9.6.05

CINEMA É A MAIOR DIVERSÃO - Eu estava com saudades de Isabelle Adjani . Fazia tempo que eu não via um bom filme com ela. Por isso, quando seu nome surgiu na tela do DVD eu senti um arrepio. Só o nome da estrela já é capaz de me proporcionar uma emoção. Imediatamente vieram à minha mente as lembranças de O inquilino, Adele H, Nosferatu, Obsessão, Subway, Camille Claudel, A rainha Margot e Diabolique.


Em Bon Voyage, seu último filme, ela aparece cantando, em belas imagens em preto e branco. E para mim, é sempre uma delícia assistir um filme falado em francês. Neste filme, Isabelle interpreta Viviane Denvers, uma famosa atriz de cinema que mata um fã que a persegue, dias antes da Alemanha de Hitler invadir a França. Uma mistura de filme de espionagem com comédia romântica.


Como sempre Isabelle está ótima interpretando uma estrela maluquete às voltas com nazistas, espiões e a resitência francesa. O filme de Jean Paul Rappeneau tem uma produção requintada onde tudo funciona com perfeição: cenários, figurinos, fotografia, trilha sonora e elenco. Pena que não tenha sido lançado nos cinemas. Os fãs de Isabelle iriam assistir várias vezes.


Tenho vários amigos que são fãs de Mme. Adjani. Ruiz Bellenda, por exemplo, o célebre diretor de teatro curitibano. Ele sabe tudo sobre a atriz, viu todos os filmes que ela fez e poderia escrever um livro sobre ela. É tão obcecado por Isabelle que descobriu em Curitiba uma atriz, Adiana Ferreira, que é igualzinha a estrela francesa. Na beleza e no talento. Já Bruno Astuto se deu ao luxo de vê-la interpretando A dama das Camélias no teatro.


Uma curiosidade: no filme Uma amizade sem fronteiras, de François Dupeyron, uma adaptação do livro de Eric-Emmanuel Smitt, estrelado por Omar Sharif, Isabelle Adjani faz um pequeno papel, uma ponta, onde interpreta Brigitte Bardot. É um filme incrível.







O LIVRO É O MELHOR AMIGO DO HOMEM - O comissário Salvo Montalbano conquistou seu lugar na galeria dos ilustres detetives da literatura noir, ao lado de Sam Spade, Phillippe Marlowe, Lew Archer e Maigret. Seu criador, o italiano Andrea Camilleri, fez questão de criar um policial diferente, avesso às armas, culto, dono de gostos refinados, apesar do “jeitão” siciliano de ser. Em GUINADA NA VIDA, mais um título da Coleção Negra, dedicada aos mestres do gênero, Montalbano volta com todo charme e perspicácia.


Dessa vez o inspetor toma emprestado um pouco da perplexidade do autor com a violência nos protestos contra a globalização de julho de 2001, em Gênova. Camilleri resolveu mostrar seu desencanto fazendo da vítima um manifestante. Durante um mergulho matinal, Montalbano encontra um cadáver em estado avançado de decomposição. Após uma noite insone, imerso em maus pensamentos, o inspetor depositava nas braçadas a esperança de um alívio para a crise que atravessa.


O corpo boiando, certamente mais um imigrante clandestino silenciado à força, desperta o instinto investigativo de Montalbano. Para resolver o mistério e fazer justiça àquele corpo, o comissário se lança numa intrigante missão. A investigação, contudo, prova ser mais complexa que o habitual, trazendo à tona um esquema de contrabando de crianças. Numa cidade onde criminosos, mafiosos e policiais são, muitas vezes, amigos de infância, Camilleri constrói mais um romance tão inteligente quanto moderno. Em GUINADA NA VIDA, adentramos os charmosos vilarejos sicilianos, com suas estradas sinuosas e sua culinária de primeira.


Nascido em Porto Empedocle em 1925, Andrea Camilleri trabalhou muito tempo como roteirista e diretor de teatro e televisão, produzindo os famosos seriados policiais do comissário Maigret e do tenente Sheridan. Estreou como romancista em 1978. A consagração, porém, viria apenas no início dos anos 90, quando publica A forma da água, primeiro caso do comissário Salvo Montalbano. Desde então recebeu alguns dos principais prêmios literários italianos e tornou-se sucesso de público e crítica em todos os países onde foi lançado, com mais de 3 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo.

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