16.8.10


A ironia é a última instância dos inteligentes; nos ignorantes, é a violência.




O ADORADOR ESTÁ DE VOLTAO escritor Zeca Fonseca lançou, nesta sexta-feira 13, em São Paulo, seu novo romance, Pandemonium. A noite de autógrafos carioca será dia 17, na Livraria Argumento, ali no coração do Leblon. Pandemonium traz de volta a literatura o personagem Lemok, protagonista do seu livro de estréia, O adorador. Lemok é um personagem fascinante. Um romântico apaixonado que, ao se ver abandonado pela mulher que ama, se entrega de corpo e alma ao sexo sem compromisso com mulheres casadas. É um adorador de mulheres. Mais específicamente, Lemok é um adorador de xoxotas.


A Editora Faces apresenta Pandemonium como, antes de tudo, uma história de amor. Não seria diferente uma história com esse personagem. Lemok é movido pelo amor que sente pelas mulheres. É um personagem que ama com todos os órgãos do seu corpo. Em Pandemonium, depois de descobrir que a mulher por quem sente um amor platônico deseja seu amigo, Lemok mergulha fundo no mundo das drogas e da bebida, como um beatnik perdido no final dos anos de 1980. Quando o alvo de sua paixão casa com seu amigo, Lemok busca anestesiar a dor do sofrimento se entregando a uma série de mulheres devassas. Ao sofrer por amor ele se vinga se entregando ao sexo. E só um outro amor, mais forte, poderá mostrar uma luz no fim do labirinto de sofrimento em que se encontra perdido o nosso herói.

Não é lindo, o amor?


Romancista e fotógrafo, Zeca Fonseca se equilibra com muito talento entre essas duas atividades. Para celebrar o lançamento do livro a Editora Faces produziu três vídeos onde as imagens fotográficas de Zeca tem como trilha sonora trechos do seu romance.

Veja os vídeos aqui:

http://www.editorafaces.com.br/pandemonium/

A seguir excertos de Pandemonium publicados no blog de Zeca Fonseca:

Eu era a redundância ambulante da loucura.Estava largado, drogado, e ocupado demais com meu processo de auto-destruição para perceber que minha vida escoava pelo ralo.Vivia como num transe.


Tudo me impelia para a escuridão do meu poço inexplorado. Alguma transformação importante acontecia em meus subterrâneos; sentidos importantes foram perdidos; fronteiras internas foram abolidas.Era o fim. Ou algo parecido com fim.


Vivemos em uma sociedade de conveniência, composta por cidadãos coniventes com um sistema corrosivo de classes. Pobres criaturas ignorantes que desconhecem sua parcela de culpa na destruição do meio ambiente em que vivemos. Pessoas desprovidas de ética. Não sentem desconforto em atirar lixo, desordenadamente, no planeta. O homem comum será o grande vilão de um futuro muito próximo.


Rogava aos deuses, todas as noites, para que aqueles dias de agonia acabassem logo. A um só tempo, era vítima e algoz de mim mesmo. Desejava morrer e não desconfiava daquele meu plano macabro.


O tempo diria quanto mais eu precisaria morrer para um dia poder viver de verdade.

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