30.8.02




São João Batista de Guido Reni

Wynston Leyland é um bem sucedido editor de livros nos Estados Unidos. Ele é dono da Leyland Publications, uma editora que publica livros apenas com temas gays. Wynston foi o fundador do Gay Sunshine Press, a primeira publicação voltada exclusivamente para o público gay, na São Francisco dos anos 70. Wynston tem estreitas relações com o Brasil, país que ele curte e admira. Sempre que vem ao Brasil Mr. Leyland me liga para jantarmos juntos.


Durante o nosso último jantar, no Café Lamas, meu amigo americano se mostrou muito preocupado com os rumos da política americana. Enquanto devorava um poderoso steak com dois ovos e muita batata frita coberta de catchup Mr. Leyland destilou criticas ao governo George W. Bush


Bush está fazendo todo o possível para poder atacar o Iraque. E isso não é bom. Todo lambuzado de catchup o empresário dizia que os americanos andam muito apreensivos com o presidente do seu país. Segundo ele existe uma certa tensão no ar. Um certo desconforto nas pessoas com relação ao governo.


O Bush não foi eleito democraticamente. O que houve nos Estados Unidos foi um Golpe de Estado. Não um golpe militar. Mas um golpe do judiciário, que acabou levando-o ao poder. De qualquer maneira um Golpe de Estado. Igual aos ocorridos em outros países da américa do sul. O Bush no governo não representa a imensa maioria dos americanos.


Eu sempre tive essa intuição e a minha opinião foi confirmada pelo discurso contundente do amigo americano. A questão do Afeganistão ainda nem foi resolvida. Os atentados de 11 de setembro ainda nem completaram um ano. E Mr. Bush já quer se meter em mais confusão.


É compreensível o interesse de George W. Bush em disseminar a guerra. Afinal ele é lobista da indústria bélica. Ele defende os interesses dos fabricantes de armas. A guerra para ele é apenas um grande negócio. Uma forma de ganhar dinheiro.


Pobre capitalismo! Quando acabou a divisão do mundo entre capitalistas e comunistas parecia que finalmente a humanidade tinha encontrado um rumo que interessava a maioria dos povos. Mas o tempo provou que não é bem assim. A despeito de ser o mais democrático dos regimes político-econômicos, o capitalismo se desviou do seu caminho e se transformou num monstro pronto para devorar os cidadãos.


Estamos vivendo uma época em que vale fazer tudo para ganhar dinheiro. Desde aparecer num reality show patético até explodir o World Trade Center. Os meios não importam. Ética? Moral? Civilização? O que importa é o pagamento em dólar. Dentro desse contexto, o mundo capitalista acabou se tornando refém da indústria bélica.

Madonna vem aí...

 

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