devia durar apenas quinze minutos, já que não tinha “história”. Uma senhora dizia que não tinha visto a menor graça no filme.

Para mim Brokeback sempre foi uma obra-prima definitiva. Parece um daqueles filmes questionadores, tão comuns no cinema dos anos de 1970. Já o revi mais duas ou três vezes na TV, e sempre tenho prazer e encantamento com o filme. É triste e melancólico no seu desencanto com a vida. Ao mesmo tempo é belo pela verdade que transmite ao desnudar a alma masculina. Não é um filme sobre gays. É um filme sobre homens e seus segredos guardados no lugar mais escondido de sua alma.

A notícia da morte de Heath Ledger, o ator do filme, me deixou numa tristeza profunda. Seu personagem Ennis Del Mar era um homem tão triste, tão atormentado pelo seu desejo. Um cara simples que carregava um trauma de infância. Quando criança o pai o havia levado para ver o cadáver de um sujeito que tinha sido assassinado de forma violenta. Seu crime: ir para a cama com outro homem. Del Mar cresceu atormentado por essa visão. Quando se viu apaixonado pelo seu colega cowboy a imagem da infância lhe voltou a mente e fez com que ele recusasse as propostas de vida em comum que Jack Twist lhe fazia.

Heath Ledger me chamou a atenção quando apareceu com 21 anos interpretando o filho do Mel Gibson no filme O Patriota. “Que cara lindo”, pensei eu no escuro do cinema, quando ele surgiu loirinho, com pose de galã, ar de príncipe encantado. Eu fiquei achando que ele seria apenas mais um rostinho bonito das telas de Hollywood. Quando o revi em Brokeback Mountain Ledger estava irreconhecível. Estava mais másculo, sisudo, sério. O novo visual fazia parte da composição e do caráter do seu personagem. Ainda assim ele continuava sexy e atraente. Foi então que percebi que ele era um ator talentoso, que sabia compor um personagem.

Seu verdadero nome era Heathcliff, o mesmo nome do herói do livro O Morro dos Ventos Uivantes, de Emile Bronté, um dos mais sombrios romances da literatura universal. E eu percebo uma estranha coincidência nestes nomes. O Heathcliff da literatura foi protagonista do Morro dos Ventos Uivantes, enquanto Heathcliff Ledger ficou famoso por um filme sobre as montanhas de Brokeback. Soube de sua morte pelo MSN. Francisco Rezende, um amigo, entrou na linha e perguntou: Viu quem morreu? Levei um susto antes mesmo de saber quem era. Ao ler na internet a notícia de sua morte senti um vazio muito grande. Uma sensção de incredulidade. Em algum momento sentí vontade de xingá-lo. Vontade de gritar com ele: você não, cara. Ainda está muito cedo para você morrer. Ainda não é o momento. Só horas depois é que consegui chorar.

Descanse em paz, cowboy. As montanhas de Brokeback sempre vão lembrar de você...







A amizade é uma alma feita de dois corpos.








MADONNA NEGRA? - A música Four Minutes To Save The World é a faixa de lançamento do novo disco da Madonna que está indo para as rádios nos próximos dias. Por causa disso os fãs da cantora estão à beira de um ataque de nervos. “O que será que ela vai aprontar dessa vez”, diz Ruiz Bellenda, fã da Madonna desde que ouviu Holliday pela primeira vez, há vinte e cinco anos atrás, como ele gosta de afirmar. Existe uma grande expectativa em torno desse disco. Uma das faixas, The Beat Goes On, já toca nas rádios desde novembro do ano passado, depois de ter sido pirateada por um DJ, que colocou a música na internet. O resultado é que todas as rádios do mundo baixaram a canção, que se transformou num hit instantâneo. Uma música suingada, com pitadas de hip hop. Não se sabe se essa música vai estar no disco. Ou pelo menos, se essa versão pirateada estará na edição final do disco.

Ainda não se sabe o nome do novo álbum. O assunto é tratado como segredo de Estado pela gravadora. Mas o que não falta é especulação. O que se sabe sobre o CD é que a artista trabalhou com os produtores mais quentes da música pop atual: Timbaland e Justin Timberlake. Timbaland é uma figura quase onipresente nas rádios de música pop. Ele é o produtor por trás do explosivo sucesso de Nelly Furtado, com quem aparecia cantando Promiscuos. Timberlake lançou em 2006 um dos discos mais celebrados dos últimos tempos: FutureSex/LoveSounds. Além dos dois papas do pop o disco terá uma participação de Pharrel Williams, seu parceiro na balada Hey You, que a cantora apresentou no Live Earth. Numa entrevista no final do ano passado Timberlake disse que o CD terá um forte influência da música negra. Por causa disso surgiram boatos que o nome do disco seria Black Madonna.

O fato é que os fãs de Madonna estão de olho em Londres, onde a cantora se encontra, cuidando dos últimos preparativos para o lançamento da primeira faixa do novo CD. Segunda-feira ela deve começar a gravar o videoclipe da música Four Minutes to Save the World com a participação da dupla Timbaland & Timberlake nos vocais e nas coreografias. E como será o visual da estrela nesse novo disco? Será que ela vai vir loura? De cabelos curtos, médios ou longos apliques? Será que ela vir morena? Ou será que ela vai surgir negra?


Madonna vem aí...

 

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