8.10.12




O FELLINI DO JAPÃO - Um dos filmes mais interessantes do Festival do Rio é "Termas Romanas", do japonês Hideki Takeuchi. Uma história muito louca sobre um arquiteto da Roma antiga que escorrega na banheira de uma sauna, viaja no tempo, e vai parar no Japão dos dias de hoje. Fica impressionado com a tecnologia da vida moderna, principalmente no que diz respeito as casas de banho japonesas. Quando volta para sua Roma antiga, através do mesmo processo, ele cai nas graças do imperador Adriano por adaptar para sua época, algumas das coisas que ele viu no futuro. O curioso é que os personagens italianos são interpretados por atores japoneses. É hilário ver o Imperador Adriano e os políticos do senado romano  com os olhos puxados.

"Você é o Fellini do Japão", eu disse ao diretor Takeuchi, após a sessão no cine Sesc Botafogo. Ele deu uma risada e contou que filmou parte de sua história no mesmo estúdio onde Fellini realizou alguns dos seus filmes. "Se houve o "Roma de Fellini", então seu filme é o "Roma de Takeuchi", disse ao cineasta. Ele adorou e começou a falar sem parar, emitindo aqueles sons engraçados da língua japonesa, enquanto seu intérprete tentava acompanhar o ritmo.  Takeuchi adora o Rio, cidade que conheceu dois anos atrás. "O Rio é uma das três cidades mais incríveis do mundo. A outra é Nápolis", traduziu seu interprete, depois dele emitir seus conceitos, bebericando uma taça de vinho tinto, admirando a linda vista da Baía da Guanabara que o Cais do Porto permite. Contou que seu filme é um sucesso de bilheteria no Japão e que também está fazendo sucesso na Itália. "Quero passear um pouco pela cidade, pedalar em Copacabana e andar de asa delta", disse sobre sua agenda. Está tentando aprender a falar um pouco de português e  gosta muito da sonoridade das palavras "Copacabana" e "Ipanema", mas que acha estranha a sonoridade da palavra "Leblon". "Penso que o Brasil tem a sociedade mais evoluída do planeta, atualmente",. 

"Termas Romanas" tem, como ator principal, Hiroshi Abe, artista muito popular no Japão. Um sujeito bonito e talentoso, que diverte e emociona a platéia. O roteiro parece o enredo de uma escola de samba. É um samba do crioulo doido. Mas um samba muito bem executado. E a direção é inventiva, "felliniana". Pelas gargalhadas do público durante a sessão, o filme tem tudo para ser um sucesso de bilheteria no Brasil.


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