4.9.07

COMO SÃO LINDOS OS MILITARES – Semana passada as Forças Armadas do Brasil foram alvo de uma provocação desnecessária por parte do governo, quando do lançamento do livro Direito à Memória e à Verdade - Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, um balanço sobre o trabalho da Comissão de Direitos Humanos com um relatório sobre as cerca de 400 pessoas que foram vitimas da violência durante a ditadura militar. Nelson Jobim, o Ministro da Defesa, num tom arrogante e antipático, disse que os militares não vão poder reagir ao livro lançado pelo governo. E, em caso de reação, haverá resposta. Whaaal! Esse mesmo tom arrogante do Jobim já foi ouvido, em outras ocasiões, em declarações de José Dirceu e Renan Calheiros. Hoje, ambos estão encrencados em CPI´s. Será que o mesmo vai acontecer com o titular da Defesa?


É importante registrar que, enquanto o Governo Federal lançava o livro sobre as vítimas da ditadura, lá mesmo em Brasília, José Dirceu e José Genoíno, que sobreviveram à ditadura, estavam sendo julgadas por crimes contra o patrimônio público no Brasil. Roubo e corrupção. Ao mesmo tempo, o jornal O Globo publicava uma série de reportagens sobre brasileiros de hoje em dia vivendo dramas idênticos, senão maiores, que aqueles vividos pelos mortos e desaparecidos durante o regime militar. Tudo está interligado e nada acontece por acaso.


É importante a existência desse levantamento sobre mortos e desaprecidos durante a ditadura. Mas não tem cabimento transformar esse relatório num manifesto contra as Forças Armadas. As Forças Armadas não têm culpa se, num determinado período da história, pessoas despreparadas se apropriaram da Instituição para praticar atos covardes e criminosos. Era uma outra época. Eram outras pessoas. É preciso, nesse caso, separar as pessoas das Instituições. Hoje os tempos são outros. São outras pessoas que estão no comando. É o Presidente Lula o comandante das Forças Armadas. Mas parece que o próprio Lula esquece isso.


O fato é que existem, dentro do próprio governo, setores que estão empenhados em desautorizar os militares. São os gigolôs da ditadura. Grupos que, se arvorando vítimas do regime militar, realizam uma campanha maldosa e organizada para desqualificar o Exército, a Marinha e a Aeronáutica visando angariar vantagens em setores que, para o bem do Brasil, sempre estiveram sobre o controle das Forças Armadas. E isso não é de hoje. Começou no governo Fernando Henrique. Desde os anos FHC que existe uma campanha surda e sórdida, organizada por partidos políticos, para deixar os militares fracos, desprestigiados e sem direito à opinião. O governo Lula está apenas dando continuidade a um processo que começou no governo anterior.


Senão vejamos: a Marinha está sendo pressionada pela desnecessára Secretaria Especial de Políticas de Promoção e Igualdade Social, para abrir mão do controle sobre a Restinga da Marambaia, importante reserva ecológica do Rio; a Aeronáutica tem sido induzida a desistir de ser a controladora do espaço aéreo nacional; o Exército, apesar da guerra civil que ocorre em algumas regiões do Brasil, está proibido de se envolver em questões ligadas a Segurança Pública. São três exemplos gritantes de como o próprio governo trata suas Forças Armadas como orgãos do segundo escalão.


Os partidos políticos querem os militares fora da jogada. A elite política quer os militares cada vez mais fracos, pois assim eles se sentem mais livres para tomar de assalto o Estado brasileiro. A verdade é que o Brasil saiu da ditadura militar para cair nos braços da ditadura dos partidos políticos. Uma ditadura que já foi capitaneada pelo PSDB e hoje é comandada pelo PT. Os grupos políticos que governam o Brasil pós-ditadura não têm nada de democráticos. Eles querem ser os donos da ditadura.


É por isso que merece uma reflexão a publicação pelo governo do livro Direito à Memória e a Verdade. São muito tristes as histórias narradas no relatório. Mas, tudo o que acontecia naquela época sob a guarda do governo militar acontece hoje em dia, em muito maior escala, sob a guarda do governo civil. Assim como a alta hierarquia do governo militar ignorava os excessos e a tortura daqueles tempos, o governo Lula ignora os excessos e a tortura que acontecem no Brasil de hoje. Alguém se lembra que no reveillon desse ano um grupo de pessoas foi queimada viva dentro de um ônibus no Rio de Janeiro? A diferença é que na época da ditadura eram os (maus) militares quem faziam o serviço sujo. A ditadura dos partidos, que é muito mais profissional, terceirizou os excessos e a tortura e delegou o poder de realizar o serviço sujo para grupos criminosos.

Certamente o governo Lula acredita que as vítimas da ditadura militar são mais dignas do que as vítimas da ditadura dos partidos políticos.

Uma outra reflexão que se deve fazer no momento em que o governo publica o livro Direito à Memória e a Verdade é que, enquanto era realizada a cerimônia de lançamento, José Dirceu e José Genoíno, homens de confiança do presidente, estavam sendo enquadrados pelo STF por diversos crimes. E isso dá o que pensar. Se os mortos e desaparecidos listados no livro tivessem sobrevivido será que não estariam hoje envolvidos com o mensalão ou outros escândalos de corrupção? Afinal, Dirceu e Genoíno escaparam por pouco de serem personagens do livro.


O fato é o seguinte: Dirceu e Genoíno foram perseguidos pela ditadura, porque os militares acreditavam que eles eram um perigo para o Brasil. Quando chegaram ao poder, a reboque do presidente Lula, Dirceu e Genoíno deram razão aos militares e comprovaram que eles eram, realmente, um perigo para o nosso país. Ao serem enquadrados pelo STF Dirceu e Genoíno só fizeram confirmar ao povo brasileiro que os militares tinham toda razão em perseguí-los.

Champanhe, champanhe, champanhe...


Madonna vem aí...

 

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