23.2.03

UM BASEADO PARA GIBA – Lamentável que o craque da seleção brasileira de vôlei esteja sendo perseguido porque foi encontrado resíduos de maconha num exame anti-dopping. Isso é ridículo. Não faz o menor sentido considerar a maconha dopping. Se Giba fuma maconha (e é claro que ele fuma), não o faz para melhorar seu rendimento no esporte. Ele não precisa disso. É um grande atleta e quando entra na quadra arrasa e pronto. Ele fuma para curtir, relaxar e viajar, como milhares e milhares de pessoas em todo o mundo.


É ridículo afirmar que a imagem dele como atleta vai ficar manchada por causa da maconha. Para mim, sua imagem melhorou muito depois que eu soube que ele também é maconheiro. Eu fiquei super feliz de saber que ele é um cara normal e não um desses atletas certinhos que querem servir de exemplo para a juventude. Já me basta a caretice do Oscar, do basquete.


No dia em que os jornais estamparam em suas páginas que Giba tinha sido flagrado no exame anti dopping, quando cheguei na praia Michelle Levy, musa do Arpoador, foi logo me mostrando o jornal e dizendo: “Viu só, Waldir. O Giba é um dos nossos!” E em seguida acendeu um baseado. A partir dali ele se tornou um ídolo muito especial para todos nós. No posto seis, quando vão fumar maconha, os garotões agora falam: “Vamos acender um Giba!”


Mas eu já era fã do Giba muito antes da polêmica da maconha. Na verdade, eu me tornei fã dele antes mesmo de conhecê-lo. Há alguns anos atrás, eu tinha acabado de sair do cinema, na última sessão do Roxy, em Copacabana, quando encontrei os atores Ariel Coelho e Ruiz Bellenda. Eles estavam excitadíssimos e, assim que me viram, foram logo dizendo: “Nós acabamos de ver uma coisa incrível, Waldir. Nós vimos o Giba, paquerando um travesti na avenida Atlântica.” Aquele nome não me disse nada. Então eu perguntei quem era Giba. Ruiz botou a mão na cintura e com cara de deboche foi logo me dizendo: “Como é que você, que sabe tudo sobre bofes, não sabe quem é Giba? Que decepção, Waldir... Giba é a nova sensação do vôlei brasileiro. Sensação como atleta e sensação como bofe.” Ruiz respirou fundo e continuou. “Pois bem. Nós acabamos de vê-lo, junto com outro jogador que eu não sei o nome, na avenida Atlântica, paquerando um travesti. Quando eu passei perto ainda o ouvi dizendo: Vamos para o nosso hotel. Já pensou?” Ariel Coelho então emendou: “Eu acho que nós devíamos ir para casa, nos vestir de mulher e ir para a avenida Atlântica que o negócio lá hoje está bom. Tem até atletas do vôlei fazendo pegação.”


De imediato, eu adquiri uma imensa simpatia por esse rapaz que eu nem conhecia. Semanas depois eu estava em casa e toca o telefone. Era Ruiz Bellenda. “Waldir, ligue a TV imediatamente na Bandeirantes que Giba, aquele jogador que eu te falei, está jogando. Depois me ligue de volta para dizer o que você achou do bofe.” Eu tinha ficado curioso para saber quem era o tal do Giba. Liguei a televisão e fiquei vendo-o jogar. Era uma partida entre dois times paulistas. E lá estava ele. Lindo. Sexy. Ainda com cara de menino. Jogando com uma precisão incrível. O locutor não parava de elogiar sua atuação. Imediatamente fiquei encantado com aquele jogador. Fascinado com sua técnica e sua atuação nas quadras. A partir desse dia ele se tornou um dos meus atletas favoritos do esporte brasileiro.


Acendi um baseado para assistir ao jogo. Enquanto fumava viajava na imagem dele transmitida pela TV. Delirava quando aparecia um close do seu rosto suado. Comecei a imaginar que eu era um travesti da avenida Atlântica. Peruca, minissaia, meia arrastão, maquiagem, cílios postiços. Batom vermelho. Os carros passavam por mim , buzinavam e os rapazes me perguntavam se eu era LaToya Jackson. De repente surge Giba e um outro colega do vôlei. Estavam pela primeira vez no Rio de Janeiro e se sentiam encantados com a magia de Copacabana, deslumbrados com aquele clima exótico e sensual da avenida Atlântica. Eu olhava para eles com um jeito bem coquete, carregado de sensualidade. "Cobro Cem Reais."Ele então pechinchava, falando com seu maravilhoso sotaque do interior paulista. “Você não pode fazer por cinquenta? A gente está sem dinheiro.” Eu olhava para a mala dele com o rabo do olho e perguntava: “O que é que você vai querer? Uma mamada? Ou uma chupada?"

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