26.7.02

EGOS & VAIDADES

Há duas semanas atrás, quando saboreávamos um fondue no seu apartamento na Lagoa, Lenny Niemeyer me disse que o que mais gostava no mundo da moda era o lado dos negócios, do business. Isso a fascinava. Ao mesmo, disse que detestava ter que lidar com os egos e vaidades das pessoas.

Um desfile de moda é o evento perfeito para o exercício do ego e da vaidade humana. A passarela é como um pódio. Um altar para se exercer sua superioridade sobre aqueles que são simplesmente normais. Estar numa passarela significa ser superior, admirado, invejado, desejado.


Um evento de moda é um culto à passarela. Em torno deste altar, a passarela, é que gira a indústria dos egos e das vaidades, que forma o poderoso mundo da moda. Se é na passarela que guerreiam os egos e vaidades superiores, fora dela não é muito diferente. Num evento de moda todos querem aparecer. Os produtores, os maquiadores, os jornalistas, os compradores, os astros da TV, aqueles que não são nada. Todos se acham muito importantes. Tudo é uma guerra de egos e vaidades.

Um grupo de jornalistas de outros estados, convidados pelo evento com tudo pago, devolveram os crachás porque os lugares reservados para eles não era na primeira fila. (O Mito da Primeira Fila) Os profissionais da imprensa acharam que, como eles estavam ali para cobrir o evento, tinha a obrigação de assistir aos desfiles sempre na primeira fila. É aquele velho problema do jornalista se achar mais importante que a noticia. A vaidade e o ego destes profissionais costumam estar lá em cima.


O desfile é uma verdadeira guerra de vaidades entre as modelos. Todas querem se fazer notar e parecer mais bela e poderosa que as outras. Num evento como o Fashion Rio onde fervilhavam modelos bonitas essa necessidade das tops se fazerem mais poderosas que as outras chegavam às raias da obsessão. O exemplo mais claro e perfeito deste comportamento é o caso de Luana Piovani que desfilou na SANDPIPER. Luana, como todas sabem, é famosa pelo seu trabalho como atriz de televisão. Quando teve que desfilar num evento que reunia a nata das modelos brasileiras, ainda mais no mesmo dia em que Naomi Campbell desfilava, Luana não titubeou. Para chamar mais atenção que as outras ela entrou em cena sem o top, segurando os seios com as mãos. Conseguiu o que queria. Os jornais disseram que ela conseguiu abafar a Naomi. No camarim, depois do desfile, Luana foi blasé e disse que entrou na passarela de seios nus porque o botão do seu top tinha arrebentado. Mas é claro que isso é desculpa. Ela poderia ter vestido uma camisa, uma blusinha, ou ter improvisado algo. Mas ela preferiu entrar em cena cobrindo os seios com as mãos, certa que essa atitude iria chamar a atenção de todos sobre ela. Dito e feito. O ego e a vaidade de Luana Piovani podem dormir em paz.







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