21.5.03




AVENIDA PAULISTA – Sempre achei São Paulo uma cidade muito especial. Um lugar cheio de encantos e magia. Existe uma poesia toda especial que parece emanar daquele amontoado de prédios. E um charmoso ar de superioridade que é ostentado pelo seu povo. Adoro São Paulo. Sempre que visito a cidade sinto uma vontade enorme de ficar morando lá e ter a avenida paulista só para meus delírios. Com seus edifícios uniformes. Suas amplas calçadas. E seu sotaque tão charmoso e original.


Estive em São Paulo para assistir ao ABU DHABI BRASIL e pude acompanhar de perto todas as facetas do evento. O campeonato em si, como também os bastidores. Um mundo de atletas do Brasil e de lugares como Finlândia, Alemanha, Rússia, Japão, Dinamarca, Argentina e Nova Zelândia. Todos concentrados no confortável hotel Pestana, localizado a duas quadras do estádio do Ibirapuera.


Na sexta feira, antes do café da manhã, foi feita a pesagem dos atletas. Numa enorme sala de convenções do hotel, uma equipe de juizes ficou checando o peso dos atletas envolvidos no evento. Agora imaginem a cena: todos aqueles caras incríveis, vestindo apenas sungas ou cuecas, conferindo o seu peso para uma bancada de juízes. O melhor de tudo: alguns faziam questão de ficar nus para deixar bem claro que estavam no peso certo. O curioso é que, na sala de convenções ao lado, havia uma reunião de executivos de uma multinacional. E aqueles senhores engravatados e mulheres de tailleur não entendiam nada quando se deparavam com aqueles homens musculosos circulando seminus pelos corredores do hotel. O café da manhã foi por demais divertido e inspirador.


No sábado, o show de lutas começou as nove da manhã e só parou as sete da noite. Foi um verdadeiro carrossel de emoções. Havia três tatames no centro do estádio. Em cada um acontecia uma luta. O tempo inteiro, o público tinha que se concentrar para poder acompanhar as três lutas que aconteciam ao mesmo tempo. Participando do evento ou prestigiando como platéia, estavam presentes todos os grandes nomes das artes marciais do Brasil. Um verdadeiro quem é quem dos tatames brasileiros. Zé Mario Sperry. Murilo Bustamente. Rodrigo Minotauro. Fernando Margarida. Ricardo Arona. Vitor Shaolin. Marcio Feitosa. Vitor Belfort. Amauri Biteti. Royler Gracie. Renzo Gracie. Ryan Gracie. Roger Gracie. Carlos Gracie Jr. Marcelo Yogui.


As lutas foram sensacionais. Técnica, estilo, força, vigor, coragem, raça. Cada luta, condensava todos esses elementos, transformando o embate num épico das artes marciais escrito num tatame. Um espetáculo com um roteiro próprio, com seu próprio ritmo e sua própria direção. Um show para toda a família, protagonizado pelos samurais do alvorecer do novo século. Cada luta narrando sua própria história de abnegações, anseios, sonhos, delírios e paixões.

Madonna vem aí...

 

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