22.4.08

MARCHA DA MACONHA – Sérgio Cabral é queridíssimo pelos jogadores de futebol de praia de Copacabana, pois eles vêem o Governador como um deles, um craque da areia. Na juventude, antes de ser um político famoso, Sérgio Cabral era um assíduo atleta dos torneios de futebol de praia. Nos bares, depois das animadas partidas, os veteranos da areia adoram relembrar histórias da época em que Cabralzinho fazia seus gols na fase áurea do Lá Vai Bola e do Liverpool. “Cabralzinho jogava um bolão”, comentava um deles, outro dia, relembrando à época em que tinha intimidade com o Governador do Rio.

Dentre as divertidas histórias contadas sobre a vida esportiva do craque Cabralzinho, as que provocam mais excitação nos botequins das ruas Ronald de Carvalho e Duvivier, era a sua paixão por um bom baseado antes das partidas. “Ele era maconheiríssimo”, disse outro dia, às gargalhadas, o treinador de um dos mais badalados times da praia que, duas décadas atrás, jogou muitas partidas ao lado do Governador. “Ele não entrava em campo sem antes apertar um baseado”. O treinador sabe do que está falando. Afinal, essa é uma prática comum a esse esporte desde os anos de 1970.

Que bom que o Governador Sérgio Cabral já fumou muita maconha. Hoje ele é a maior autoridade em Segurança Pública no Estado do Rio e, na madrugada desse domingo, a polícia carioca, sua subordinada, prendeu cinco jovens que estavam distribuindo panfletos em que convidavam a população a participar da Marcha da Maconha . A passeata que pede a legalização da maconha vai acontecer dia 4 de Maio no Arpoador. Além do Rio, outras 12 cidades brasileiras e 200 em todo o mundo também terão a Marcha.

A prisão de cinco jovens que estavam apenas reivindicando uma mudança nas leis está causando polêmica. A polícia alega que eles estavam fazendo apologia das drogas. Advogados, entretanto, alegam que não existe essa tipificação no Código Penal. O que existe é “apologia ao crime”, que é totalmente diferente. Outros consideram a prisão dos jovens como “crime político”. Sendo assim, eles já podem, a exemplo de Ziraldo, pedir uma bolsa por terem sido vítimas da tirania do Estado. O fato é que qualquer cidadão pode reivindicar uma mudança da lei. Isso não é ilegal. Se fosse assim, quem propõe a legalização do aborto também estaria praticando um crime. Assim como quem pede leis mais duras para crimes hediondos.

Agora durma-se com um barulho desses.

O “maconheiríssimo” Governador Sérgio Cabral precisa se manifestar sobre a prisão dos jovens. Afinal, durante a ditadura, seu pai também foi preso apenas por expressar sua opinião no jornal O Pasquim. Hoje Cabral Filho é o todo-poderoso chefe da polícia. A Constituição brasileira determina que o Governador é a maior autoridade em Segurança Pública, de cada estado brasileiro. Isso significa que o poder de Cabralzinho está acima do Código Penal. Se quiser ele pode legalizar a maconha no Rio de Janeiro. Sua antiga turma do futebol de praia vai adorar.




MARIJUANA MON AMOUR - A maior razão da violência, no que diz respeito às drogas, é a intolerância das pessoas que são contra as drogas. A intolerância é a mãe de todos os conflitos. Os setores da sociedade que são contra o consumo de drogas são muito intolerantes. Não admitem discussão sobre o assunto e defendem a idéia que quem consome drogas tem que ser preso, processado, espancado, etc.

Há uma guerra civil na cidade, uma crise na segurança pública. E um dos suportes dessa violência é o consumo de drogas. Sendo assim, todos os pontos de vista têm que ser discutidos. Incluindo o ponto de vista dos consumidores. As pessoas têm todo o direito de consumir drogas. Quem gosta, quem sente prazer, têm todo o direito de consumí-las. É um assunto de foro íntimo. O Estado não tem o direito de interferir na vida íntima do cidadão. Estamos no século 21. Nos dias de hoje consumir drogas é um fenômeno cultural. Ignorar isso é agir como uma avestruz. É quando sufoca esse fenômeno cultural que a sociedade faz eclodir a guerra civil.


Madonna vem aí...

 

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