13.1.16



UMA LÁGRIMA PARA DAVID BOWIE - Jamais esqueci seu show na Praça da Apoteose. Desde garoto sonhava assistir a um show do David Bowie, aquele artista que, no início eu achava muito estranho. Ao menino que eu era, ele me soava perturbador, mas me atraía de um jeito singular. Algo me dizia que devia segui-lo pois ele sabia das coisas. Aos poucos fui descobrindo suas músicas e curtindo as canções. Como vibrei com a música Let´s Dance. Dancei muito essa música nas pistas de dança da época. (Aliás, danço até hoje!) Enlouqueci meus vizinhos ouvindo Modern Love no último volume. Tudo isso ainda nos tempos do LP. Fico comovido sempre que escuto China Girl. Adoro quando o Toni Platão canta sua música The man who sold the world. Mas, talvez, a minha música favorita seja Time will crawl, pois ela me lembra meus tempos de Nova York.

Só sei dizer que me sinto um privilegiado por ter sido seu contemporâneo. Ter vivido na mesma época que você. Ter acompanhado o lançamento dos seus discos, ter ouvido suas músicas no momento em foram lançadas, ter assistido a seus filmes e lido suas entrevistas e vistos suas fotos nas páginas das revistas. E sempre que o via ou ouvia me vinha uma sensação de admiração e respeito.

Certa vez, ainda jovem, eu ainda estudava jornalismo na PUC. Encontrei no elevador da faculdade meu colega de sala Armando Freitas e ele me disse: "Pôxa, ontem assisti um filme que é a tua cara. Lembrei muito de você". Esse filme era "Fome de Viver", com Bowie interpretando um vampiro e contracenando com Catherine Deneuve e Susan Sarandon. Armando tinha toda razão. Esse filme é mesmo a minha cara. Mas houve também Furyo-Em nome da honra, filme feito logo em seguida, que me fez sair do cinema com a cabeça nas nuvens e o coração cheio de emoção. 

Quanta coisa vivemos juntos, querido David! Outro dia, ao saber que você estava lançando um novo disco, vi no Youtube o clipe de Blackstar. Fiquei impressionado com a música e as imagens e pensei que você nunca me decepcionava. Naquele momento eu ainda não sabia que aquela canção belíssima e aquele vídeo emblemático faziam parte da sua despedida. Você já estava se despedindo dos seus fãs e seguidores. E se despedindo com classe, com elegância e arte. Um homem que soube viver e soube morrer. Uma pessoa que veio ao mundo par torná-lo melhor. Tenha toda a minha admiração, meu querido.

Descanse em paz!


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