29.8.03

GENTE BOA – O jornalista Joaquim Ferreira dos Santos promoveu noite de autógrafos do seu livro O Que As Mulheres Procuram na Bolsa, na noite de quinta-feira na Livraria da Travessa, em Ipanema. Apesar do clima de inverno e da noite chuvosa, a casa estava lotada. Afinal, como disse um dos presente, quem tem coluna tem tudo. Durante o evento a livraria ficou parecendo uma sucursal do jornal do doutor Roberto Marinho. Estavam lá, entre outros, Isabel de Luca, Artur Dapieve, Zuenir Ventura, Arnaldo Bloch, minha queridíssima Patrícia Kogut, que me deu um abraço apertado e carinhoso. E mais Débora Colker, Tereza Rachel, Guilherme Karam, Tavinho Paes e a editora do livro, Luciana Villas Boas. Mas, nenhuma presença foi mais importante do que a presença da doce e bela Cíntia Howllet-Martin.


Tia Artur Xexeo, é claro, também foi prestigiar o lançamento do livro do seu velho amigo e protegido. Afinal, as duas são inseparáveis desde a época em que trabalhavam juntas na redação da revista VEJA.


O QUE AS MULHERES PROCURAM NA BOLSA é uma coletânea de crônicas. Lendo o livro tive a impressão que o autor vive, desesperadamente, tentando atingir um status intelectual que ele, definitivamente, não tem. Suas crônicas são chatas e ginasianas. Joaquim Ferreira dos Santos tenta se colocar para o leitor como se ele fosse um novo Antonio Maria. E essa pretensão o torna ridículo. Só porque ele organizou uma coletânea de crônicas do Antonio Maria, isso não faz dele um escritor genial.


Joaquim Ferreira dos Santos é apenas um bom repórter. Nada mais do que isso. Mas o jornal O Globo o vende aos seus leitores como se ele fosse um grande jornalista. Ele não está no mesmo panteão que um Paulo Francis ou um Jânio de Freitas. Pelo contrário. Ele é apenas um jornalista mediano, como seu colega Artur Xexeo. O Globo está vendendo gato por lebre. As crônicas do Joaquim publicadas no jornal às segundas-feiras são insuportáveis. Chatas. Repetitivas. Cheias de lugares comuns. Ele força uma barra na carioquice e no seu pseudoconhecimento da alma do Rio de Janeiro. Se ele fosse mais autêntico e não tentasse copiar o estilo de Antônio Maria e a verve de Nelson Rodrigues talvez escrevesse melhor.


Além disso, a exemplo de seu coleguinha Artur Xexeo, Joaquim é uma bicha passadista. Ele está o tempo inteiro olhando para trás. Cultivando o passado. Para as duas, tudo de bom, já aconteceu no passado. Na época em que eram mocinhas adolescentes. Certamente, a dupla não é fã da Madonna. Xexeo e Joaquim devem cultuar Shirley Bassey, Rossana Podestá, Rita Pavone, Sarita Montiel e Ann Margret. Quando entrevistada pela MTV no lançamento do disco American Life, um fã perguntou a Madonna se era verdade que no seu próximo show ela só iria cantar antigos sucessos. A estrela negou a informação com veemência e disse: “Eu nunca olho para trás. Eu só olho para frente!” Acho que o Xexeo e o Joaquim estão precisando ouvir a “material girl”.


Já houve um tempo em que os jornalistas procuravam a noticia. Saíam às ruas em busca de onde a noticia está. No jornalismo “moderno” a noticia deixou de ter importância. O importante é o jornalista. Cada vez mais o jornalismo olha para o próprio umbigo. Parece que o jornalista se encantou com as luzes dos próprios holofotes e decidiu competir com a noticia e se tornar mais importante do que ela. Foi a partir desse principio que surgiu o que eu chamaria de “padrão Artur Xexeo de jornalismo”.


Os profissionais da imprensa estão ficando cada vez mais trancados nas redações dos jornais, sabendo do mundo através da internet. E isso está acabando com o jornalismo. Até porque, a internet que chega na redação do jornal é a mesma que chega na casa das pessoas. Em breve, a função do jornal como “atravessador de notícias” estará obsoleta. Em vez de buscar a noticia no jornal o leitor, certamente, vai preferir simplesmente ligar o computador.

Madonna vem aí...

 

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